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PARTE 1 - Cap. 5 - Gaby deixa a cidade

Fred parou o carro na esquina da casa de Gaby. Não quis arriscar parar em frente, pois Beto morava na casa ao lado. Seria mais prudente ele não os ver juntos.

—Te espero aqui. – disse ele enquanto ela se afastava em direção a casa.

Ela entrou pé ante pé, segurando as sandálias nas mãos. Foi até seu quarto, escovou os dentes, limpou a maquiagem borrada, lavou o rosto e amarrou os cabelos em um rabo de cavalo. Pegou uma mala e colocou nela o que pôde. Trocou de roupa, vestiu jeans e camiseta. Pegou uma sacola e colocou o vestido, as sandálias e tudo que havia ganhado de presente de Beto nos últimos anos. De posse de seu celular, viu que havia mais de 20 ligações de Beto para ela e outras tantas de seus pais.

Na sala, deixou um bilhete se despedindo dos pais dizendo que os amava, mas que diante dos acontecimentos da noite anterior, não poderia mais viver naquela cidade. Saiu da casa levando sua mala, a sacola com tudo que representava seu relacionamento e o ursão que Beto havia lhe dado no dia anterior.

Lá fora, passou no lixo da casa de Beto e colocou tudo ali. Fez questão de pôr no lixo da casa dele para que soubesse que ela estava virando a página que o incluía em sua vida.

Na esquina, Fred a esperava e a viu colocar as coisas no lixo. Quando ela já estava à uma distância segura para não ser vista da casa de Beto, ele foi encontrar-se com ela. Pegou a mala de suas mãos e a conduziu para o banco de passageiros do carro. Ao entrar no carro, entregou-lhe um pacote com pães de queijo que havia comprado na padaria da esquina e ela, com fome, os devorou.

No caminho da rodoviária, Fred perguntou.

—Como vai se estabelecer lá?

—Tenho uma grana que meus pais me deram de presente de aniversário. Eles iriam me dar um carro, mas eu preferi o dinheiro porque tinha planos de comprar os móveis da nossa casa e pagar nossa lua de mel. – riu tristemente. —Agora esse dinheiro vai me ser útil de outra forma.

—*—

 

Na rodoviária local não havia ônibus para Goiânia antes das 12h e ela não queria esperar. Temia que ou Beto ou os pais fossem lá e a obrigassem a voltar. Fred, então, se ofereceu para levá-la até Uruaçu, de onde sairia um ônibus as 9h com destino à Goiânia. Ela lembrou-lhe que era longe para ele ir, mas não o convenceu do contrário.

—Bobagem, são apenas 230 quilômetros. Tô acostumado a rodar quase o dobro para ir à universidade, portanto, posso fazer isso por uma amiga.

—Obrigada! Não sei como agradecer.

—Nem precisa agradecer. – segurou a mão dela com carinho.

Na rodoviária de Uruaçu, Fred se despediu dela antes do embarque.

—Quando voltar, lembre-se dos amigos.

—Não vou voltar, Fred. – lágrimas escorreram em sua face. —Nunca mais!

—Que pena! Então, sendo assim, boa sorte! – abraçou-a e beijou-lhe a testa. —Vê se se cuida!

—Vou me cuidar, pode deixar. Obrigada por tudo!

—Tá bom, mas não vá beber de madrugada com nenhum estranho, viu?! – brincou ele segurando as lágrimas. —Isso pode ser perigoso.

—Tá bom ... e nem de estômago vazio.

—Exatamente!

—Vou me lembrar disso. – sorriu com tristeza.

Entrou no ônibus, olhou para trás e deu-lhe tchau. Era como virar a página dos seus sonhos.

Do lado de fora, Fred gritou enquanto o ônibus iniciava a manobra para deixar a área de embarque:

—Mande notícias para mim!

Mas Gaby não pretendia mandar notícias para ninguém daquela m*****a cidade.

 

De Uruaçu a Goiânia foram 5h e 10 minutos de viagem, tempo que ela passou repensando sua vida. Em alguns momentos as imagens do ocorrido ainda lhe eram bem nítidas na mente. E foi durante aquele trajeto que ela jurou esquecer para sempre Beto. Assim como jurou nunca mais pisar em Minaçu. Se os pais quisessem vê-la, teriam que ir até ela. Por último, se comprometeu a nunca mais se entregar ao amor.

—*—

 

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