Everly O barulho a minha volta é reduzido a um zumbido irritante, encaro o sorriso de escárnio de Brandon, ele só pode estar brincando comigo, tentando me atingir de alguma maneira, como ele poderia saber sobre o meu caso com Joshua? — As vezes eu acho que você é louco Brandon, de onde tirou isso? — visto o meu melhor sorriso, mas ele parece firme e isso me assusta, as coisas não podem começar a dar errado agora. — Pode tirar esse sorriso idiota Everly, eu vi com os meus próprios olhos, a primeira coisa que quis fazer foi ir na direção da escola, tenho provas de que vocês dois estavam juntos, mas pensei melhor e percebi que posso usar isso ao meu favor — ele pega o seu celular e aperta o play, vejo Joshua andando até mim e em seguida nos beijamos, o vídeo acaba rapidamente e o encaro — Everly, acho que você está ficando vermelha — ele diz com um sorriso e tenta tocar no meu rosto, todavia me esquivo, olho para o seu celular pensando em uma tentativa de arrancar da mão dele —
Joshua Leio novamente a cópia do endereço que peguei na escola antes de vir para cá, essa é a casa de Brandon Mayers, do outro lado da rua posso observar a imponente casa e sorrio internamente, o melhor de tudo é que ele está sozinho e será mais fácil, esse menino não é páreo mim e eu vou me certificar de que ele não fará nenhum mal a minha namorada. O anoitecer começa a se fazer presente e caminho em direção a casa de Brandon, ouço heavy metal pesado e consto nesse momento que ele ouve músicas horríveis, caminho em direção ao som e me deparo com a parte externa esquerda da casa, olho para cima e vejo uma janela aberta, junto a parede há uma trepadeira grudada e começo a subir. Assim que alcanço a janela observo o interior, encontro Brandon sentado mexendo em seu notebook com fones no ouvido, ele está alheio aos sons e movimentos a sua volta, lentamente entro no quarto. Aproximo-me e paro atrás dele, Everly é a minha vida, eu faço tudo por ela, ninguém a ameaça e sai impune. P
4 meses depois Everly — Everly Pierson — respiro profundamente e levanto-me da cadeira, dirijo- me ao pódio e pego o meu certificado de conclusão do ensino médio das mãos do diretor — Parabéns querida — diz e sorrio sinceramente. — Obrigado — cumprimento cada professor e por último Joshua, ele aperta a minha mão e um calafrio gostoso passa pelo meu corpo. — Parabéns senhorita Pierson, você merece — ele abre um pequeno sorriso, Joshua está mais feliz depois que me pediu em casamento mesmo que ninguém saiba, e ficou mais feliz ainda quando chegou à carta de duas universidades com a aprovação para minha inscrição na faculdade de artes. Joshua já está com planos loucos sobre o casamento, ele quer se casar assim que botarmos o pé em Seattle! Eu lhe expliquei calmamente que as coisas não podem ser assim, minha mãe ainda não sabe sobre nós, mas decidimos contar hoje depois das comemorações. Desço do pódio mesmo que Joshua hesite em soltar a minha mão, volto para o meu lugar e as
Everly 3 meses depois. A angústia que se instalou no meu peito é torturante, nos primeiros dias soltei a minha dor em forma de lágrimas e gritos de agonia, mas agora sofro em silêncio, tenho que entender que a minha mãe se foi e nunca mais irá voltar. Encontraram o avião em uma floresta, não houve sobreviventes, nem uma única alma teve a chance de ter um futuro e uma dessas almas era a minha mãe, que agora está morta. Não fui ao seu velório, pode parecer egoísta, mas por que iria? O seu corpo não estava dentro daquele caixão, na verdade ele estava despedaçado como os demais que estavam naquele avião. No dia do seu velório meu pai veio à minha casa, eu não o via há muito tempo e me surpreendi ao encontrar rastros de lagrimas em sua face. Não entendo por que ele chorou, minha mãe não foi tão importante na sua vida, pois se tivesse sido, ele não teria a traído. Se eles estivessem juntos até hoje, ela não estaria trabalhando como aeromoça. Nós três estaríamos felizes, provave
Joshua 3 anos depois. — Preciso que acerte os últimos detalhes com a coordenadora de estágio, em breve irei lançar o programa, vou estipular em torno de um mês para os ajustes finais — digo para o meu assistente, queria concretizar logo minha nova ideia e contratar estagiários para fazer parte da equipe da empresa, iriamos lançar um programa de estágio incrível, porém seriam diversas etapas para conseguir a tão almejada vaga, queria apenas os melhores no meu time, queria trazer inovação e novas perspectivas para a empresa. Conquistar espaço no mercado de trabalho não foi fácil, precisei criar uma rede de contatos, conquistar outros empresários com a minha ideia para se tornarem meus sócios, mas principalmente precisei da ajuda de meu pai, que me ajudou arduamente nessa trajetória. Hoje conseguia ver meu sonho se moldando, tomando forma. A Carter’s technology and sustainability se tornou referência para empresas que queriam a melhor tecnologia, porém de forma mais sustent
Joshua Os olhos eram azuis iguais aos de sua mãe e eu amava isso, adorava ver um pedaço de Everly na minha frente. Alguns traços lembravam os meus, como o contorno dos lábios e as expressões que fazia quando estava muito eufórica ou irritada, era uma mistura perfeita minha e de Everly, a chegada dessa pequena bebê tornou meu sonho de se tornar pai em realidade. Tiro-a do bebê conforto e acomodo a pequena bebê em meus braços, era a coisa mais linda que já tinha colocado meus olhos aos três meses de idade, Yesenia nasceu com poucos cabelos, mas agora já havia um tufo de cabelos pretos em sua cabeça que a deixavam ainda mais linda. Pego sua mamadeira da bolsa e levo a pequena cozinha improvida dentro da minha sala composta por um balcão, micro-ondas e dois banquinhos. Esquento a mamadeira enquanto Yesenia começa a se remexer e resmungar mais alto em meus braços, a primeira coisa que faz ao acordar é grudar nos seios de sua mãe, porém como hoje não há essa possibilidade, a mamadei
Everly Eu via nos olhos de Joshua o quanto ele queria libertar aquele monstro interior que insistia em habitar dentro dele, e de fato, sempre iria existir, nunca iria embora e nos deixaria em paz. Já sabia lidar com Joshua, suas alterações de humor e seu transtorno obsessivo que havia melhorado bastante desde o último ano, mas ainda conseguia ver aquela centelha de chamas em seus olhos que diziam que queriam fazer tudo o que quiser comigo e um pouco mais. Puxei o vestido solto que usava quando ficava em casa e o puxei por meus ombros e minha cabeça, ele caiu no chão e Joshua observou-me apenas com a calcinha de renda simples, seu olhar era guloso e cheio de promessas. — Faça o que quiser comigo — sussurro em seu ouvido esquerdo e Joshua arregala os olhos, provavelmente tentando entender o que disse com essas palavras. — O que você está querendo me dizer, Everly? — sua voz se torna mais ofegando e vejo a expectativa em seus olhos. — Sempre vejo-o tenso, como se estive
Joshua Um olho estava no papel a minha frente e o outro estava no cercadinho que montei para deixar Yesenia entretida enquanto passa mais um dia comigo no trabalho. Tem se tornado uma rotina trazê-la para passar o dia comigo, assim deixo Everly trabalhar em seus quadros e se preparar para o lançamento que irá acontecer em breve em sua galeria. O fato é que eu adorava trazer a minha menina para ficar comigo, amava a nossa conexão de pai e filha, foi o que eu sempre quis e estava desfrutando ao máximo enquanto ainda é uma bebê, apesar de estar crescendo rápido. Era uma menina esperta aos quatro meses e a cada dia que se passava, suas feições se tornavam cada vez mais parecidas com as minhas, Everly não se cansava de dizer que a carregou com nove meses e não tinha nada da própria mãe. O telefone toca tirando-me dos meus devaneios e ouço a voz de Roger do outro lado da linha. — Senhor, há um homem na recepção que gostaria de vê-lo, ele não tem horário marcado, mas disse que