Violleta Ferrari Estou na defensiva, me corroendo de ciúmes de Ettore. Sei que minhas palavras o machucaram, e sei também que ele não aceitará isso por muito tempo, o seu ego não permitirá. Volto para o quarto e em poucos minutos Ettore sai do banheiro, já vestido. Ele não diz nada, apenas saí do quarto, e pior, ele sai somente de calça de moletom, sem camisa. Não acredito que ele vai ficar deste jeito na frente daquela safada oferecida. Minha vontade é de descer atrás dele, e trazê-lo para o quarto novamente. Abro a porta e vou até o topo das escadas, procuro por ele, mas não o vejo por perto, e muito menos a tal Penélope. Desço as escadas às pressas e pergunto por Ettore, para Sandra, e ela me diz que ele está no escritório, mas que não estava só. Deixo-a falando e corro para o escritório, se Ettore pensa que vou perdoá-lo dessa vez, ele está muito enganado. Com brutalidade, abro a porta do escritório, mas fico sem graça quando vejo Ettore sentado na poltrona, atrás de sua mesa,
ViolletaTroco mais um beijo amigável com Stefano e o deixo em paz com sua bebida para assediar as “princesas mafiosas”. Saio de perto dele e volto para onde está Ettore, que me olha estranho, e no mesmo instante me dou conta da burrada que acabei de fazer. Ele viu minha conversa com Stefano, só que, para Ettore, eu não lembrava de nada, como pude vacilar desse jeito?! Preciso resolver isso, e tenho uma ideia.— Você não vai acreditar, Ettore. Eu tenho um irmão! — Ele me olha, incrédulo. — Stefano! E acho que me lembro dele.— Você está me dizendo que se lembrou do homem que lhe ajudou a fugir, mas não lembrou de mim? — Diz, parecendo uma criança mimada.— Não tenho culpa Ettore, o médico disse que os detalhes vêm e vão aleatoriamente. — Eu digo, inocentemente, e dou de ombros. — Ao menos estou feliz por saber que minha família é um pouco maior.— Vamos fazer logo essa apresentação — sussurra em meu ouvido, então. — Quero te fazer lembrar de algumas coisas boas essa noite… Sinto um a
ViolletaQuando chego em casa, o silêncio é assustador, um calafrio passa por meu corpo como um choque elétrico, vou até seu escritório, mas ele não está, então, vou para o nosso quarto. Assim que abro a porta, me deparo com Ettore usando apenas sua calça social, sua Glock está em cima do criado-mudo. Fico, imediatamente, em alerta, e caminho, em passos vacilantes, até onde ele está.— Por que veio para casa sem me avisar?— Não queria atrapalhar o casal. — diz, e pega dentro da gaveta, uma seringa, com algo viscoso dentro, e que ele injeta, diretamente, em seu braço esquerdo, e quando termina, ele tomba sua cabeça para trás, fecha os olhos, e parece apreciar a sensação. — Ettore, o que é isso? — Ele abre seus olhos, e me encara. Seu olhar está morto, e pupilas dilatadas.— Heroína, faz algum tempo que não uso, já nem me lembrava mais da sensação! — Então, agora, está se drogando? — Ele não responde, apenas pega sua arma, e neste momento me afasto, com medo do que ele possa fazer. —
Ettore FerrariAcordo sentindo um enjoo infernal, pela droga, e pela bebedeira de ontem. Ter usado depois de tanto tempo, realmente, não me fez bem. Lembrei de tudo que fiz ontem, e fiquei pensativo, remoendo tudo que aconteceu. Ver a cena de Violleta dançando com Stefano, na festa, foi como reviver os pesadelos de quando eu estava em coma, e ali eu vi que realmente não teria outra chance para me redimir com ela. Pensei, seriamente, que ela seria mais feliz com ele, que cuidaria melhor de nosso filho ao lado de alguém que ela se lembrasse de ter tido somente bons momentos. Lembrar disso me faz um mal danado, que eu, sequer, saberia descrever. Doeu... Doeu tanto, que eu cheguei a sentir o aperto no peito, a dor física, me consumindo. Me senti um lixo vendo aquela cena, milhões de pensamentos fervilhando em minha cabeça, em outras circunstâncias, eu tiraria Violleta dos braços do Stefano e o mataria ali mesmo, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que se fizesse isso, ela não me perdoaria de j
Violleta Ferrari Meu coração dispara, e as lágrimas descem quando me deparo com a surpresa que ele fez. Tem fotos nossas, dentro de vários balões, que flutuam pelo quarto. São fotos de nós dois, quando éramos crianças, antes que eu fosse levada de meus pais. Fotos do nosso casamento, de eventos que comparecemos juntos, e com o Dante, brincando juntos. Todas nossas recordações boas estão no quarto. Pelo chão do quarto, seguindo até a cama, está coberto de pétalas de rosas, próximo da cama tem uma cesta, onde vejo os meus chocolates favoritos, as frutas de que mais gosto e um balde de gelo, com uma garrafa de vinho e duas taças. Ao fundo, uma música lenta e baixa, o quarto à meia luz. Tudo muito lindo e bem preparado. Não me lembro de já ter recebido, de alguém, algo tão lindo e especial. E mesmo que eu já tivesse recebido, ter sido feito por Ettore, torna esse sonho ainda melhor. Mas sei que isso não é um sonho, pelo contrário, estamos aqui, juntos, e esta é a mais linda realidade.
Violleta Ferrari Acordo sentindo beijos nas minhas costas e sorrio ao lembrar de tudo que fizemos ontem.— Bom dia, meu amor, vamos levantar? — Deixa eu dormir mais um pouquinho. — peço com a voz manhosa e recebo um tapa na bunda, que me faz sentar de uma vez.— Agora podemos tomar café da manhã, e aproveitar outras coisas além de dormir. — Ele fala, rindo.— Assim não vale, ainda estou cansada, e ontem gastamos muita energia.— Por isso mesmo, fiz um café da manhã repleto de coisas gostosas para repormos a energia que gastamos ontem a anoite.— Maravilhoso! Sorrio e me sento junto com ele, para comermos. Passamos a manhã inteira conversando, brincando, fazendo planos para o futuro, e claro, transando.Estreamos todos os cômodos possíveis, banheiro, área, sala, cozinha e sacada já estão marcados por nós, e os que faltaram, nós marcaremos com o tempo. Mais tarde fomos para casa, pois precisamos cuidar de várias coisas e estamos morrendo de saudades do nosso bebê. Chegamos e meu pai
Violleta Ferrari Levanto da cama, e pelo jeito Ettore já saiu de casa para trabalhar, pois não o vejo em lugar nenhum. Tomo meu banho, coloco um vestido bem bonito e faço uma maquiagem básica, somente para disfarçar a cara de sono e as olheiras. Hoje vou até a empresa de Ettore, fazer uma surpresa e ver como estão as coisas por lá, não sou uma mulher ciumenta, mas é sempre bom deixar claro que a dona do coração dele, sou eu. Desde que nos casamos não estive mais lá e agora, estou curiosa, para saber como anda tudo. Tomo somente um café, já que acordei tarde hoje; dou um beijo em Dante e o levo, de volta para o quarto. — Boa tarde, senhora! — A babá me cumprimenta, sorridente. — Bom dia, e boa tarde, já está quase na hora do almoço mesmo! — As duas sorrimos.— Tudo bem? A senhora está com uma aparência muito boa! — Ela diz.— Sim, está tudo ótimo. Hoje, nem eu, nem meu marido, poderemos levar Dante até o jardim, mas quero que você o leve para tomar sol e respirar ar fresco. Sempre q
Violleta Ferrari Desperto com uma dor de cabeça terrível, causando-me náuseas fazendo meu estômago se revirar. Tento me mexer, mas estou amarrada em uma cadeira. Meu coração palpita e o medo se faz presente. Faço uma prece rapidamente na esperança de que Ettore me ache a tempo.— O destino não podia ser mais filho da puta, não é mesmo minha cara? — Minha atenção é chamada para um outro homem diferente do que me sequestrou. Ele é mais velho, forte, mas que já carrega as marcas da velhice consigo. Seu sorriso zombeteiro se mantém aberto no seu rosto mostrando os dentes amarelados. Mediante as suas palavras fico confusa, pois nunca o vir. Mas, ele parece confiante do que diz. — Perdão, deixe-me se apresentar... — Ele ajeita a sua gravata e diz: — Viktor Petrov, sou seu tio, menina. — O que você quer comigo? Não vá me dizer que esse é o seu jeito carinhoso de tratar os seus familiares? — digo, com deboche sentindo as cordas machucarem meus pulsos enquanto tento me mover. — Não seja d