NICHOLAS— Olá, querido — diz Catharina, sorrindo sedutora. Seus olhos brilham de expectativa. — Estava ansiosa pela sua chegada. Faz tempo que não aparece por aqui, não é mesmo? Senti muito a sua falta.Cruzo os braços, frio, sem paciência para esse jogo.— Não tinha interesse em vir — respondo, direto. — Só apareço quando tenho vontade. Se preferir, posso simplesmente me retirar e não voltar mais. E, sinceramente, não quero mais ouvir cobranças sobre a minha frequência aqui.Sei que minha resposta a incomoda, mas não me importo. Catharina deveria ter aprendido a lidar com isso. Entre nós, nunca houve promessas. Nunca houve ilusões. Sempre fui claro: é apenas sexo.Ainda assim, as mulheres parecem ter dificuldade em aceitar limites quando o desejo se torna frequente. Elas confundem prazer com apego, corpos entrelaçados com sentimentos. Eu não quero compromisso, nunca quis.Houve uma única exceção. Mas isso pertence ao passado.E agora, por mais que eu tente fugir, aquela exceção volt
NICHOLASEstaciono o carro na garagem e entro em casa. O som da televisão ecoa pela sala. Estranho. A essa hora, apenas Lunna costuma ficar aqui, dizendo que a sala a faz sentir como se estivesse no cinema.Caminho até o sofá e me deparo com Sarah, adormecida, enrolada em cobertores.Por que ela está aqui? Ela quase nunca usa este cômodo. Desligo a TV, ponderando se devo acordá-la ou deixá-la dormir. Opto pela primeira opção.— Sarah, vá para o seu quarto — digo, tocando-a suavemente.Ela se mexe, abrindo os olhos lentamente.— Que horas são? — murmura, antes de estreitar os olhos. — Pensei que passaria a noite na casa de uma das suas tantas companheiras. Seria interessante escolher apenas uma, caso contrário, corre o risco de pegar alguma doença.Minha paciência se esgota. Quem ela pensa que é para falar das mulheres com quem fico? E ainda com esse tom calmo, como se eu fosse irrelevante para ela?A irritação cresce. Será que ela realmente não sente nada por mim? Estou me enganando
NICHOLASEla treme. De raiva? De desejo? Não sei. Mas estou tão perto dela que não consigo mais me conter.Meus lábios encontram os seus, tomados pela saudade, e o gosto dela explode na minha boca como uma maldita droga viciante.Como eu senti falta desse beijo!Nosso beijo é intenso, faminto, selvagem. Minhas mãos exploram seu corpo com uma urgência que nem eu mesmo compreendo, sentindo sua pele se arrepiar ao meu toque.Que mulher maravilhosa! Ela me enlouquece. Me faz perder a cabeça.Os gemidos dela escapam, provocados por meus beijos e toques ousados. Para alguém que afirmava não me querer, seu corpo está se entregando sem reservas. Meus dedos descem, encontrando seu centro úmido, e um sorriso satisfeito se espalha no meu rosto.— Você diz que não me deseja… mas olha só pra você, Sarah. — Sussurro contra sua boca, provocando. — Molhadinha pra mim. Como sempre.Ela solta um suspiro ofegante quando pressiono dois dedos contra sua entrada, deslizando facilmente. Seu corpo responde
NICHOLAS A joguei na cama, arrancando um suspiro surpreso dela.— Sabe há quanto tempo eu espero por isso? — murmurei contra sua pele enquanto minhas mãos deslizavam por suas coxas, separando-as.Ela mordeu o lábio, os olhos escurecidos pelo desejo.— Então me mostra.Um grunhido saiu do fundo da minha garganta antes que eu rasgasse sua camisola, ansioso demais para perder tempo com delicadezas. Minha boca desceu pelo seu pescoço, mordiscando sua pele até sentir seu corpo tremer.Meus dedos deslizaram entre suas pernas, encontrando-a completamente molhada para mim.— Você gosta quando sou bruto assim? — Sussurrei contra sua boca, deslizando um dedo para dentro dela e sentindo seu corpo se arquear na mesma hora.Sarah soltou um gemido desesperado, os olhos fechados enquanto eu a provocava com toques lentos e intensos.— Responde, Sarah. — Exigi, aumentando a velocidade.— Sim… — Ela arfou, apertando meus ombros. Satisfeito com sua resposta, continuei minha tortura até que seu corpo
SARAHTodas as experiências proporcionadas por Nicholas haviam sido intensas. Depois de tanto tempo sem intimidade, sentir sua presença de forma tão visceral foi algo único, marcante. Cada toque, cada sussurro, tudo parecia ter ficado gravado em minha pele.Quando despertei, ele já não estava mais no quarto. Olhei para o relógio e me surpreendi ao ver o quanto tinha dormido. Isso era raro para mim. Levantei-me com o corpo relaxado, uma sensação boa, porém, ao mesmo tempo, inquietante. Segui para o meu quarto, onde poderia retomar minha rotina de cuidados, afinal, no quarto de Nicholas não havia nada meu.No banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes, tentando afastar a névoa de pensamentos que insistiam em me consumir. Tomei um banho longo e quente, permitindo que a água levasse qualquer resquício de dúvida sobre o que tinha acontecido na noite anterior. Ao terminar, sequei os cabelos, vesti algo confortável e fui procurar minha filha.Lunna estava na sala, assistindo televisão ao la
SARAHEu estava quase adormecendo quando ouvi a voz suave da minha filha chamando na porta. Um peso familiar pousou sobre meu peito enquanto me levantava devagar, segurando o puxador da porta, já antecipando as palavras tristes que ela estava prestes a dizer.— Mamãe, por que você foi embora sem a gente? — Sua voz carregava um tom de decepção, como se, mais uma vez, eu tivesse falhado com ela. — Eu queria tanto passar mais tempo com vocês dois... Quando fomos te procurar, você já não estava mais lá.A culpa me atingiu como um golpe certeiro. Meu coração se apertou ao ver a expressão de mágoa no rosto dela. Eu me sentia a pior mãe do mundo naquele instante.— Desculpe, querida — murmurei, tentando amenizar sua dor — mas eu estava exausta e congelando. Voltei para casa e deixei um recado para o seu pai. Prometo que vou ficar aqui, mesmo não gostando muito, até o verão chegar. Assim, poderemos sair todos os dias com ele. O que acha? Você sabe que eu não sou muito fã do frio.Seus olhos b
SARAHEstou prestes a completar vinte e sete anos, enquanto minha filha logo fará onze. Nunca me arrependi de tê-la. Nunca cogitei abandoná-la. Sei que algumas mulheres tomam essa decisão por não terem outra escolha, e jamais as julgaria. Às vezes, a única forma de garantir segurança a uma criança é entregá-la para adoção. Mas o que não aceito é a crueldade. Não consigo entender como alguém pode fazer mal a um ser indefeso, a uma criança que não pediu para nascer e que não tem culpa de nada. Pensar nisso me revolta tanto que prefiro afastar esses pensamentos.Observo Lunna adormecida no sofá. Ela não aguentou ver nem dez minutos do filme antes de apagar. Provavelmente está exausta depois de patinar a tarde inteira. Um sorriso surge no meu rosto. Com cuidado, a pego no colo e a levo para seu quarto. A deito, cubro-a e deixo um beijo suave em sua testa. Ela é o meu mundo.Com a casa em silêncio, aproveito para tomar um banho rápido e vestir algo confortável. Ou pelo menos o que deveria
SARAHDesde que o provoquei pela última vez, Nicholas só piorou com sua arrogância e chatice. Mas eu não caí mais nesse jogo. Cansei. Não vou me rebaixar. Sei muito bem que ele me deseja vejo isso em seus olhos sempre que me observa, principalmente quando estou com minhas camisolas. Mas essa batalha de quem provoca quem já não me interessa mais. No final, quem sempre sai machucada sou eu.Eu deveria odiá-lo com todas as minhas forças. Esse era o sentimento que fazia sentido, a emoção que deveria me dominar. Mas, por algum motivo, não consigo.Minha intenção era confrontá-lo sobre o que aconteceu entre mim e Felipe, mas Felipe simplesmente desapareceu, levando consigo as respostas que eu tanto precisava. Como pode ter acreditado naquela mentira absurda? Como alguém tão zeloso e possessivo foi enganado tão facilmente? Quem teria interesse em nos separar?Minhas amigas, todas chegaram à mesma conclusão: alguém armou tudo. Mas quem? E o que ganharia com isso?A frustração me corrói toda v