DIFERENTE DO QUE ERA a sua vida em sua casa, estar na Companhia de Teatro da escola era algo que o tirava daquele submundo em que vivia, seu pai alcoólatra, transformava sua vida num verdadeiro inferno, quando não tentava espancá-lo conseguia espancar a sua mãe, e por vezes até estuprá-la, ele sabia que por alguma sorte divina ele nunca tinha pensado nele daquela forma, mas do seu pai daria para esperar qualquer coisa.
Michael também não conseguia culpar diretamente a sua mãe, já que era uma vítima de seu pai que sempre tratava a si mesmo como vítima de tudo e todos, descontando assim nele e em sua mãe suas próprias frustrações e derrotas.
Mas nem sempre a vida de Michael havia sido aquele inferno, por muito tempo eles viviam numa espécie de purgatório, o
ALICE FOI BRUTALMENTE assassinada certa noite e algumas pessoas disseram que um garoto frequentava a casa dela há alguns meses, a polícia já conhecia Cain muito bem e não foi difícil de associarem que dois mais dois era igual a quatro.— Mas eu não fiz nada.— Claro que não... você nunca faz nada, não é mesmo, garoto?Cain ia protestar, mas recebeu uma bofetada do policial que o jogou imediatamente ao chão.— Acho bom você entender quem manda nisso aqui, garoto, esta é a vida, ou você se adapta ou simplesmente a natureza se encarregará do resto... ou seja, eu sou a natureza e vou me encarregar de você rapidinho.CAIN FICOU SOB CUSTÓDIA e no dia em que era para ser seu julgamento, tudo o que viu não foi justiça, era um castelo de cartas marcadas, era como se ele fosse mudo em uma histó
ASSIM QUE CHEGOU EM CASA após o baile, depois de ter saído com quase todas as garotas e transado com três delas, seu pai estava esperando-o na porta de casa com a cinta na mão.— Aonde você estava, moleque?Michael mostrou a coroa para seu pai.— Estava no baile da escola.— Baile da escola serve para aqueles que vão para a faculdade, um traste como você não merece ir a baile nenhum, deveria ser grato a mim pela vida que tem.Michael olhou para o lado e viu sua mãe sentada chorando, estava com um olho inchado e marcas de cinta no rosto, braço e Deus sabe lá onde mais.— Seu verme – murmurou ele com raiva – você vai pagar.Sua mãe se levantou rapidamente e segurou levemente o seu braço e sussurrou.— Nãoooo filhoooo ele éééé seuuu paiiii....
— SEU PAI... – sussurrou Claire ao filho.Michael estava carregando a mãe semiconsciente no colo, ela era tão leve e frágil que o fazia ter ainda mais ódio do pai...— Vai dar tudo certo, mãe... eu vou cuidar de você daqui para frente...Eu vou cuidar de você, Claire...Eu vou te amar e cuidar de você, querida... Ela sempre viveu de promessas...E promessas sempre a machucavam...Todo mundo que prometia algo para ela no fim a machucava...Seu pai...Seu marido...E agora seu filho...ELES CHEGARAM ao hospital e Claire foi imediatamente atendida.— O que aconteceu com ela, garoto?— Eu caí... – disse num esforço descomunal.— Ela apanhou do meu pai – disse Michael com firmeza.— Tem certeza do
CLAIRE NASCEU no mesmo dia em que sua mãe morreu, na verdade, ela causou a morte de sua mãe e seu pai, por mais que houvesse prometido cuidar dela para a sua mãe, nunca fez questão de cumprir quaisquer de suas promessas.— Pai... o senhor me dá uma boneca?— Claro querida.Os anos se passaram e a única boneca que ele deu foi a própria solidão.Ele era um homem bonito e tinha um sorriso encantador, mas Claire não era a única que recebia promessas que não eram cumpridas.As memórias de sua infância eram de mulheres e mais mulheres entrando pela porta sorridentes e saindo chorando, algumas eram mulheres muito boas que tentavam interagir com ela, lhe davam brinquedos e presentes – os únicos que ganhou em vida – lhe davam comida que não fossem as sobras do que seu pai deixava, ela um milagre ela estar viva.—
MICHAEL ESTAVA assistindo à cerimônia do Oscar na TV do quarto do hospital, ele sonhava sozinho imaginando se Deus um dia lhe daria a oportunidade de provar que era bom o suficiente para estar ali um dia entre os melhores atores do mundo.Kennedy Clark um dia disse que se ele não vencesse, ninguém mais seria digo de vencê-lo.Michael só queria acreditar nisso como o seu tutor acreditava.Michael viu a mãe se mexer e foi até ela:— Você tem que descansar, mãe, não se mexa no momento.— Espero que um dia possa me perdoar, filho.— Não tem nada que eu tenha que te perdoar, mãe, você não tem culpa alguma por tudo o que aquele canalha fez contra nós dois.Ela afagou carinhosamente seu rosto.— Você é tão lindo, sabia? Eu sempre soube que você era uma pessoa especial, tem um dom
MAISIE ENTROU NO CARRO seguida por seu irmão e se fechou em um silêncio sepulcral, seus pais imaginavam que aquele dia seria mágico e inesquecível para ela, que a filha chegaria irradiante.— Como foi o baile, querida?Maisie bufou indignada já demonstrando claramente que não queria muita conversa com ninguém, e isso incluía as pessoas mais importantes de sua vida.— Foi um fiasco, pai – disse Kevin visivelmente alegre querendo colocar mais lenha na fogueira contra a irmã.— É um idiota mesmo...Kevin se deliciava com aquele momento de glória contra a sua irmã mais velha.— Acho que os dois poderiam ser menos ásperos um com o outro – disse a mãe tentando colocar panos quentes no momento.— Se ela não fosse uma derrotada, quem sabe.— Kevin... – interviu o pai de f
HANNAH ESTAVA NO CONSULTÓRIO esperando o doutor.— Vai dar tudo certo, querida.Hannah segura a mão da mãe e lhe dá um sorriso afetuoso.— Será que eu poderia conversar com o médico a sós, mãe?A mãe fez cara de quem não estava entendendo nada daquilo.— Está acontecendo alguma coisa, querida?— Claro que não... Só que quero ter mais responsabilidade sobre mim mesma, afinal, em breve irei casar.A mãe de Hannah sorri afetuosamente.— Claro... Claro... Às vezes esqueço que minha filhinha cresceu.— Obrigada, mãe...O médico entrou e sua mãe saiu.— Os resultados chegaram, doutor? É muito grave?O médico sorri.— Temo trazer uma notícia maravilhosa, mas que irá impactar o resto de sua vida.
JAMES SHEPARD ERA FILHO de um metalúrgico e Olívia filha de mãe solteira, tudo o que ela sabia é que seu pai tinha iludido sua mãe, tiveram uma tórrida noite de amor e nunca mais se viram.James era filho de pais tradicionais, honestos e extremamente trabalhadores, ele não se lembra de ver os pais tirarem férias para passear com a família e nem nada do tipo, nem mesmo visitar seus avós, que segundo seus pais, ligavam tanto para ele quanto ele ligava para eles, a felicidade era a distância dos laços familiares.Olívia já era muito ligada à mãe, tanto que ao conhecer James em uma loja de conveniência em que trabalhava, sua mãe deu o aval para aquele namoro dar certo, noivaram e foram morar na casa dela com sua mãe e tiveram uma vida feliz juntos.Quando os filhos vieram, sua mãe se foi, quase que uma bênção p