— SEU PAI... – sussurrou Claire ao filho.
Michael estava carregando a mãe semiconsciente no colo, ela era tão leve e frágil que o fazia ter ainda mais ódio do pai...
— Vai dar tudo certo, mãe... eu vou cuidar de você daqui para frente...
Eu vou cuidar de você, Claire...
Eu vou te amar e cuidar de você, querida...
Ela sempre viveu de promessas...
E promessas sempre a machucavam...
Todo mundo que prometia algo para ela no fim a machucava...
Seu pai...
Seu marido...
E agora seu filho...
ELES CHEGARAM ao hospital e Claire foi imediatamente atendida.
— O que aconteceu com ela, garoto?
— Eu caí... – disse num esforço descomunal.
— Ela apanhou do meu pai – disse Michael com firmeza.
— Tem certeza do
CLAIRE NASCEU no mesmo dia em que sua mãe morreu, na verdade, ela causou a morte de sua mãe e seu pai, por mais que houvesse prometido cuidar dela para a sua mãe, nunca fez questão de cumprir quaisquer de suas promessas.— Pai... o senhor me dá uma boneca?— Claro querida.Os anos se passaram e a única boneca que ele deu foi a própria solidão.Ele era um homem bonito e tinha um sorriso encantador, mas Claire não era a única que recebia promessas que não eram cumpridas.As memórias de sua infância eram de mulheres e mais mulheres entrando pela porta sorridentes e saindo chorando, algumas eram mulheres muito boas que tentavam interagir com ela, lhe davam brinquedos e presentes – os únicos que ganhou em vida – lhe davam comida que não fossem as sobras do que seu pai deixava, ela um milagre ela estar viva.—
MICHAEL ESTAVA assistindo à cerimônia do Oscar na TV do quarto do hospital, ele sonhava sozinho imaginando se Deus um dia lhe daria a oportunidade de provar que era bom o suficiente para estar ali um dia entre os melhores atores do mundo.Kennedy Clark um dia disse que se ele não vencesse, ninguém mais seria digo de vencê-lo.Michael só queria acreditar nisso como o seu tutor acreditava.Michael viu a mãe se mexer e foi até ela:— Você tem que descansar, mãe, não se mexa no momento.— Espero que um dia possa me perdoar, filho.— Não tem nada que eu tenha que te perdoar, mãe, você não tem culpa alguma por tudo o que aquele canalha fez contra nós dois.Ela afagou carinhosamente seu rosto.— Você é tão lindo, sabia? Eu sempre soube que você era uma pessoa especial, tem um dom
MAISIE ENTROU NO CARRO seguida por seu irmão e se fechou em um silêncio sepulcral, seus pais imaginavam que aquele dia seria mágico e inesquecível para ela, que a filha chegaria irradiante.— Como foi o baile, querida?Maisie bufou indignada já demonstrando claramente que não queria muita conversa com ninguém, e isso incluía as pessoas mais importantes de sua vida.— Foi um fiasco, pai – disse Kevin visivelmente alegre querendo colocar mais lenha na fogueira contra a irmã.— É um idiota mesmo...Kevin se deliciava com aquele momento de glória contra a sua irmã mais velha.— Acho que os dois poderiam ser menos ásperos um com o outro – disse a mãe tentando colocar panos quentes no momento.— Se ela não fosse uma derrotada, quem sabe.— Kevin... – interviu o pai de f
HANNAH ESTAVA NO CONSULTÓRIO esperando o doutor.— Vai dar tudo certo, querida.Hannah segura a mão da mãe e lhe dá um sorriso afetuoso.— Será que eu poderia conversar com o médico a sós, mãe?A mãe fez cara de quem não estava entendendo nada daquilo.— Está acontecendo alguma coisa, querida?— Claro que não... Só que quero ter mais responsabilidade sobre mim mesma, afinal, em breve irei casar.A mãe de Hannah sorri afetuosamente.— Claro... Claro... Às vezes esqueço que minha filhinha cresceu.— Obrigada, mãe...O médico entrou e sua mãe saiu.— Os resultados chegaram, doutor? É muito grave?O médico sorri.— Temo trazer uma notícia maravilhosa, mas que irá impactar o resto de sua vida.
JAMES SHEPARD ERA FILHO de um metalúrgico e Olívia filha de mãe solteira, tudo o que ela sabia é que seu pai tinha iludido sua mãe, tiveram uma tórrida noite de amor e nunca mais se viram.James era filho de pais tradicionais, honestos e extremamente trabalhadores, ele não se lembra de ver os pais tirarem férias para passear com a família e nem nada do tipo, nem mesmo visitar seus avós, que segundo seus pais, ligavam tanto para ele quanto ele ligava para eles, a felicidade era a distância dos laços familiares.Olívia já era muito ligada à mãe, tanto que ao conhecer James em uma loja de conveniência em que trabalhava, sua mãe deu o aval para aquele namoro dar certo, noivaram e foram morar na casa dela com sua mãe e tiveram uma vida feliz juntos.Quando os filhos vieram, sua mãe se foi, quase que uma bênção p
MAISIE, NA HORA em que ouviu o homem, imediatamente se abaixou com medo e começou a rezar, era a primeira vez que rezava a um deus, qualquer um que fosse, se existisse um deus realmente no céu, ou vários, em uma outra realidade ou dimensão que pudesse ouvir os lamentos de sua alma e salvá-la... salvar a sua família...Mas então, ela ouviu dois tiros e ouviu o grito da mãe...Meu Deus... por favor... ajuda-me...Mais um tiro e a voz da mãe também se silenciou...Meu Deus... por favor... ajuda-me...Seu irmão não falava absolutamente nada.Meu Deus... por favor... ajuda-me...UM TIRO ACERTOU na cabeça do pai e o outro o seu irmão no peito, sua mãe gritou por desespero ao ver o sangue do marido nela e novamente ele disparou e poucos segundos ela ouviu a voz estridente dela se calar.Mais
MICHAEL ESTÁ NO CORREDOR chorando em total desespero, ele não sabia o que iria acontecer com seu pai que ficou lá em sua casa desacordado, sua mãe estava com os dias contados devido a um câncer em fase terminal, mas uma cena completamente inesperada se desenrolou.Uma equipe médica passou levando uma garota baleada e imediatamente a reconheceu.Maisie? Mas que diabos aconteceu?Ele tentou acompanhá-la, mas imediatamente foi bloqueado por um enfermeiro.— Quem você pensa que é, rapaz?— Sou o noivo dela – mentiu ele.— Então reze por ela, garoto.— É muito grave?— No momento só Deus pode te dar essas respostas.ELE FICOU ALI AGUARDANDO na porta, quando um médico veio falar com ele.— O senhor é Michael Vane?— Sou eu... como ela está?
CAIN NÃO SABIA O QUE FAZER, estava muito assustado, viu aquelas pessoas mortas dentro do carro e desta vez ele era o culpado, havia matado um policial e quatro inocentes que não tinham culpa alguma por sua própria infelicidade.Eu disse para eles não se mexerem...Eu disse para eles não se mexerem...Cain imaginava que existisse algum demônio dentro dele que ficava repetindo aquelas palavras para tortura-lo ainda mais.Mas quanto mais Cain corria, mais se sentia cansado daquilo tudo, foi então que uma viatura da polícia o cercou, ele tentou dar meia-volta, mas outra viatura bloqueou o seu caminho, os policiais ficaram atrás da porta e apontaram as armas contra ele.Ele sabia que o policial estava certo, não havia mais para onde correr... não havia mais lugar para fugir... não havia mais nenhuma saída... mas...— Cain... &nd