Fazia um calor insuportável naquela tarde de sábado. Mila e eu estávamos sem nada para fazer e a piscina era uma tentação irresistível.

— Carol, tá fazendo muito calor e não temos lição, vamos pra piscina? — sugeri.

 — Ah vamos, aproveito pra pegar um bronze — respondeu ela, animada.

Corremos para casa e subimos as escadas até o quarto. Coloquei meu biquíni azul marinho, pegamos protetor solar e corremos para a água fresca.

Pouco depois, Maria — a governanta atenciosa de sua família — trouxe uma bandeja com limonada e lanches. Relaxamos e nos refrescamos na piscina enquanto conversávamos sobre a vida e planos futuros.

Algumas horas depois, deitamos nas espreguiçadeiras para tomar um banho de sol quando, do nada, Lucas apareceu ao lado da piscina.

— O dia acaba de ficar melhor — disse Lucas, com um sorrisinho no canto da boca.

— Ah Lucas, você por aqui? — perguntei surpresa, mas contente de vê-lo.

— E devo dizer que o chefe tá uma arara. Bom, já tô indo e meia-noite eu te pego aqui — ele murmurou antes de sair.

Assim que ele saiu, Mila apareceu do outro lado do jardim e, sem perder tempo, começou a me encher de perguntas sobre nosso possível encontro aquela noite.

Respondi simplesmente que sim, mas não estava disposta a dar detalhes. Meia hora depois somos interrompidas quando vi Jacob se aproximando com seu laptop, com Lucas logo atrás.

Notei o olhar de Jacob que parecia queimar em mim, mas fingi que não era comigo. Quando ele passou, aproveitei e pedi animadamente:

 — Lucas, você poderia me ajudar a passar o protetor solar?

— É... melhor não — respondeu ele meio hesitante.

— Vai, não posso ficar queimada de sol né. Ele acabou concordando meio constrangido, mas começou a passar o protetor em minhas costas.

Eu olhava de lado e percebia uma fumaça de raiva sair de Jacob. Eu sabia exatamente o que fazia. Sussurrando, Lucas disse: "Olha como me deixou excitado, que corpo maravilhoso, será que eu aguento uma cavalona dessas?"

Ri com um sorriso malicioso e, em um tom de voz ligeiramente mais alto para que Jacob também ouvisse, brinquei: "Claro que aguenta e se não aguentar tem a língua e os dedos."

Jacob, de repente, levantou-se irritado: — Já chega! Lucas tá dispensado.

Lucas apenas deu de ombros e saiu, enquanto um clima de tensão e diversão pairava no ar.

Definitivamente, aquele sábado à tarde na piscina não estava nem perto do tédio que prevíamos. Era mais um dia inesquecível em meio ao calor do verão.

-Oque é isso Carol?disse Jacob com um tom irritado e alto.

-So pedi ajuda senhor,não sabia que não podia afinal já peguei sol demais vou procurar a Mila.

Sai de lá sem deixar ele responder,era bem isso que queria quero vê onde isso vai se é só uma atração física ou se tem algo além afinal não posso arriscar minha reputação e o dinheiro.

No final da tarde recebo uma ligação da minha tia.

-Filha bem logo pro hospital sua mãe ficou bem ruim e o médico disse que ela não passa de hoje

-Oque?disse gritando e atraindo a atenção da Mila.

- Filha vem o mais rápido possível no hospital central

Nem consegui raciocinar direito chame um Uber e corri pra dentro pra colocar um vestido,logo mais que vesti o Uber já chegou e eu entrei com muita pressa.

-Carol,espera disse Mila gritando

E Jacob logo vai lá fora vê oque tá acontecendo

-Papai a Carol saiu correndo

-Como assim?Disse Jacob com raiva no olhar

-Ela recebeu uma ligação e saiu correndo.

Mensagens atrás de mensagens de Jacob exigindo explicações, concluídas com uma demissão impiedosa: suas coisas estariam a caminho de sua casa.

O caminho para o hospital foi uma corrida contra o tempo e contra sua própria mente.

Quando finalmente chegou, sua tia estava na sala de visitas, junto com Helena, sua amiga, ambas visivelmente abaladas. O encontro com a realidade não poderia ser adiado por mais tempo.

- Ela tá no quarto só te esperando.

Vou em direção ao quarto com o coração na mão tentando não transparecer o meu medo.

- Mamãe?

-Filha a culpa não é sua,você não deve se culpar isso são coisas que aconteceram porque tinha que acontecer,só quero que você viva sua vida e não se esqueça que eu sempre estarei ao seu lado mesmo que você não veja.

Com essas palavras ela se foi...

- Mamãe não vai!Eu preciso de você! Não vai começo a gritar e sacudir ela.Minha tia logo ouvindo entra no quarto e me abraça com muita força.

- Tia eu preciso dela,falo entre os soluços

- Todos precisamos amor,mas você ainda tem a mim.

Continuo chorando inconsolável nos braços da minha tia enquanto a Helena resolve todos os meios burocrático pro velório.