Ivone Fritz Ouvir o que Carolina tinha em mente é praticamente loucura, mas vi que ela estava decidida em fazer isso. Assim como o olhar de Bruno estava triste ao ouvi-la. Entretanto, via como ele já estava conformado com a situação que ele mesmo causou. Também estava claro que Carolina o perdoou por pegá-lo transando com outra mulher. E que tudo isso só está acontecendo por que ela perdeu a confiança no homem que a chama de Deusa. Talvez se ela se afastar com a história de gravidez de risco, ela tenha a gravidez tranquila e com o Hassan cuidando de tudo ao seu redor. Por mais que ame meu filho, ele cometeu o pior dos erros. Não por transar com a mulher, mas por prometer que nunca mais beberia a ponto de cometer outra idiotice. Pelo que conheço de minha nora, se fosse apenas o fato de ter deslizado, ela o puniria e tentaria levar o casamento. Mas quebrar uma promessa para a mulher que diz amar, foi a última gota que ela precisa para transbordar. Meu filho nunca soube beber, nem q
Hassan Al-Makki Sabia muito bem o que estava acontecendo entre minha Sayidati e seu marido naquele quarto. Quando aceitei levá-la para seu quarto de madrugada, sabia onde estava me enfiando, tinha convicção de que ela ainda é apaixonada por Bruno e que o risco de ser descartado era alto de mais. Porém, isso não me importava, o que realmente quero é que Carolina se sinta bem, que ela supere a dor que continua sentindo com o que passou. Volto em direção para a cozinha e observo Frank com um olhar preocupado com o fato de eles estarem conversando sozinhos. — Não sente ciúmes? — Sua pergunta me tira uma gargalhada. — Não, entrei nisso sabendo muito bem o que poderia acontecer… A nossa conversa durou o tempo suficiente para Sayidati e Bruno pudessem fazer bem mais que apenas uma conversa. Quando estava saindo da cozinha para a garagem sou surpreendido com Bruno que me acerta um soco, deixo que ele faça o que precisa, já que entendo toda a confusão que está acontecendo. Frank me ajuda
Hassan Al-MakkiA ideia vinha se passando em minha cabeça desde quando percebi que Sayidati não estava melhorando, ela ainda sentia dor pela separação, mas não conseguia também ficar sem mim. Pelo menos era isso que estava sentindo quando ficava um pouco mais afastado.Agora observando a expressão do Bruno, fez com que me sentisse um idiota ao perguntar ao marido da mulher por quem estou apaixonado se ele aceita em dividi-la. Sei que pode dar certo.Começo a ver o seu rosto se contorcer em uma careta e me preocupo quando ele começa a avançar em minha direção.— Nem vem, não vou deixar que me toque dessa vez. — Digo e estufo o peito.— Como tem coragem de entrar em minha casa e fazer essa oferta? — O vejo cuspir as palavras em minha cara.— A mesma coragem que você teve em subir até o quarto dela e transar sabendo que estava no andar de baixo. — Sou surpreendido com o soco que ele tenta me acertar.— Filha da puta, desgraçado… — Me esquivo de outro golpe e acerto o meio da cara.— Me x
Bruno AlcântaraEntramos no quarto ouvindo a piadinha da minha irmã, vejo como todos estão aflitos por notícias de Carolina. Hassan senta em uma poltrona e fica olhando para a roupa suja que estava no saco que havíamos recebido.Os seguranças ficam do lado de fora e me aproximo de minha mãe que parecia estar preocupada com a forma silenciosa que entramos, principalmente por ver Hassan devastado da forma que via. Sorrio para minha irmã, mas nesse momento não estava em clima de brincadeiras.— Um dos bebê está morto e minha Deusa passará por um precedimento para facilitar o aborto. — Digo a todos o que está acontecendo.Deixo a tristeza de perder um filho sair, choro entre os braços de minha mãe. Enquanto observo minha sogra ir acalentar Hassan, que estava calado demais olhando para as roupas.Não consigo ouvir o que ele dizia para minha sogra, mas pelas lágrimas que via escorrendo por seus olhos me preocupei. Já que faremos isso, preciso que o homem que está ao lado de minha esposa est
Bruno AlcântaraAcordo com um sussurro baixinho e a mão de minha Deusa em meu rosto, a via com um semblante um pouco mais triste do que estou acostumado a ver diariamente desde a nossa primeira separação.Ergo a cabeça e vejo Hassan ajoelhado com as mãos no rosto entoando alguma oração, franzo as sobrancelhas observando o homem que está entrando em minha vida. Quando ia chamá-lo, sinto os dedos de Carol em meus lábios.— Está orando, não atrapalhe! — Ela diz com um sorriso de canto.Volto a deitar ao seu lado e ergo o lençol que a cobria, ela já estava mexendo os pés e passou um dos joelhos por cima dos meus, relaxo na cama agora com um pouco mais de espaço e aproveito a sensação de tê-la em meus braços.— Vamos precisar de uma cama maior… — Ela diz e faço uma careta.— Não tem necessidade, Hassan pode ficar no armário ou no box. — Digo e sinto um beliscão.— Pensei que tivesse aceitado? — Vejo duvida em seu rosto.E pela forma como ela se afastou acho que acabei magoando a mulher que
Carolina AlcântaraOs dias se passaram tão rápido que muitas coisas aconteceram, tive alta e voltei para casa com Hassan ao meu lado e Bruno implicando com ele a cada nova rodada de café. Mas sabia que esse nervosismo é por estar se aproximando a nossa ida para o Sudão, existe algo que ele ainda não me contou. Mas deixou claro que gostarei e que vou entender porque ele está bem tranquilo.Hector veio para a nossa casa e pela forma como eles chegaram bem machucados sofreram uma emboscada, fazendo que o coitado do Miguel levasse a pior. Mas me surpreendo quando uma linda morena entra em minha casa toda preocupada com o Hector, xingando o máximo de palavrões possíveis em grego. Para a minha surpresa descobro que ela é foi assistente de Bonnie e por um acaso acabou sendo contrata por Hector alguns anos.Adorei ouvir a sua história, o quanto ela precisou superar e aceitar que mesmo quando a fama deslumbra e pede para seguir em frente, às vezes, mesmo que bem raramente, é preciso parar e ol
Carolina AlcântaraMesmo sentindo um desconforto enorme pela cerclagem, sorria feliz com a recepção que recebia da mãe de Hassan, ela me puxou para um abraço e logo em seguida a sua irmã se aproximou um pouco mais contida, mas demonstrou que estava feliz.— Me chamo Najla e essa é Raja, irmã de Hassan. — Ela diz ainda segurando em meu rosto.Via que elas estavam muito mais curiosas comigo do que eu estava com elas, a minha única preocupação era somente ser aceita por eles. Tinha medo que não me aceitassem por ser casada e pior ainda por estar grávida e ter outros filhos com o meu saco de músculos.O sorriso de cada uma delas, parecia tão genuíno e cuidadoso comigo, elas se colocaram ao meu lado, cada uma segurando em uma mão e falavam rápido em seu idioma e me sentia excluída pelo que estava acontecendo e só entendi o motivo quando vi Hassan se aproximando de seu pai o sheik Al-Makki.Durante os dias que fiquei apenas deitada em casa fiz uma pequena pesquisa sobre a família Al-Makki,
Hassan Al-Makki Havia muitos anos que não retornava para casa, vir aqui é lembrar daquele dia, é recordar de quando perdi a minha esposa e meu bebê, aquele momento ainda doe em minhas lembranças, foi algo doloroso para mim e para meus pais que também amavam a minha esposa. No início foi difícil para que meu pai aceitasse a minha ida, demorou algum tempo para entender que estar ali me machucava. Ver a insistência de Sayidati em querer andar para causar uma boa impressão me fez entender o que Bruno havia dito sobre isso, mas o que poderia dizer a ela nesse momento. Sei que deve estar cheia de insegurança pela situação que estamos vivendo. Queria muito que Bruno estivesse aqui para saber a história da minha vida através de meu pai e não por mim. Meus batimentos parecem uma britadeira com a felicidade de ver meu pai ali em pé, via que ele passava as contas de seu masbaha entre seus dedos mais rápido que o normal, tenho certeza que ele estava tão ansioso do que eu estava naquele momento.