Thea fez questão de preparar uma grande festa de boas-vindas para os membros da matilha que retornavam do serviço militar. Agora que sabia que eles tinham se alistado para eventualmente fazer parte de sua equipe de proteção, ela se sentia ainda mais obrigada a fazer com que se sentissem valorizados.Ela preparou várias placas e as espalhou do lado de fora e dentro da casa da matilha: “Aqui é o seu lugar.” “Bem-vindos de volta.” “Que bom que estão de volta.” “Estamos orgulhosos de vocês.”Ela supervisionou a preparação dos quartos individuais no alojamento da matilha. Embora isso a deixasse desconfortável e ela tivesse certeza de que acabaria decepcionando a todos, ela entendia que a viam como uma espécie de semideusa, salvadora ou anjo encarnado. Sabia que estar nos quartos deles e deixar seu cheiro ali significaria muito para eles. — Uma prova de que essa pessoa tão reverenciada por eles havia estado ali, pensando neles. Ela não acreditava ser o que eles imaginavam, mas sabia que a ve
— Anders. — Disse Thea, reconhecendo-o das fotos que pendurou. Ela estendeu a mão. Ele olhou para a mão estendida dela como se fosse o Santo Graal, e ele fosse se incendiar ao tocá-la. Thea sentiu o peso de todo o tempo que eles dedicaram a ela, sacrificando tanto de suas vidas por uma causa em que acreditavam. Isso pesava em seus ombros, especialmente porque ela mesma não acreditava que essa causa fosse real. Mas agora não era hora de estourar a bolha deles. Eles estavam orgulhosos no momento, sendo recebidos em casa como heróis. Ela precisava agir à altura. Engoliu o medo de que acabaria decepcionando profundamente aqueles homens.Ela estendeu a outra mão, segurou o pulso de Anders e guiou sua mão até a dela. Com firmeza, apertou a mão dele com as duas. Notou que ele parecia se endireitar e ficar mais alto.— Em nome dos meus pais e de mim mesma, obrigada pelo seu serviço. — Disse Thea. — Bem-vindo de volta.Ele a olhou com adoração nos olhos, como se o simples fato de ela lhe dirig
No dia seguinte, os recrutas da equipe Delta começaram a trabalhar. Liam fez um relatório das experiências deles em missões militares e do que aprenderam em segurança privada ou investigação particular. Ele perguntou a cada um quais eram seus planos e se ainda desejavam integrar a equipe Delta. Todos responderam afirmativamente.— Vocês precisarão ser entrevistados e aprovados pelo Alfa. — Disse Liam. — Vamos passar pelo básico de como a equipe opera e ver se vocês querem se especializar em alguma área específica. Se tudo estiver em ordem, vocês devem ser capazes de fazer o juramento antes da primeira transformação da Thea.Após o encontro com Liam, cada homem foi direto para uma entrevista com o Alfa. Como esperado, todos eram confiáveis, leais e prontos para se comprometer.Os membros em potencial passaram as próximas semanas treinando com a equipe Delta, acompanhando a equipe de guarda, contribuindo para a vigilância e investigando pistas. Cada um demonstrou competência, dedicação,
O Alfa fez um discurso sobre a natureza sagrada do que estavam prestes a fazer, sobre a permanência daquele momento, e perguntou se alguém queria desistir. Ninguém quis. Ele continuou falando sobre a importância de proteger Thea e o quanto ela era especial. Então, quando chegou a hora, ele orientou que cada um deles se aproximasse, ajoelhasse diante dela e fizesse seu juramento. Um por um, eles se aproximaram, ajoelharam-se à sua frente e disseram estas palavras:— Juro pela Deusa da Lua proteger você com minhas mãos, meu lobo, minha vida. Prometo minha vida ao seu serviço, para fazer o que me pedir, guardar seus segredos, agir como uma extensão de você e agir apenas de forma que traga honra a você.Ela disse a cada homem que aceitava o juramento. Ao último, estava tomada pela energia que preenchia o ambiente. Sentia como se a deusa da lua estivesse presente, unindo todos ali. Quando o último homem se juntou ao grupo, Thea se levantou. Sentiu-se compelida a falar. Não percebeu que isso
Após a cerimônia de juramento, perceberam que todos na sala haviam crescido mais um centímetro. Seus sentidos ficaram mais aguçados. Estavam todos mais fortes. Os homens conseguiam sentir as emoções de Thea, saber onde ela estava.Não havia dúvida em suas mentes ou corações de que Thea tinha um Dom da Deusa, e que tinham feito a melhor escolha ao jurarem lealdade a ela. Não sabiam o que o futuro reservava, mas tinham certeza de que seguiriam Thea até os confins da Terra.Até Thea sabia que era importante para a deusa da lua que as coisas fossem assim. Ela não sabia o motivo, mas era inegável que a Deusa da Lua estava ali com eles.Os novos membros da equipe Delta foram incluídos no rodízio de segurança. Quando não estavam de guarda, seguiam pistas, tentando descobrir quem estava atrás de Thea.Eles continuaram participando das sessões de treino nas primeiras horas da manhã.Thea solicitou todo o currículo da escola sobre o vínculo de companheiros e o revisou, riscando as ideias prejudi
A equipe Delta os rodeou durante toda a noite, mantendo-se à distância para lhes dar a ilusão de privacidade.Thea adormeceu por volta das duas da manhã e acordou ao ouvir Alaric emitindo sons de dor. Ao se sentar, viu-o de quatro, com pelos surgindo em seus braços. As juntas estalavam, ossos se contorciam. Kai e Conri, ao lado dela, observavam atentos. A camisa de Alaric rasgou ao meio enquanto seu corpo mudava de forma e crescia, seguido pelas outras peças de roupa que se despedaçavam conforme ele se transformava. Parecia demorar uma eternidade.Finalmente, ele completou a mudança e um lindo lobo negro, de pelagem com uma camada inferior prateada nas patas, sacudiu o pelo. Ele farejou o ar, virou-se e olhou diretamente para Thea. Com um salto, aterrissou bem na frente dela e pressionou o focinho contra seu pescoço, inalando profundamente. Thea levantou a mão e passou os dedos pela pelagem dele.— Oi, lindão. — Ela sussurrou.O lobo estremeceu, então lambeu o ponto de marcação em seu
Thea olhou para o ombro, observando a mancha roxa que se formava.— Isso é um belo hematoma. — Comentou Kai.— Vou dar o troco nele. — Thea disse com um sorriso desafiador.Kai riu: — Não tenho dúvidas.Algum tempo depois, os dois lobos negros voltaram e se deitaram ao lado de Thea, ofegantes enquanto ela os acariciava. Logo em seguida, chegou a vez de Kai passar pela transformação. A mudança dele foi rápida; ele já estava habituado a ceder o controle ao seu lobo, tornando o processo natural e tranquilo.Kai também assumiu a forma de um lobo negro, com uma camada inferior prateada no peito. Ele se aproximou de Thea, esgueirando-se de forma furtiva, e a empurrou gentilmente para que ela se deitasse de costas. Ele se agachou e se deitou em cima dela.— Ah! Sério? Como é que eu vou conseguir te tirar de cima de mim agora? — Ela brincou.O lobo lambeu o rosto dela, enterrou o focinho em seus cabelos e respirou profundamente. Ele ficou assim por um tempo, imobilizando-a com seu peso.— Voc
— Desculpe também. — Disse Conri. — Acho que o Caleb achou que estava te dando uma massagem.— Talvez só deva fazer isso quando eu estiver na forma de lobo? — Disse Thea. — Sim. — Disse Conri. — O Damon estava usando o ponto de marcação para te acalmar e depois para tentar fazer você se transformar. — Disse Kai. — Desculpe por ele ter sido muito brusco.— Está tudo bem, pessoal. — Disse Thea. — Me contem sobre a conexão mental e como é correr como um lobo! — Vamos comer enquanto falamos. — Disse Conri. — Estou morrendo de fome.Eles vestiram um short de basquete e se aconchegaram perto de Thea. Tiraram comida e bebidas e comeram enquanto descreviam as coisas. — A primeira coisa foi sentir seu cheiro, Thea, — Disse Alaric. Ele deu uma mordida em seu pêssego. — A propósito, acho que descobri por que todos nós amamos pêssegos. — Sim. — Disse Conri. — Seu perfume. Você cheira a pêssegos. — É delicioso. — Disse Kai. Ele se inclinou e cheirou seu pescoço. — O Axel ficou louco. —