A manhã de sábado chegou, e os pais de Thea saíram cedo para tratar de assuntos da alcateia. Eles ficariam fora por alguns dias, talvez uma semana.Os trigêmeos observavam Thea arrumar-se para passar o dia com Misty. Ela arrumou o cabelo, colocou um pouco de maquiagem.Conri e Kai estavam ficando agitados e com ciúmes. — Não acredito que ela está se arrumando para ela, e não para nós. — Kai disse.— Gente. — Alaric falou aos seus irmãos. — Nunca demos a ela um motivo para se arrumar. Não estamos agindo diferente de quando éramos crianças. Ela é nossa parceira, e não estamos tratando-a como tal. Precisamos começar a levá-la para encontros adequados. — Gente. — Thea falou. — Vou passar o dia procurando bares gays. Tenho que me vestir como se quisesse estar lá. Pensem nisso como se eu estivesse disfarçada, e este é meu disfarce.— Ainda assim, deveríamos estar levando você para sair, fazendo coisas especiais para você. — Alaric affirmou.Thea caminhou até ele.— Estamos namorand
Thea e Misty conversaram enquanto dirigiam. O primeiro bar ficava a cerca de três horas de distância. Já era meio-dia, então o lugar não estava cheio, mas elas pediram alguns petiscos para sentir o clima do lugar.O próximo bar ficava a mais de trinta minutos de distância, e bastou um minuto lá dentro para perceberem que era um ambiente exclusivo para homens. E somente para homens e homens que gostavam de fazer sexo de maneiras específicasElas voltaram para o carro, rindo: — Os olhares deles quando entramos! — Misty disse, entre risadas.Eles ficaram, tipo, “vocês entraram no bar errado, amiga.”Sem pênis, sem entrada.Perceberam o duplo sentido ao mesmo tempo e caíram na gargalhada de novo.— Oi, minha nossa, nunca vou esquecer isso — Thea disse.Elas passaram por mais alguns bares, e, quando estavam saindo de um com tema europeu, Thea ouviu o estômago de Misty roncar:Tá pronta pra jantar?Se você estiver. — Misty respondeu.Marquei alguns restaurantes na região, já que imagi
Por que você acha que meu companheiro será uma menina? O que nos ensinam é que o principal objetivo deles é a procriação. — A Deusa da Lua não daria a você alguém que você não pudesse amar completamente. Os companheiros são feitos um para o outro. Os filhotes precisam de pais que se amem e permaneçam juntos. É isso que é o vínculo de alma. Família. Não é apenas procriação. Qualquer uma pode engravidar, mas ficar juntos é a parte difícil. Há muitas maneiras de casais do mesmo sexo terem filhos, desde doadores de esperma e substitutos até a adoção. Todos nós sabemos que os órfãos são um grande problema na comunidade dos lobisomens. Os ataques de lobisomens matam muitos pais. Acho que talvez haja um equilíbrio cósmico e nós o desequilibramos ao ensiná-lo de forma errada. Misty assentiu e disse:Gostaria que outras pessoas vissem isso como você.Vou tentar fazer com que elas vejam dessa forma.Posso perguntar uma coisa? Você ainda não se transformou, mas sente tanta vontade de ser compa
Alaric estava sentado na escrivaninha de Thea, olhando para o espaço. Kai estava sentado no chão, encostado na cama dela. Ele tinha um olho roxo, nariz inchado e lábio quebrado. Os nós de seus dedos estavam uma bagunça sangrenta. Suas roupas também. Conri estava na cama de Thea, agarrado aos travesseiros, respirando o cheiro dela e soluçando. Todos se viraram e olharam para ela, com dor em seus olhos. — O que aconteceu? — Thea, com preocupação em sua voz. Ela pensou que talvez tivesse acontecido um ataque desleal e alguém tivesse morrido. Conri pulou da cama, correu até ela, se ajoelhou e a abraçou o mais forte que pôde; — Por favor, não nos deixe. — Ele chorou. — Por favor. Eu vou ser melhor.— O quê? Eu não vou a lugar nenhum. O que está acontecendo? — Ela colocou as mãos em volta dele, tentando confortá-lo. Ela não se lembrava de tê-lo visto chorar. Ele era impulsivo e selvagem, mas não era chorão. Kai não queria falar. Era como se a luta o tivesse abandonado. — Não lidamos
— Sempre.Kai já havia saído quando elas saíram do chuveiro. Elas se vestiram e Thea colocou Conri na cama. Ela seguiu o cheiro de Kai até o antigo quarto dele, bateu levemente na porta e entrou. Ela se sentou ao lado dele na cama. Ele estava segurando um de seus travesseiros, respirando o cheiro dela. — Sinto muito, Kai. Se eu soubesse o que isso faria com você, não teria feito isso. Talvez devêssemos ter ido todos juntos. — Não vou impedir você de viver sua vida. — Disse Kai. — Não vou mais brigar com você. Serei melhor, eu prometo. Você merece ser feliz. — Estou feliz com você, Kai. Gosto de brigar com você. Eu amo exatamente como você é. Não quero que você mude.— Você me ama? — Kai disse suavemente. — Eu sempre amei você.— Eu não afastei você?— Não, Kai. De onde você tirou isso? — Então por que você sente a necessidade de passar um tempo longe de nós?— Não sinto. Eu odeio ficar longe de vocês.— Você a beijou?— Não! — Thea disse. Kai olhou para ela. — Eu não podia beijá
PONTO DE VISTA DE ALARICOntem foi incrível. Pulamos o almoço e fizemos amor com a Thea. Estávamos de roupa, mas foi isso mesmo: fizemos amor. Faltamos ao resto da escola, relaxamos no bosque e conversamos sobre mudanças. Foi um dia fantástico. Depois fomos para casa e encontramos todas as nossas coisas no quarto da Thea. Estávamos oficialmente morando juntos. Finalmente poderíamos dormir juntos todas as noites, estar juntos todos os dias. Não há motivo para nos separarmos. Nenhum espaço entre nós. Ela era nossa. Hoje, acordamos e vimos Thea se preparar para o dia com a Misty. Ela arrumou o cabelo e colocou maquiagem. Ela nunca usa maquiagem, a menos que seja um evento formal. Ela não precisa, é perfeita sem maquiagem, mas se ela usasse, significava que achava que a ocasião era muito especial. Ela queria impressionar alguém. Doía o fato de ela estar fazendo isso para outra pessoa. Quando a vi com o vestido azul-turquesa, cabelo penteado e maquiagem, fiquei sem fôlego. Ela sempre foi
Conri ficava irritado. — Já sou comprometido. — Dizia ele. Às vezes, a garota discutia e eu já tinha visto isso acontecer várias vezes. — Não, você não é. A Thea não sente nada por você. Você precisa seguir em frente e por que não comigo? Posso fazer você feliz. — E coisas nesse sentido, o que só deixava Conri ainda mais irritado. — Fique longe de mim. — Ele dizia. Se a moça o pressionasse ou o tocasse, ele se afastava e se tornava cruel. — Você me dá nojo. Seu toque é repulsivo. Nunca poderia querer alguma coisa com você. — Coisas assim. A essa altura, as pessoas sabiam que não deveriam nos tocar. A única pessoa que podia nos tocar era Thea. Quando uma garota se aproximava de mim, eu balançava a cabeça para ela. Se ela não entendesse a mensagem, eu a olhava nos olhos. — O desafio de um Alfa, em que ou você se submete ou lutamos até a morte. É claro que ela se submeteria e mostraria seu pescoço para mim, reconhecendo que eu era mais forte e poderia matá-la facilmente. Depois diss
Observei Kai deixar que o grupo o derrubasse no chão. Ele nem mesmo tentou bloquear os golpes. Ele não queria lutar. Queria ser espancado. Queria que a dor física e a adrenalina o distraísse. Foi por isso que meu pai proibiu Thea de nos deixar, todos aqueles anos atrás. Nada havia mudado. Nós não havíamos crescido. Éramos destrutivos sem ela. Percebi que as histórias de Alfas e seus companheiros eram verdadeiras. Se eles nunca encontravam sua companheira, tornavam-se selvagens. Se perdiam a companheira, ficavam loucos e morriam. Isso é o que acontece quando a outra metade de sua alma está faltando. Como Alfas, seríamos piores do que todo mundo. — Muito bem, já chega. — Eu disse, intervindo. Todos os rapazes se afastaram. Estendi minha mão para ajudar Kai a se levantar. Ele olhou para mim, furioso por eu ter interrompido a dor, mas pegou minha mão e eu o puxei para cima. Ele me deu um soco, e eu me esquivei. Ele tentou de novo e de novo e de novo. Ele não ia parar. Dei um soco que eu