Alaric estava sentado na escrivaninha de Thea, olhando para o espaço. Kai estava sentado no chão, encostado na cama dela. Ele tinha um olho roxo, nariz inchado e lábio quebrado. Os nós de seus dedos estavam uma bagunça sangrenta. Suas roupas também. Conri estava na cama de Thea, agarrado aos travesseiros, respirando o cheiro dela e soluçando. Todos se viraram e olharam para ela, com dor em seus olhos. — O que aconteceu? — Thea, com preocupação em sua voz. Ela pensou que talvez tivesse acontecido um ataque desleal e alguém tivesse morrido. Conri pulou da cama, correu até ela, se ajoelhou e a abraçou o mais forte que pôde; — Por favor, não nos deixe. — Ele chorou. — Por favor. Eu vou ser melhor.— O quê? Eu não vou a lugar nenhum. O que está acontecendo? — Ela colocou as mãos em volta dele, tentando confortá-lo. Ela não se lembrava de tê-lo visto chorar. Ele era impulsivo e selvagem, mas não era chorão. Kai não queria falar. Era como se a luta o tivesse abandonado. — Não lidamos
— Sempre.Kai já havia saído quando elas saíram do chuveiro. Elas se vestiram e Thea colocou Conri na cama. Ela seguiu o cheiro de Kai até o antigo quarto dele, bateu levemente na porta e entrou. Ela se sentou ao lado dele na cama. Ele estava segurando um de seus travesseiros, respirando o cheiro dela. — Sinto muito, Kai. Se eu soubesse o que isso faria com você, não teria feito isso. Talvez devêssemos ter ido todos juntos. — Não vou impedir você de viver sua vida. — Disse Kai. — Não vou mais brigar com você. Serei melhor, eu prometo. Você merece ser feliz. — Estou feliz com você, Kai. Gosto de brigar com você. Eu amo exatamente como você é. Não quero que você mude.— Você me ama? — Kai disse suavemente. — Eu sempre amei você.— Eu não afastei você?— Não, Kai. De onde você tirou isso? — Então por que você sente a necessidade de passar um tempo longe de nós?— Não sinto. Eu odeio ficar longe de vocês.— Você a beijou?— Não! — Thea disse. Kai olhou para ela. — Eu não podia beijá
PONTO DE VISTA DE ALARICOntem foi incrível. Pulamos o almoço e fizemos amor com a Thea. Estávamos de roupa, mas foi isso mesmo: fizemos amor. Faltamos ao resto da escola, relaxamos no bosque e conversamos sobre mudanças. Foi um dia fantástico. Depois fomos para casa e encontramos todas as nossas coisas no quarto da Thea. Estávamos oficialmente morando juntos. Finalmente poderíamos dormir juntos todas as noites, estar juntos todos os dias. Não há motivo para nos separarmos. Nenhum espaço entre nós. Ela era nossa. Hoje, acordamos e vimos Thea se preparar para o dia com a Misty. Ela arrumou o cabelo e colocou maquiagem. Ela nunca usa maquiagem, a menos que seja um evento formal. Ela não precisa, é perfeita sem maquiagem, mas se ela usasse, significava que achava que a ocasião era muito especial. Ela queria impressionar alguém. Doía o fato de ela estar fazendo isso para outra pessoa. Quando a vi com o vestido azul-turquesa, cabelo penteado e maquiagem, fiquei sem fôlego. Ela sempre foi
Conri ficava irritado. — Já sou comprometido. — Dizia ele. Às vezes, a garota discutia e eu já tinha visto isso acontecer várias vezes. — Não, você não é. A Thea não sente nada por você. Você precisa seguir em frente e por que não comigo? Posso fazer você feliz. — E coisas nesse sentido, o que só deixava Conri ainda mais irritado. — Fique longe de mim. — Ele dizia. Se a moça o pressionasse ou o tocasse, ele se afastava e se tornava cruel. — Você me dá nojo. Seu toque é repulsivo. Nunca poderia querer alguma coisa com você. — Coisas assim. A essa altura, as pessoas sabiam que não deveriam nos tocar. A única pessoa que podia nos tocar era Thea. Quando uma garota se aproximava de mim, eu balançava a cabeça para ela. Se ela não entendesse a mensagem, eu a olhava nos olhos. — O desafio de um Alfa, em que ou você se submete ou lutamos até a morte. É claro que ela se submeteria e mostraria seu pescoço para mim, reconhecendo que eu era mais forte e poderia matá-la facilmente. Depois diss
Observei Kai deixar que o grupo o derrubasse no chão. Ele nem mesmo tentou bloquear os golpes. Ele não queria lutar. Queria ser espancado. Queria que a dor física e a adrenalina o distraísse. Foi por isso que meu pai proibiu Thea de nos deixar, todos aqueles anos atrás. Nada havia mudado. Nós não havíamos crescido. Éramos destrutivos sem ela. Percebi que as histórias de Alfas e seus companheiros eram verdadeiras. Se eles nunca encontravam sua companheira, tornavam-se selvagens. Se perdiam a companheira, ficavam loucos e morriam. Isso é o que acontece quando a outra metade de sua alma está faltando. Como Alfas, seríamos piores do que todo mundo. — Muito bem, já chega. — Eu disse, intervindo. Todos os rapazes se afastaram. Estendi minha mão para ajudar Kai a se levantar. Ele olhou para mim, furioso por eu ter interrompido a dor, mas pegou minha mão e eu o puxei para cima. Ele me deu um soco, e eu me esquivei. Ele tentou de novo e de novo e de novo. Ele não ia parar. Dei um soco que eu
PONTO DE VISTA DE ALARICFui para meu antigo quarto. Lembrei-me do berçário que compartilhávamos quando éramos muito jovens. Lembro-me do dia em que nos separaram e nos colocaram em nossos próprios quartos. Todos nós saímos de nossos novos quartos naquela primeira noite e subimos na cama de Thea. Durante anos, não dormimos em nossos novos quartos. Só os usávamos para tomar banho e trocar de roupa. Caso contrário, ficávamos no quarto da Thea. Lembrei-me de quando começamos a ter sonhos úmidos e ficar de pau duro pela manhã. Ficamos horrorizados. Envergonhados. Era difícil esconder. No início, não sabíamos o que estava acontecendo com nossos corpos e não tínhamos controle sobre isso. Sabíamos que tínhamos de esconder isso de Thea. No início, tentamos acordar e sair da cama antes que ela acordasse, mas nem sempre acordávamos a tempo. Eu disse aos meus irmãos que não podíamos mais dormir com ela. Conri e Kai sugeriram que começássemos a sair com ela imediatamente. Então poderíamos contar
— Quero muito que sejamos companheiros. — Sei que somos companheiros. — Está bem! — Disse Thea. — Se você diz que somos companheiros, eu acredito em você. — Assim, sem mais nem menos? — Confio em você e confio em seu julgamento. Você sempre faz a coisa certa. Você sempre sabe o que é certo. Eu deveria ter visto isso antes. Se você acredita nisso, eu também acredito. Eu precisava senti-la. Puxei-a para cima de mim. — Eu amo você, Thea. Preciso de você. Nós três nos desintegramos hoje, eu me desintegrei, e você estava absolutamente bem. Deusa, parecia que eu estava morrendo. É sempre assim. Nós precisamos de você, mas você não precisa de nós. — Não, Ric. Eu finjo estar bem sem vocês. Achei que precisava fazer isso. Era um treino para quando vocês tivessem outras companheiras. Ficar tão longe de vocês o dia todo foi horrível. Cada parte de mim sentia a falta de vocês. Não conseguia parar de pensar em você. Queria você comigo. Eu amo muito você. Sinto muito por ter lhe causado dor.
— Por favor, Ric. — Ela implorou.Ela me queria. Eu sentia isso, e meu coração se encheu de alegria. Me movi até a porta dela, e nossos olhos se encontraram. Deusa, ela parecia incrível. Comecei a entrar dentro dela, mas Thea fez uma careta. Eu parei.— Você está bem? — Eu não queria machucá-la.Ela assentiu; — Esqueci que a primeira vez dói.Ah, claro.— Eu também. — Respondi. Foi como se um balde de água fria tivesse caído sobre mim. Saí e deslizei meu membro até o clitóris dela, movimentando algumas vezes para cima e para baixo. Queria que ela sentisse prazer, não dor.— Isso é tão bom, Ric.— Sim. É mesmo. — Deusa, havia arrepios onde quer que nos tocássemos. Minha mente estava um pouco mais clara. — Devíamos esperar pelo Kai e pelo Con. Eles ficariam arrasados se perdessem isso. Desculpe, me deixei levar pela emoção.Thea suspirou; — Eu também me deixei levar. — Ela disse. — Aceitei que somos companheiros, e perdi a cabeça. Você tem razão, como sempre. Kai e Con precisam estar a