Thor observou enquanto Sofie levava a bebê para sua casa e interagia com ela como fazia com seu filho Victor.— Coloque Victor no berço, ainda vou amamentar Julie.— Julie? — Thor questionou, surpreso com o nome escolhido.— Sim, dei esse nome a ela.— Por favor, Sofie, não faça com que eu me arrependa de ter concordado em trazer essa bebê para cá. Você não pode se sentir mãe dela, ela tem pai e mãe!Sofie defendeu sua posição com firmeza:— Uma mãe que não a quer, já parou para pensar que Delilah pode nunca aceitar a menina? E Allan não vai querer cuidar dela sozinho, então eu posso considerar, sim, a chance de ficar com ela.Thor, preocupado com a situação, sugeriu uma alternativa:— Vou pedir a minha mãe que cuide da menina.A resposta de Sofie foi enérgica:— Se a tirar daqui eu me separo de você, Thor!Thor expressou sua descrença na situação:— Delilah e você estão sob a mesma loucura.Sofie encerrou o assunto com determinação:— Pense como quiser, até que ela esteja maluca… Jul
Por mais que Thor e Sofie tentassem esconder o que estava acontecendo entre eles, era inegável que estavam enfrentando uma crise. Na hora do jantar, Sofie sequer desceu, o que causou estranheza entre todos. Eugênia expressou o desejo de chamar por ela no quarto, mas Lion achou melhor deixar isso para outro momento.Elizabeth ainda olhava para o corredor, esperando que Sofie aparecesse.— Vamos comer? Acho que Sofie não vem, deve estar colocando o filho para dormir. — Lion disse, tentando justificar a situação, embora a expressão de Thor não fosse nada boa.— Ela deve ter se dado conta de que eu não saí daqui ainda e resolveu não vir comer. — Thor disse algo que notoriamente o machucava muito. Anthony, então, desconversou:— Deixe Sofie acomodar as novidades deste dia, vamos comer!Após o jantar, Lion conversou com Thor, tentando oferecer algum apoio a ele.Delilah estava enfrentando um momento delicado. Assim que Allan chegou com a menina nos braços, ela foi para o quarto, mas ele a s
Gustave conversou com Lion e Anthony, unindo-se aos pais de Gustavo e Luna para procurar por suas crianças desaparecidas. Ele expressou sua preocupação:— Eles saíram da cidade, não podemos esperar que a noite chegue. São apenas crianças e por mais que meu filho tenha crescido em meio ao perigo, temo o que possa acontecer.O pai de Gustavo tentou argumentar:— Não há mais tantos animais selvagens por aqui.Mas Gustave, lembrando de sua própria experiência recente, retrucou:— Não temos como ter certeza, Thor e eu fomos atacados por um urso. Os animais estão como nós, sem paradeiro certo me busca de alimento e atacando o que se mexer.Anthony convocou todos os homens na praça para procurar por eles na floresta, enquanto Gustave temia a aflição que Jane sentiria se algo acontecesse ao filho, especialmente depois de passar toda a sua vida sonhando em tê-lo ao seu lado.Elizabeth estava preocupada com a situação das crianças desaparecidas na floresta. Eugênia entregou-lhe a pequena Linda,
Na cidade.Delilah ainda estava aprendendo a amar a filha, estranhou a demora dos demais homens. Estava amamentando a pequena e entendendo como era ser mãe, Allan se levantou mais cedo...saiu pelas ruas e se deu conta de que os outros não haviam voltado.— Vou ter que sair, Gustave não apareceu para cuidar dos cavalos e nem Lion para ordenhar a vaca. Isso é um mau sinal, foram ontem à noite para procurar as crianças e não voltaram...acabei de ouvir na praça!— Meu Deus, Allan, deve ter acontecido alguma coisa grave para não terem voltado ainda!— Fique calma e cuide da nossa princesa, vou fazer o que tem que ser feito e garantir que a rotina da vila não pare.— Sim vá! E não se preocupe com nossa Maria, cuidarei dela. Minha loucura e tristeza se foi para sempre!Allan lhe deu um beijo e saiu.Delilah aguardava ansiosamente o retorno dos homens que saíram em busca das crianças, especialmente Jane. Enquanto isso, decidiu preparar um banho quente para Maria, sua filha recém-nascida. Com
Delilah deixou Maria por um momento com a dona Sônia e levou um pouco de comida para Allan, que estava de guarda e trocaria de turno com Olaf durante a noite.— Eu te trouxe isso! — Disse Delilah, entregando a comida a Allan.— Obrigado, meu amor, não precisava sair de casa. Tem que ficar em repouso e se recuperar. — Allan respondeu preocupado.— Não estou doente, apenas dei à luz! — Delilah sorriu.— Falando nisso, eu soube que Sofie foi em nossa casa. — Allan mencionou.— Sim, mas não se preocupe. Nós duas já conversamos e nos entendemos, ela será madrinha de Maria Julie e eu de Victor. Eu me coloquei no lugar dela, pude sentir um pouco da dor que ela deve estar sentindo por ter perdido o pequeno dela!— Que bom que reconhece e se compadece da dor dela, cada dia que passa eu me dou conta do quanto você mudou. Se tornou uma mulher admirável, a mulher que eu tanto amo. — Allan expressou seu amor por Delilah.— Você é responsável pela minha mudança, eu te amo... amo muito, Allan! — Del
Thor estava sendo levado por dois dos homens, com as mãos amarradas. Eles se aproximavam de uma parte do rio que cortava a região, onde Thor avistou o barco deles atracado a poucos metros da margem. Era evidente que eles tinham vindo de uma longa distância.De repente, um tiro ecoou. O líder dos homens caiu com um buraco na testa, poucos metros antes de Thor ser colocado no barco. Ele olhou para trás e viu Jane segurando uma arma, a mesma que costumava pertencer a Lucas. Os homens o soltaram e entraram apressadamente no barco, deixando para trás o saco de sementes.Jane, Anthony e Lion se aproximaram. Seus pais o abraçaram e desamarraram suas mãos.— Você é uma fera, garota! — Thor elogiou, e todos compartilharam um sorriso.— A pergunta que eu faço é: como conseguiu as balas, Jane? — Anthony perguntou.— Fiz algumas com pólvora hoje à tarde, pouco antes de colocar a arma na cabeça de Allan para forçá-lo a me deixar sair da cidade! — Jane respondeu.— Jane, talvez devesse ter atirado
Elizabeth estava com uma barriga consideravelmente grande, maior do que quando esperava Eugênia e Thor. Anthony, seu marido, brincava dizendo que ela poderia estar esperando mais de um bebê, mas Elizabeth não achava que fosse o caso. Anthony havia tomado um banho e voltou cheiroso, enchendo-a de beijos pelo pescoço.— Não vai me agarrar de novo? Adoro quando você engravida, fica ainda mais tarada!Elizabeth soltou um riso.— Ai! Acho que já está na hora.Anthony, preocupado, perguntou:— É sério?Elizabeth respondeu com seriedade:— Acha que eu iria brincar com isso, Tony?Ele ficou um pouco atônito e disse:— Então espera aqui, vou chamar Jane e Íris... não saia daqui.Elizabeth respondeu, ainda mantendo o bom humor, apesar de estar entrando em trabalho de parto:— Claro que não vou sair, acha que vou a uma festa parindo?Anthony vestiu sua calça rapidamente e saiu ao meio da noite para chamar as parteiras. Quando Jane abriu a porta, ela já estava ciente da situação e pronta para agi
Alguns dias se passaram, e Elizabeth se recuperou bem do parto e da experiência de quase morte. Jane explicou que o que aconteceu com ela era chamado de catalepsia, uma condição física na qual uma pessoa pode ser erroneamente declarada morta, embora não esteja verdadeiramente morta. Alguns desafortunados chegam até a ser sepultados vivos devido a essa condição. Elizabeth preferiu acreditar que tenha sido um grande milagre, pois acreditava que Deus nunca deixou de cuidar de todos eles.Anthony e os outros homens estavam envolvidos com a plantação, e os brotos já começavam a crescer, formando um lindo campo verde ao lado da cidade. A prosperidade estava chegando até eles, com sorte na pesca e até na caçada, e gradualmente eles estavam retomando a busca por carne de animais silvestres que pareciam estar se reproduzindo tão rapidamente quanto eles. Os canibais que haviam ameaçado sua comunidade não haviam retornado, pelo menos até aquele momento.Eles já não tinham mais tanto medo de sair