O dia passou sem que Hellen se aproximasse de Luke, e ele, embora desejasse resolver a situação, passou quase toda a tarde fora, checando as fronteiras. O trabalho de patrulha e supervisão exigia sua atenção, e ele sabia que a segurança de todos dependia de sua vigilância constante. Enquanto isso, Edgar permanecia no escritório, coordenando as comunicações com os clãs vampíricos e as matilhas de lobos.Em um momento de distração geral, Vanessa, sem que ninguém a notasse, esgueirou-se para dentro do escritório de Luke. Ela pegou de volta sua jaqueta, agora impregnada com o cheiro dele. Com um sorriso satisfeito, tocou o lenço que estava usando no pescoço, lembrando-se das marcas da noite anterior com Logan. Aquela noite seria crucial, e Logan a ajudaria a alcançar seus objetivos durante o jantar.Naquela noite, o Conselho da Aliança, assim como os conselhos dos lobos e vampiros, jantariam juntos para discutir assuntos de segurança. Luke, enquanto patrulhava as fronteiras, não conseguia
Hellen olhou para Vanessa com olhos flamejantes de raiva:"E posso saber por que esta jaqueta está impregnada com o cheiro do meu companheiro?" perguntou, sua voz carregada de uma fúria que parecia prestes a explodir.Vanessa, sempre teatral, levou a mão ao lenço em seu pescoço. O gesto foi o suficiente para Hellen avançar rapidamente e arrancar o lenço sem hesitação. O que Hellen viu a fez estremecer de ódio: o pescoço de Vanessa estava marcado com chupões e arranhões, evidências claras de uma noite intensa.Antes que Glória pudesse intervir, Hellen agarrou Vanessa pelos cabelos, puxando-a com força. Vanessa, surpreendida pela força de Hellen, tentou resistir, mas a força era avassaladora. Os olhos de Hellen brilhavam em um vermelho profundo, emanando uma aura de poder que fazia tudo ao seu redor tremer. Vanessa sentiu como se o próprio chão estivesse se desfazendo sob seus pés e, pela primeira vez, seu joguinho parecia estar escapando de seu controle.Vanessa começou a se arrepender
Vanessa, sentindo a pressão aumentar, tentou mais uma vez se soltar:"Por favor, Hellen! Eu juro que não fiz nada com ele!"Hellen apertou os lábios, sua mente um turbilhão de emoções conflitantes. Parte dela queria acreditar nas palavras de Vanessa, mas a outra parte, a parte dominada pela fúria, se recusava a ceder:"Então explique essas marcas!" ela exigiu, sua voz carregada de desespero e raiva.Vanessa soluçou, incapaz de formular uma resposta coerente. Ela olhou para os outros presentes, buscando ajuda, mas encontrou apenas olhares de horror e medo."Hellen, pare!" gritou Glória novamente, sua voz desesperada. "Você vai matá-la!"Mas Hellen não conseguia ouvir. Ela estava perdida em um mar de emoções, uma tempestade de raiva que a consumia por completo. A aura vermelha ao seu redor brilhava com uma intensidade assustadora, como se o próprio poder da Lua de Sangue estivesse sendo canalizado através dela.Luke, determinado a não desistir, se levantou com a ajuda de Edgar:"Precisa
Luke ficou parado, a fúria ardendo em seus olhos enquanto confrontava Vanessa com uma pergunta carregada de suspeitas:“E posso saber como sua jaqueta tinha meu cheiro?” A sala estava tensa, todos os olhares fixos na interação.Vanessa, cujo coração batia freneticamente, sabia que qualquer erro poderia expor suas verdadeiras intenções. Mantendo a compostura, ela respondeu com a voz ainda embargada por lágrimas forjadas:“Eu esqueci ela no seu escritório quando fui procurar o brinco. Depois, voltei e peguei. Se ela tivesse me deixado explicar, teria dito isso a ela.”Um ancião, respeitado tanto entre os lobos quanto entre os vampiros, não conseguiu se conter e murmurou em desaprovação:“Ela é um perigo para si mesma e para todos nós.” Suas palavras aumentaram a tensão no ambiente.Luke, cujos olhos brilhavam um vermelho intenso de raiva, respondeu com um rosnado ameaçador:“Não se esqueça de que está falando da sua luna, velho.” O tom autoritário de sua voz deixava claro que ele não to
No coração da Itália, em uma série de noites misteriosas e silenciosas, um movimento incomum começou a tomar forma. Clãs inteiros de vampiros, que há séculos viviam discretamente entre os humanos, começaram a organizar suas mudanças. De norte a sul, de Veneza a Roma, os vampiros fechavam suas casas, mansões luxuosas e casas de campo isoladas. As cidades tranquilas que habitavam estavam começando a se perguntar sobre o que causou essa súbita partida em massa de seus residentes noturnos, tão discretos e enigmáticos.Os humanos especulavam em murmúrios nervosos, enquanto observavam ruas vazias e casas fechadas, tentando entender por que tantos indivíduos deixaram suas vidas para trás de uma só vez. As teorias variavam desde uma crise econômica até rumores de uma epidemia repentina, mas a verdade era muito mais obscura e sobrenatural.Os vampiros estavam obedecendo a um chamado antigo e poderoso. O Rei Vampiro Edgar, uma figura lendária entre seu povo, havia convocado todos os clãs para s
Nas profundezas dos escombros do castelo de Luminária, onde o silêncio era interrompido apenas pelo ocasional gotejar da água e o ruído distante de criaturas noturnas, Severus, Valesca e Hércules repousavam. Ali, eles apenas cochilavam, pois o verdadeiro sono era um luxo que não podiam se permitir. A constante presença ameaçadora de Herlon, o ser maligno que partilhava seu espaço, mantinha-os em um estado de alerta permanente. Cada vez que Herlon entrava em um de seus transes, aproveitavam a oportunidade para descansar, mas nunca completamente.De repente, o silêncio opressor foi quebrado por um grito pavoroso que ecoou pelas paredes frias do castelo. Herlon, preso em sua cela, rodopiava em êxtase, seu corpo monstruoso se contorcendo e batendo contra as paredes de sua prisão. O som de seu clamor era aterrorizante, reverberando pelo espaço e fazendo com que Severus, Valesca e Hércules se encolhessem ainda mais em seus cantos. Eles podiam sentir a fúria e a alegria insana que emanavam d
Herlon, ainda tremendo de fúria e frustração, girou lentamente em direção a seus três prisioneiros. Seus olhos, uma mistura de vermelho e preto, brilhavam com uma intensidade maligna. A sala parecia diminuir à medida que ele avançava, sua presença dominando o espaço.“Valesca,” ele chamou, sua voz tenebrosa ressoando como um eco sinistro. “Aproxime-se.”Valesca estremeceu, sabendo muito bem o que a esperava. Ela olhou para Hércules e Severus, buscando algum tipo de consolo, mas sabia que não havia escapatória. A obediência era sua única opção; recusar-se resultaria em algo muito pior. Com passos hesitantes, ela se aproximou de Herlon, a cabeça baixa, as lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto. Ela sabia que seria uma sessão de tortura onde ele a possuía com violência, um ritual que ela suportava com o desespero de quem não tem outra escolha.Severus e Hércules assistiam impotentes. Eles sabiam que não podiam fazer nada para ajudá-la. Herlon era pura escuridão e maldade, uma força c
No escritório, Edgar observava Luke andar de um lado para o outro, claramente perturbado. A tensão era palpável. Edgar, em sua postura calma habitual, quebrava o silêncio com uma voz grave que carregava não só autoridade, mas uma urgência que raramente era ouvida em sua fala."Luke," começou Edgar, "quando os nossos estudiosos vampiros estavam investigando o que poderia libertar Herlon, eles esbarraram em uma antiga lenda dos lobos. Fala-se de uma tal Lyra, uma loba vermelha que nasceu de pais normais durante a lua de sangue."Luke parou abruptamente, virando-se para encarar Edgar. Seu olhar era intenso, e ele absorvia cada palavra. Edgar notou a mudança imediata na postura de Luke e continuou."Segundo a lenda, quando Lyra perdeu o controle de seus poderes, ela não apenas destruiu toda a sua vila e aqueles que amava, mas a liberação de seu poder na Terra foi tão devastadora que se diz ter criado vulcões e até o próprio Grand Canyon é tido como resultado da fúria dela," explicou Edgar