Na escuridão da floresta, a urgência e o pânico se misturavam no ar. Hellen, após reassumir rapidamente sua forma humana, correu em direção a Gloria, que jazia no chão, envolta em dor e desespero. A cena era desoladora, com a terra sob elas tingida pelo sangue que continuava a fluir da perna ferida de Gloria.Hellen envolveu Gloria em um abraço apertado, tentando oferecer algum conforto. "Vai ficar tudo bem, eu estou aqui," sussurrou ela, enquanto as lágrimas de Gloria molhavam seu ombro.Gloria, com a voz entrecortada por soluços, conseguiu murmurar, "Eu pensei... eu pensei que ia morrer, Hellen."À distância, Edgar observava, paralisado pelo choque e pela culpa que lhe consumiam. Cada grito de Gloria era como uma facada em seu coração, remoendo-o por dentro. "Eu deveria ter estado lá," ele murmurou para si mesmo, sua voz carregada de remorso.Lucios, percebendo a inércia de Edgar, aproximou-se e deu-lhe um empurrão suave. "Edgar, ela precisa de você agora," disse ele, sua voz um mis
Alguns dias depois, na escuridão silenciosa das profundezas da floresta, onde a luz do sol raramente penetrava, uma caverna escondida abrigava uma das mais temidas criaturas de Forks: Severus, o Sacerdote Negro. A caverna estava iluminada por tochas cujas chamas dançavam de forma irregular, lançando sombras grotescas nas paredes rochosas. O ar era denso com o cheiro de sangue e ervas queimadas, uma mistura que parecia impregnar o ambiente com uma sensação de malevolência palpável.Liana, uma jovem loba vermelha de dezoito anos, estava acorrentada a uma rocha no centro da caverna. Seus olhos, outrora cheios de vida, agora refletiam medo e desespero. Seus pais, ambos lobos vermelhos, haviam trazido a família para Forks na esperança de encontrar proteção contra ameaças como Severus. Mas Liana, em um ato de rebeldia juvenil, havia fugido uma noite para voltar à sua cidade natal e reencontrar seu namorado. Ela nunca chegou ao seu destino. Severus a encontrou, atraído pelo poder inato de se
A caverna estava desmoronando ao redor de Liana, mas o destino decidiu que sua chama não se extinguiria tão cedo. Enquanto os escombros caíam, ela conseguiu se proteger em um pequeno espaço entre as rochas que formaram uma espécie de refúgio. Embora ferida e exausta, Liana respirava, o som do colapso da caverna ecoando ao seu redor.Ela estava presa, com o corpo dolorido e a mente atordoada. O tempo passou devagar, e a escuridão absoluta se tornou sua única companhia. Cada batida de seu coração parecia um trovão em meio ao silêncio, e ela sabia que sobreviver dependeria de sua força e resiliência. A chama dentro dela, a mesma que havia frustrado os planos de Severus, continuava a arder, agora mais forte do que nunca.Longe dali, Severus caminhava pela floresta, a mente fervilhando de frustração e uma sombria alegria. Embora seu esconderijo estivesse perdido e seu ritual interrompido, ele sabia que estava mais perto de alcançar seu objetivo do que jamais estivera. Ele tinha um novo pla
Em Forks, a manhã estava coberta por uma névoa fina que parecia nunca se dissipar completamente. Lucios, um vampiro de porte elegante e semblante eternamente jovem, caminhava com passos precisos em direção à casa de Glória. Ele sentia uma crescente irritação que parecia se intensificar a cada dia. Desde que Glória se recusara a ver Edgar, o rei vampiro, Lucios fora designado como mensageiro, uma tarefa que ele considerava abaixo de sua dignidade."Outro dia, outra visita inútil," murmurou Lucios para si mesmo, ajustando o casaco impecável enquanto caminhava. Ele estava agitado, um nervosismo incomum correndo por suas veias mortas. Algo na floresta ao redor de Forks o chamava, uma sensação persistente que ele não conseguia ignorar.Conforme se aproximava da orla da floresta, a sensação de ser chamado se intensificava. Seus passos tornaram-se mais rápidos, sua mente já começando a se esquecer da missão de ver Glória. A floresta parecia sussurrar para ele, cada folha tremulando ao vento
Edgar não conseguia se conformar. Já faziam dias que Gloria estava refugiada na matilha de Santos, e apesar das várias tentativas, ela se recusava a falar com ele. Cada encontro era um desastre, um teatro de absurdos que terminava sempre com Gloria expulsando-o aos gritos.Na primeira tentativa, Edgar decidiu que uma abordagem direta poderia ser a melhor opção. Chegou ao acampamento com uma bandeja de comida que ele mesmo havia preparado, esperando que o gesto de cozinhar algo para ela pudesse amolecer seu coração. Com passos hesitantes, aproximou-se da cabana onde Gloria estava hospedada. Ao vê-lo, porém, a expressão de Gloria transformou-se rapidamente de surpresa para raiva. Ela olhou para a bandeja de comida como se fosse um insulto."Você acha que pode me cozinhar uma refeição e tudo será perdoado?" ela gritou, jogando a bandeja no chão, espalhando comida por toda a entrada da cabana. Edgar, segurando o ímpeto de recolher os pedaços, apenas murmurou um pedido de desculpas e recuo
A luz suave do entardecer filtrava-se pelas janelas do quarto de hospital, criando padrões de sombras no chão. Liana estava deitada na cama, seus ferimentos tratados, mas ainda visivelmente exausta. Os minutos se transformaram em horas, e Lucios nunca se afastou do lado dela. Ele observava cada movimento, cada respiração, ansioso pelo momento em que ela finalmente abriria os olhos.Finalmente, um leve gemido escapou dos lábios de Liana e seus olhos começaram a se abrir lentamente. Lucios se inclinou para mais perto, segurando sua mão com ternura. Quando ela finalmente abriu os olhos completamente, um pânico absoluto refletiu em seu olhar."Cheguei tarde demais, meu Deus, tarde demais," Liana murmurou, sentando-se de repente na cama. Seu corpo estava tenso, e o medo em sua voz era palpável.Lucios tentou acalmá-la, colocando uma mão reconfortante em seu ombro:"Calma, você está segura agora," ele disse suavemente, sua voz carregada de preocupação. "Eu estou aqui, você está a salvo."Ma
Luke encarou Liana com um olhar penetrante, buscando a verdade em seus olhos:"Quem é o homem?" ele perguntou, sua voz firme e carregada de autoridade.Liana respirou fundo, tentando reunir seus pensamentos:"Eu não sei," começou ela, sua voz tremendo. "Sou nova aqui e nunca o tinha visto antes, eu..." Ela parou de falar, olhando preocupada para Lucios.Lucios, percebendo o desconforto dela, segurou sua mão e disse com suavidade:"Está tudo bem, pode falar."Tomando coragem, Liana continuou:"Eu estava ressentida com meus pais por termos mudado para cá. Decidi fugir para encontrar meu antigo namorado, mas quando estava na floresta, ele apareceu do nada e injetou algo em mim. Eu apaguei."Lucios ficou visivelmente incomodado ao ouvir sua companheira falando de um namorado, mas manteve a expressão calma e apoiadora, incentivando-a a continuar."Quando acordei, estava em uma caverna. Ele nunca disse seu nome, e havia outro garoto lá, outro lobo vermelho que morreu depois de ter seu sangu
Vanessa andava pela floresta, suas mãos tremendo de raiva. A revelação de que não havia como impedir que descobrissem a identidade de seu pai como o homem por trás dos rituais macabros a consumia. A tensão acumulada finalmente explodiu em uma crise de fúria. Seus poderes híbridos de vampira e loba se manifestaram violentamente, e ela começou a causar destruição ao seu redor.Árvores foram arrancadas do solo, pedras foram quebradas em pedaços e animais fugiram assustados. A floresta se transformou em um caos, reflexo da raiva e do desespero de Vanessa. Ela gritou, um som gutural e feroz, enquanto seus olhos brilhavam com um misto de dor e frustração.Depois de um tempo, exausta e com a mente um pouco mais clara, uma ideia começou a tomar forma. Vanessa percebeu que a única maneira de se salvar era entregar seu próprio pai. Ele já estava longe de Forks, prestes a entrar na cela de Herlon. Luke e Edgar não poderiam pegá-lo lá, e a verdade era que o ritual que seu pai estava realizando nã