Edgar não conseguia se conformar. Já faziam dias que Gloria estava refugiada na matilha de Santos, e apesar das várias tentativas, ela se recusava a falar com ele. Cada encontro era um desastre, um teatro de absurdos que terminava sempre com Gloria expulsando-o aos gritos.Na primeira tentativa, Edgar decidiu que uma abordagem direta poderia ser a melhor opção. Chegou ao acampamento com uma bandeja de comida que ele mesmo havia preparado, esperando que o gesto de cozinhar algo para ela pudesse amolecer seu coração. Com passos hesitantes, aproximou-se da cabana onde Gloria estava hospedada. Ao vê-lo, porém, a expressão de Gloria transformou-se rapidamente de surpresa para raiva. Ela olhou para a bandeja de comida como se fosse um insulto."Você acha que pode me cozinhar uma refeição e tudo será perdoado?" ela gritou, jogando a bandeja no chão, espalhando comida por toda a entrada da cabana. Edgar, segurando o ímpeto de recolher os pedaços, apenas murmurou um pedido de desculpas e recuo
A luz suave do entardecer filtrava-se pelas janelas do quarto de hospital, criando padrões de sombras no chão. Liana estava deitada na cama, seus ferimentos tratados, mas ainda visivelmente exausta. Os minutos se transformaram em horas, e Lucios nunca se afastou do lado dela. Ele observava cada movimento, cada respiração, ansioso pelo momento em que ela finalmente abriria os olhos.Finalmente, um leve gemido escapou dos lábios de Liana e seus olhos começaram a se abrir lentamente. Lucios se inclinou para mais perto, segurando sua mão com ternura. Quando ela finalmente abriu os olhos completamente, um pânico absoluto refletiu em seu olhar."Cheguei tarde demais, meu Deus, tarde demais," Liana murmurou, sentando-se de repente na cama. Seu corpo estava tenso, e o medo em sua voz era palpável.Lucios tentou acalmá-la, colocando uma mão reconfortante em seu ombro:"Calma, você está segura agora," ele disse suavemente, sua voz carregada de preocupação. "Eu estou aqui, você está a salvo."Ma
Luke encarou Liana com um olhar penetrante, buscando a verdade em seus olhos:"Quem é o homem?" ele perguntou, sua voz firme e carregada de autoridade.Liana respirou fundo, tentando reunir seus pensamentos:"Eu não sei," começou ela, sua voz tremendo. "Sou nova aqui e nunca o tinha visto antes, eu..." Ela parou de falar, olhando preocupada para Lucios.Lucios, percebendo o desconforto dela, segurou sua mão e disse com suavidade:"Está tudo bem, pode falar."Tomando coragem, Liana continuou:"Eu estava ressentida com meus pais por termos mudado para cá. Decidi fugir para encontrar meu antigo namorado, mas quando estava na floresta, ele apareceu do nada e injetou algo em mim. Eu apaguei."Lucios ficou visivelmente incomodado ao ouvir sua companheira falando de um namorado, mas manteve a expressão calma e apoiadora, incentivando-a a continuar."Quando acordei, estava em uma caverna. Ele nunca disse seu nome, e havia outro garoto lá, outro lobo vermelho que morreu depois de ter seu sangu
Vanessa andava pela floresta, suas mãos tremendo de raiva. A revelação de que não havia como impedir que descobrissem a identidade de seu pai como o homem por trás dos rituais macabros a consumia. A tensão acumulada finalmente explodiu em uma crise de fúria. Seus poderes híbridos de vampira e loba se manifestaram violentamente, e ela começou a causar destruição ao seu redor.Árvores foram arrancadas do solo, pedras foram quebradas em pedaços e animais fugiram assustados. A floresta se transformou em um caos, reflexo da raiva e do desespero de Vanessa. Ela gritou, um som gutural e feroz, enquanto seus olhos brilhavam com um misto de dor e frustração.Depois de um tempo, exausta e com a mente um pouco mais clara, uma ideia começou a tomar forma. Vanessa percebeu que a única maneira de se salvar era entregar seu próprio pai. Ele já estava longe de Forks, prestes a entrar na cela de Herlon. Luke e Edgar não poderiam pegá-lo lá, e a verdade era que o ritual que seu pai estava realizando nã
Assim que Edgar ouviu a notícia, ele e Luke rapidamente convocaram uma reunião urgente. Todos os lobos e vampiros foram chamados ao acampamento central em Forks. A atmosfera estava tensa, com um senso de urgência palpável. O salão principal estava lotado, as expressões nos rostos de todos refletiam uma mistura de determinação e apreensão."Precisamos encontrar Severus o mais rápido possível," Edgar declarou, sua voz firme ecoando pelo salão. "Verifiquem se mais algum lobo vermelho desapareceu. Não podemos deixar nada passar."Os lobos e vampiros foram divididos em grupos e designados para diferentes áreas. Eles começariam as buscas frenéticas imediatamente. Cada casa, cada porão, cada canto da floresta seria vasculhado. As buscas começaram assim que o briefing terminou, com todos saindo apressadamente, sem perder tempo.Os vampiros, usando sua velocidade sobrenatural, se espalharam pela cidade como sombras em um piscar de olhos. Entraram em casas, revistaram porões e procuraram qualqu
Vanessa caminhava de volta para a casa que servia de alojamento para os lobos, uma expressão de desdém estampada em seu rosto. Ela ainda não tinha conseguido enganar Hellen completamente, e enquanto Hellen desconfiasse dela, seria mais difícil se aproximar de Luke. A frustração fervilhava dentro dela, mas ela sabia que precisava manter a calma e continuar com seu plano.No escritório, a tensão era palpável. Luke e Edgar estavam absortos em pensamentos, tentando traçar a melhor estratégia para encontrar Severus e impedir seus planos. De repente, a porta se abriu e dois lobos entraram com expressões sérias. Eram Beto e Diego."Descobrimos que mais uma loba vermelha desapareceu," disse Diego, a voz grave. "Os pais estão desde ontem à procura dela, mas não a encontraram."Luke e Edgar trocaram olhares preocupados. Isso significava que Severus já tinha em seu poder outra nova loba vermelha para seus planos sombrios. O silêncio no escritório era pesado e tenso.Horas se passaram e um vampir
Edgar atravessava a floresta com a velocidade sobrenatural que apenas um vampiro poderia alcançar. Seus sentidos estavam aguçados, cada movimento, cada som da noite amplificado ao extremo. Sua mente, um turbilhão de pensamentos e emoções, focava-se agora em um único objetivo: reconquistar Gloria e levá-la de volta para casa, mesmo que ela resistisse.Conforme corria, Edgar refletia sobre os últimos dias. Surpreendentemente, encontrava-se pensando menos em Ravena. A dor da perda ainda latejava em seu coração, mas começava a ser suavizada pelas preocupações com Gloria. Ele se perguntava se isso significava uma traição à memória de Ravena ou apenas um passo necessário rumo à cura. A verdade era que Gloria havia se infiltrado em seus pensamentos de maneira indelével, despertando sentimentos que ele achava que nunca mais sentiria. Agora, tudo que desejava era uma chance de reparar os erros e talvez construir algo novo com ela.Ao se aproximar do acampamento de Santos, Edgar diminuiu sua ve
Edgar atravessou a floresta em uma velocidade estonteante, com Gloria ainda sobre seus ombros, resistindo de todas as formas que conseguia, mas cada vez mais consciente da futilidade de seus esforços. À medida que se aproximavam da casa dos vampiros, o cenário ao redor se tornava um borrão de verdes e marrons misturados pelo movimento rápido.Ao chegarem, Edgar não hesitou. Ignorando os olhares curiosos e algumas expressões de desaprovação dos outros vampiros na sala, ele subiu as escadas de dois em dois degraus, uma determinação feroz estampada no rosto. Gloria, sentindo-se cada vez mais embaraçada pela situação e pela audiência não intencional de sua chegada tumultuada, sussurrou para Edgar, pedindo que a colocasse no chão. Ele, no entanto, ignorou seus apelos até chegarem ao quarto que deveria ser deles.Assim que entraram no quarto, Edgar finalmente a colocou no chão. Gloria rapidamente notou as mudanças no ambiente. Os pertences de Ravena haviam desaparecido, e a decoração tinha