Capítulo 6

Felipe

Ao abrir o Instagräm a primeira coisa que apareceu foi uma sugestão de página para curtir, mas não é uma página qualquer e sim de roupas da Nike, mas o que me deixou surpreso foi ver quem estava na foto de perfil…

Era ela! A loira que está me tirando sono e como está linda… Sem maquiagem e com o cabelo bagunçado, ela esbanja beleza natural! Seu sorriso afável transmite calma e o olhar mostra que tem personalidade forte. A combinação perfeita para uma mulher tão bela!

Comecei a procurar os detalhes, mas em lugar algum encontrei seu nome, então decidi procurar algo sobre o fotógrafo. Abri o notebook, digitei seu nome na aba de pesquisas e apareceram algumas informações.

"Bryan Smith é um fotógrafo americano conhecido por tirar as fotos mais clicadas e curtidas da web e das redes sociais. Ganhou o prêmio de melhor fotógrafo de Nova York no ano passado, por escolher sempre o melhor ângulo atrás das lentes. Atualmente está no Rio em parceria com a Nike, criando um gigantesco e magnífico projeto que em breve estará disponível para todos. Aguardem!"

Continuei olhando fixamente para foto e voltei a ler a pesquisa. "Atualmente está no Rio… mas por quanto tempo?"

Abri o perfil e comecei a ver seus trabalhos. São muitas fotos, mas não encontrei o que estava procurando. "Como é possível que não tenha nada sobre ela aqui?"

Indignado, fechei o computador e salvei a imagem em meu celular.

...

São 4:30 da manhã e eu perdi o sono. Acho que dormi cedo demais…

Já que não tenho nada para fazer e ficar pensando naquela gata não é opção ou eu vou acabar enlouquecendo, liguei o computador e comecei a trabalhar.

2 horas depois recebi uma ligação e ao ver se tratava de meu pai fiquei um pouco preocupado, pois ainda é muito cedo.

— Aconteceu alguma coisa, pai?

— Bom dia filho... acordei você?

— Não, eu já estava trabalhando. Por que me ligou tão cedo?

— Não se preocupe, está tudo bem. Só liguei para avisar que já mandei os carros e as secretarias também chegam hoje. Reserve os quartos.

— Já providenciei tudo. — Expliquei e ele ficou satisfeito.

— Ótimo! Vou falar com o corretor para que ele acelere a compra do novo prédio. Preciso de você aqui.

" Se ele soubesse como eu gostaria de voltar hoje mesmo…"

— Vou fazer o que puder para ajudá-lo. Também não me agrada ter que me ausentar por tanto tempo.

— Faça isso e me mantenha informado. Vou desligar, sua mãe tem consulta e eu vou acompanhá-la.

— O que ela tem?

— Nada! É apenas rotina. — Respirei aliviado.

— Certo... Mande um beijo e avise que depois eu ligo.

Encerrei a ligação, tomei banho e tentei ligar para o Caio, mas caiu na caixa postal, então fui até lá.

Ele estava acompanhado e eu não acredito que ele está tão envolvido com essa tal Pâmela, mas quem sou eu para julgá-lo.

Novamente segui para a empresa de táxi e deixei o carro para que ele pudesse levá-la. Ainda bem que meu carro chega hoje, porque eu não aguento mais isso.

Como meu serviço já está adiantado, comecei a procurar na internet prédios adequados para que possamos abrir a nova filial. Claro que não é minha obrigação, mas estou com tempo livre e mais ainda com vontade de retornar.

Já estava cansado de tanto procurar até que finalmente encontrei algo que me pareceu apropriado, então bateram na porta e eu mandei entrar.

— E aí cara?! Vim avisar que a Camila e a Gabriela já chegaram. Um dos seguranças trouxe seu carro. — Caio entrou falando e jogou a chave para mim.

— Que ótimo! Porque eu não aguentava mais dividir o carro com você. — Brinquei sem tirar os olhos da tela.

— Não pegou o outro porque não quis, a empresa tem vários! — Ainda por cima é mal educado. — O que está fazendo aí tão concentrado?

— Parece que encontrei o local perfeito para abrirmos a empresa, já que Marcos não faz o trabalho dele como deveria. — Virei o computador para ele, que deu uma olhada rápida.

— Felipe, fazem só três dias que nós estamos aqui... você nem deu tempo para ele procurar!

— Como ele não teve tempo de procurar em três dias se em duas horas eu encontrei? Ele só não se empenhou o bastante.

— Que pressa hein... o que aquela mulher fez com você?! — Ironizou e eu estourei.

— Pørra, vê se não enche! Meu pai está precisando de mim na empresa do Rio. — Ao me ouvir ele gargalhou.

— Aham... ótima desculpa! — Tentou conter o riso.

— Você só queria falar sobre o carro? — Perguntei já esclarecendo que se fosse só esse o assunto ele poderia se retirar.

— Quero saber se as secretárias vão começar a trabalhar hoje. — O palhaço não parava de rir e aquilo já estava me irritando.

— Não. Deixa ela se organizarem hoje, mas avisa que amanhã quero as duas aqui às 7:00.

— Tudo bem!

—Ah, já ia me esquecendo... pedi que Rebeca deixasse em sua mesa alguns documentos que precisam de sua assinatura. Faça o necessário e entregue novamente à ela, eu vou falar com o Gustavo.

— Ok!

Ele foi para sua sala e ao terminar de analisar a planta do prédio, recolhi todas as informações e as enviei no e-mail de Gustavo, em seguida fui até a sala dele.

Após a secretária anunciar minha presença, entrei e ele já estava me esperando.

— Bom dia, Felipe! Algum problema? — Parece que minha visita o deixou um pouco surpreso.

— Bom dia, Gustavo! Nada preocupante… Já olhou seus e-mails?

— Ainda não… vou olhar! — Nos sentamos e ele se concentrou na tela enquanto eu explicava.

— Eu estava pesquisando alguns prédios e encontrei esse. Analisei a planta e parece adequado... a localização é ótima!

— Realmente parece muito bom! — Concordou ao inspecionar o documento. — Vamos lá dar uma olhada?

— Claro.

Saímos da sala e entramos em seu carro em direção à rodovia.

— Como conseguiu encontrar esse prédio tão rápido? — Ele perguntou enquanto dirigia.

— Me empenhei em procurar! Se Marcos tivesse feito isso, com certeza teria conseguido. — Deixei claro minha insatisfação.

— Ele anda pisando na bola já faz algum tempo... vou ter que dar um jeito nisso.

— Precisa mesmo.

Alguns minutos em silêncio e ele que parecia inquieto, não hesitou em perguntar.

— Percebi que você parece ansioso para voltar ao Rio... alguma razão especial? — Me encarou e logo voltou a prestar atenção no trânsito.

— É... Na verdade, tem sim! — Confirmei e ele não escondeu a curiosidade.

— Qual é?

— Ah... Uma gata aí. — Não dei muitos detalhes e ele sorriu e negou com a cabeça.

— Sabia que tinha rabo de saia envolvido... Tratando-se de você não poderia ser diferente! — A imagem que o Gustavo faz de mim é um tanto exagerada.

— Também não é assim, né... — Contestei e ele gargalhou.

— E quando deixou de ser? Porque desde quando te conheço, é! — Foi minha vez de rir.

— Está fazendo um julgamento errado sobre mim... Dessa vez, acho que estou apaixonado. — Ele me olhou abismado.

— Isso sim é novidade! Quero conhecer essa santa milagrosa!

— Vai se føder, cara! — Rimos novamente e logo ele estacionou.

— Vamos lá ver o prédio e depois você continua me contando. — Pronunciou ao tirar o cinto e nós entramos para avaliar o local.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo