Mariana Olhei para o homem visivelmente irritado à minha frente e tentei não rir da cara de raiva que o Ethan ostentava naquele momento, afinal, ele não era homem para brincadeiras e eu já tinha entendido aquilo desde que soube das coisas que ele já tinha feito para o Murilo. Isso não quer dizer que eu não poderia me divertir um pouco às custas dele, no entanto. Quando Ethan me intimou a acompanhá-lo em um importante jantar de negócios, a minha primeira reação foi de me recusar a acatar qualquer ordem sua, afinal, sou uma mulher livre. Fui para a cama extremamente irritada e disposta a deixá-lo esperar por mim igual a um bobo, pois eu não iria nem mesmo me incomodar em dar-lhe uma explicação ou qualquer satisfação sobre os meus motivos para não ir aquele bendito jantar. Mas claro que, após uma longa e exaustiva noite, na qual quase não consegui dormir, eu pensei com mais calma em toda a situação e acabei concluindo que não seria nada sábio de minha parte desafiar o Ethan daquela
Ethan Saímos da casa da Mariana em silêncio e eu opto por continuar daquela mesma forma, afinal, não estou no meu melhor humor, após a tentativa dela em me fazer de bobo. Ela não tinha conseguido e agora eu não pretendia continuar a facilitar as coisas para a Mariana, considerando-se que ela não estava fazendo o mesmo para mim, e naquela noite ela estaria em meus braços, eu não mais iria levar em conta a sua aparente frieza. No final das contas, ir para a cama comigo não seria muito diferente do que ela e a amiguinha fizeram, quando entregaram a virgindade para o lance mais alto e ela sairia ganhando até mais, porque diferente do que aconteceu na boate, Mariana não levaria apenas a bagatela de trezentos mil reais. Já dentro do carro, mesmo sem dispensar um segundo olhar para a Mariana, eu sentia que ela estava me olhando de modo furtivo, mas não dei indicação alguma de que estava ciente dos seus olhares. Eu consigo ser ainda mais frio do que ela pode imaginar e hoje eu mostraria
Mariana Não posso acreditar no que está acontecendo! Como, em uma cidade tão grande quanto São Paulo é, eu vou a um jantar de negócios com Ethan Constantino, completamente a contragosto, e um dos homens que irá participar do bendito encontro é nada mais, nada menos, que o homem que arrematou a minha virgindade em um leilão clandestino? Minha reação não poderia ser diferente e eu o encarei completamente horrorizada, as minhas mãos geladas e ao mesmo tempo suando, e ainda sem conseguir acreditar que ele havia mentido para mim até mesmo sobre o seu próprio nome. Então, o homem que estava cumprimentando a todos na mesa naquele instante não era Jean Silva, como ele havia se apresentado para mim, e sim Arthur Rodrigues, um dos sócios de Ethan e, agora olhava para mim com um brilho diferente no olhar, como se estivesse realmente satisfeito em me encontrar ali. — Olá, Mariana. — ele diz, e o meu coração está quase na garganta, tenho certeza — Quanto tempo! Ele não estava fazendo isso c
Mariana O jantar transcorreu mais tranquilo após o meu retorno do banheiro e eu evitei o olhar do Ethan durante a maior parte do tempo, para evitar pensar no que tinha acontecido entre nós há alguns minutos. Mas Ethan estava a todo momento tentando trocar um olhar comigo, mas eu não me sentia preparada para encarar ele ainda e passei todo o tempo conversando com a Amélia e a Luciana, o que conseguiu tornar mais suportável as próximas horas naquele restaurante. E como se não bastasse o clima tenso entre o Ethan e eu, ainda tinha o meu outro problema, que estava conseguindo me deixar extremamente desconfortável com o olhar insistente, mas eu não pretendia chamar ainda mais atenção do que já tinha acontecido com a chegada do Arthur e me mantive firme até o final do jantar que considerei como o mais longo de toda a minha vida. O que me trouxe forças para resistir foi a certeza de que, em algum momento, aquele martírio precisaria chegar ao final, o que acabou acontecendo de fato, para
Ethan A Mariana realmente não tem a menor noção do quanto consegue me irritar e menos ainda de como eu já estou chegando ao limite da minha paciência, eu pensei, quando a vi entrar no táxi, sem mais nem menos. — Aparentemente, a sua namorada não desejava ir embora com você. — Arthur ainda brinca com o restante da minha boa vontade. Eu o fuzilo com o meu olhar e peguei o celular no bolso do meu paletó, discando para o número da Mariana, mesmo sabendo que ela não vai me atender. — Sério mesmo que você vai ligar, Ethan? Arthur tenta fazer chacota minha, mas eu não me importo. Eu precisava tentar. Mariana não atende, como já é esperado, e depois de enviar uma mensagem de texto, eu dou as costas para o Arthur e caminho em direção ao meu carro. Não quero cometer uma loucura, tamanho o nível do meu estresse agora que aquela garota enlouquecedora me deixou igual a um idiota em frente ao restaurante. — Acredito que nós dois precisamos conversar, meu amigo! — Arthur insiste em me roubar
Mariana Estava quase encerrando mais um expediente da loja, afinal já eram quase vinte e duas horas, e enquanto uma das funcionárias atendia a última cliente daquele dia, o Matheus, me ajudava a fechar o caixa e outros processos antes de fecharmos. Matheus é um jovem de dezoito anos e eu o contratei devido um pedido de sua avó, a dona Josefa, uma vizinha antiga da minha tia Celina e de quem nós gostamos muito, e estava cada vez mais satisfeita com o empenho do rapaz na loja. Ele optou por trabalhar no segundo turno justamente para poder pegar carona comigo, para vir para o shopping e depois para voltar para sua casa e eu aprecio bastante a sua companhia, principalmente devido ao horário em que eu precisava sair todas as noites. — Hoje foi bastante movimentado, não é mesmo? — o jovem funcionário pergunta. — Foi mesmo — concordo — Estou simplesmente exausta! Eu não tive uma boa noite de sono, após o jantar com o Ethan e os seus sócios, e passei todo o dia me sentindo cansada e an
Ethan Após uma semana bastante movimentada e em que eu me concentrei em fazer bons negócios e me instalar na FERZ, de modo a estar pessoalmente dificultando a vida do Murilo em sua própria empresa, eu estava agora dirigindo o meu carro com destino a casa da Mariana. Naquela noite de sábado eu estaria matando não apenas dois coelhos com uma só cajadada, mas sim três, o que torna tudo mais agradável. Além de enfim ir visitar o empreendimento em que tenho participação como sócio, eu estaria mostrando ao Arthur que a Mariana é minha e ele não tem a menor chance com ela, sem falar do ponto principal e mais importante, eu enfim poderia realizar o meu desejo de ter aquela mulher atrevida na minha cama. Eu tenho tudo planejado em minha cabeça, e já estava até imaginando a cara do Arthur, quando me visse chegar à boate acompanhado da Mariana. Em poucos minutos e me sentindo extremamente satisfeito com os meus planos, eu estava parando o meu carro em frente à casa da mulher responsável p
Mariana Encarei o Ethan, aguardando pelo momento em que ele diria que estava indo embora, mas ele não dizia nada, apenas ficou lá, me encarando de volta, um sorriso ridículo naquela cara cretina dele. Sendo assim, eu mesma precisei tomar a iniciativa de mandá-lo embora, afinal, eu quero voltar a assistir a minha novela, que eu tinha pausado no momento principal, quando o idiota tocou a campainha. — Você já pode ir embora, Ethan — eu digo, sem me preocupar em ser educada. Mas, pensando bem, o primeiro mal-educado na história toda foi ele, que chegou na minha porta sem avisar que viria, ou melhor, sem perguntar antes se eu aceitava a sua visita. Diante da minha pergunta, Ethan apenas se instala de maneira mais confortável na poltrona da minha sala, ainda com o seu sorrisinho besta no rosto. — Eu não pretendo ir para lugar algum essa noite — ele diz, me deixando em choque — Pode fechar a boca, querida, que eu vou ficar aqui, te fazendo companhia. — Você só pode estar brincando!