StellaAssim que entramos no apartamento do Léo e da Emma, Léo já nos recebe com um bico que parecia o de um elefante.— Estão atrasados. — Ele resmunga, mas o bico some rápido quando ele pega Bella no colo, enchendo-a de beijos e cosquinhas. A risadinha dela é simplesmente contagiante.— Desculpa, maninho, houve um imprevisto. — Respondo, sentindo meu rosto ruborizar, enquanto o abraço com carinho, logo depois que ele coloca Bella no chão.Vou até Emma e a abraço apertado. Bella já desapareceu de vista, provavelmente no quarto que Emma e Léo montaram para os sobrinhos com a ajuda do Edu. Eles adoram dizer que é “super seguro e divertido”.O quarto é um verdadeiro paraíso para as crianças, cheio de livros, videogames, brinquedos de encaixe, tabuleiros, carrinhos, bonecas e muito mais. Para mim, é um exagero, mas sei que eles adoram se esconder lá dentro tanto quanto as crianças.Emma se inclina para cochichar no meu ouvido, com um sorriso safado:— Sei bem qual foi o imprevisto, sua s
Stella— Amor, estou empolgada, ansiosa e nervosa ao mesmo tempo. Hoje, minha avó vem aqui em casa, e meu irmão vai conhecê-la pela primeira vez.— Eu sei, princesa — Edu me abraça por trás, todo carinhoso como sempre, enquanto passo um gloss nos lábios. — Fique tranquila, meu amor, vai dar tudo certo. Você está maravilhosa com esse vestido.— Obrigada, meu amor. Você já viu se a Bella está… — Antes que eu pudesse terminar, uma cabeleira loira entrou no quarto, correndo.— Mamãe, olha como a Bella está linda! — Acho muito fofo esse jeitinho que ela tem de falar dela mesma na terceira pessoa.Bella estava usando um vestido rosa com mangas longas de tule da mesma cor que o vestido, ele era rodado, com desenhos de borboletas, eu comprei de presente para ela, quando estava na França, sabia que ela ficaria parecendo uma princesinha.— Como você está linda, meu amor! — Eu digo, e ela sorri, radiante.— Está uma princesinha — Edu diz pegando ela no colo e enchendo de beijinhos, ele a coloca
StellaAlguns dias se passaram e marcamos mais um jantar, desta vez conheceremos o pai do Matteo, irmão gêmeo do meu pai.Já estava tudo pronto, hoje com muita reluta e Abigail na minha cola, eu consegui a permissão para cozinha.Agora com a gestação mais avançada, eles pensam que sou de porcelana, não me deixam fazer nada.Depois que voltei da França nem para o curso, Edu deixou eu voltar, disse que recupero ou ele me matricula em outro depois que nossos filhos nascerem, como ando cansada e a barriga está cada dia mais pesada, não tive como recusar.Ainda não me adaptei com a vida de não fazer nada e ter dinheiro para tudo, mas Edu insistiu em me dar um cartão black, para comprar o que precisar.Já conversamos sobre nosso casamento, eu vou querer uma cerimônia simples, apenas com nossos conhecidos, e será na beira da praia, ele adorou a ideia.— Amor, já está pronta? — Edu pergunta entrando no closet.— Sim, você pode fechar meu vestido, por favor? — Pergunto, tentando o impossível.
StellaMais alguns dias se passaram…— Ansiosa para hoje? — Edu pergunta enquanto fecha o feixe da correntinha que ele me deu com pingente de Chef de cozinha. Após terminar, ele beija meu pescoço, trazendo arrepios por todo o meu corpo.Hoje é um dia especial e apreensivo, vamos ver os meus pais e contar o que descobrimos sobre o sobrenome Bonavalle, minha avó já começou os trâmites para alterar os nossos sobrenomes, não sei se concordo com isso, mas ela faz questão.— Estou mais nervosa do que ansiosa. — Respondo sincera.— O que teme? — Edu pergunta preocupado.— Ai, amor, muitas coisas aconteceram, ofensas, mentiras, segredos… — Solto uma bufada, e sento na poltrona da penteadeira, começo a borrifar meu perfume e continuo — Não sei se meus pais sabem que estou grávida, tenho medo da reação do meu pai ao saber que descobrimos seu segredo, qual será a reação ao ver minha avó? São tantas perguntas.Edu se aproxima, tira o perfume das minhas mãos, ele me abraça, sinto meu coração acalm
Stella O choque das minhas palavras faz meu pai bambear, tendo que se apoiar no batente da porta. Seus olhos, geralmente tão frios e controlados, agora piscam de raiva, confusão e dor, vejo muita dor em seus olhos.— Do que está falando, garota insolente? — Ele resmunga, com sua voz cortante.Ao nosso lado, minha mãe soluça em meio a um choro compulsivo, os ombros sacudindo com a intensidade da dor da descoberta. O peso da verdade a atingiu com a força de um furacão, e a cena é desoladora.— Amor, leva minha mãe para a cozinha e dê-lhe um copo de água com açúcar — Léo diz com uma voz carregada de preocupação, enquanto tenta manter a calma e também me apoiar em meio ao caos.Emma, com a expressão de quem está lutando contra suas próprias lágrimas, faz um gesto de concordância e guia nossa mãe para longe, seus passos hesitantes.— Já sabemos de tudo, sabemos o que o Nicolo te obrigou a fazer. Por que nunca nos contou? — Minha voz tremula, e as lágrimas escorrem pela minha face sem cont
Stella Quando minha bolsa rompeu, eu senti um misto de desespero, ansiedade e medo. Foi uma correria. Eduardo parecia um pai de primeira viagem, completamente perdido, e meu tio acabou dirigindo o carro para o hospital mais próximo porque Edu e meu pai estavam nervosos demais dirigir.Acabou que todos que estavam em na casa dos meus pais foram para o hospital, fiquei feliz em ver todos juntos.O atendimento foi rápido, provavelmente pelo desespero do Edu, quase peço para atendê-lo também.Já no quarto, a doutora de plantão passou para me examinar. — Sua bolsa rompeu, vou pedir uma ultrassonografia para ver como estão os bebês, e vou receita um soro com algumas medicações, já que os bebês são pré-maturo, precisamos fortalecer um pouquinho o coraçãozinho deles. Mas fiquem tranquilos, esse é um procedimento comum.— Amor, tem um tempo antes de começar a ser perigoso após a bolsa romper, já estou sendo acompanhada e medicada, então não precisa ficar desesperado. — Digo fazendo carinho e
EduardoEu mal consigo respirar. O papel tremendo nas minhas mãos parece queimar a minha pele. Minhas pernas perdem a força e, sem pensar, deixo meu corpo ceder ao peso da revelação. Meu coração dispara, como se quisesse se libertar do peito, enquanto meus olhos correm pelas palavras que parecem querer fugir de mim.“Savanna…” sussurro, quase sem som. Minha garganta se aperta, e a dor de uma perda que eu pensava ter superado volta como um soco violento. Ela não se foi completamente. O coração dela… O coração de Savanna é o que dá vida ao meu novo amor, à Stella.Meu corpo treme com a magnitude dessa descoberta. Como eu não percebi antes? Como o destino pôde ser tão cruel, tão irônico? A vida de uma, trocada pela de outra. Amor e perda se misturam de forma insuportável dentro de mim.Sinto um misto de desespero e alívio. Desespero, porque cada batida do coração de Stella agora é um lembrete da morte de Savanna ao mesmo tempo sinto um alívio, porque, de certa forma, Stella está aqui, e
Entrei no vestiário, coloquei a roupa para cirurgia, por cima da minha, passei por todos que aguardavam com olhares cheios de expectativas. Respiro fundo tentando deixar tudo do lado de fora da sala, e depois vejo o que fazer, agora preciso viver este momento maravilhoso, com a mulher que amo. Respiro mais uma vez e entro na sala de cirurgia.Stella olha para mim, com seus lindos olhos azuis brilhando de lágrimas, consigo ver toda emoção que ela está sentindo através deles.— Você demorou. — Ela diz em um sussurro.Beijo sua testa e digo:— Desculpa, meu amor, estou aqui agora.A sala estava iluminada por uma luz forte e intensa, mas nada conseguia apagar o calor que pulsava no meu peito. Stella estava deitada na maca, o rosto pálido, mas seus olhos, aqueles olhos azuis da cor de um céu ensolarado em um dia quente de verão, estavam firmes, determinados. Era uma força que eu só havia visto nela em momentos raros, quando a vida exigia o impossível e ela respondia com coragem.A mão de