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Luiza narrando:

Entro no quarto conforme o segurança falou, sento na cama e ali fico esperando, acredito que fazia uma meia hora que eu estava ali.

- Luiza  - Carla fala entrando no quarto -, preciso que você me escute.

- Pode falar.

- Esse cliente ele é muito especial e ele queria a minha melhor garota, você de todas é a mais bonita, então faça o serviço direito que você será bastante recompensada.

- Quem é ele?

- Ele é um homem muito importante aqui, tenho certeza que você não vai querer ser punida não é mesmo? - ela passa a mão pelos meus peitos - então faça o seu trabalho direito - eu assinto com a cabeça - ele já deve estar chegando esteja maravilhosa esperando por ele - ela fala antes de sair do quarto.

Mulher maluca se eu tivesse um pouco mais de coragem, acabava com ela, dava uma surra que ela nunca mais iria esquecer. Respiro fundo e espero o tal cliente maravilhoso chegar.

A porta se abre revelando um cara de mais ou menos 40 anos, de terno, bem apresentável, ele me olha de cima a baixo.

- Carla tinha razão quando falou que ia me m****r a garota mais bonita dela - Eu sorrio fraco para ele - ela também falou que você é tímida.

Eu precisava pensar na minha mãe doente, no meu pai lá no Brasil, eu precisava pensar neles para conseguir enfrentar tudo isso.

Eu fechava os olhos enquanto ele metia com tudo em mim, eu estava de quatro e ele segurava a minha cintura. O que passa na cabeça desses homens? Eles querem várias mulheres ao mesmo tempo e para isso paga por elas, sem se importar se estamos ali por conta própria ou forçadas.

Nas mãos deles somos apenas objetos, que eles usam, abusam e quando cansam jogam fora. Somos usadas enquanto estamos novas, enquanto temos beleza e depois somos descartadas. Essa é a triste realidade de nós mulheres em pleno século 21 e se um dia conseguirmos sair daqui é capaz da sociedade hipócrita em que vivemos ainda nos culpar por ter parado aqui.

- Você é de onde? - ele pergunta enquanto massageava as suas bolas.

- Do Rio.

- Eu também sou de lá, mas moro fora do Brasil há mais de vinte anos.

- Você mora aqui em Las Vegas?

- Sou dono da maioria dos cassinos, como é seu nome mesmo?

- Luiza e o seu?

- Me chame de Rodrigues apenas, irei voltar mais vezes - ele passa a mão pelo meu cabelo - e vou te elogiar bastante para a Carla.

- Obrigada - eu falo sorrindo para ele.

- Você é bem melhor do que ela falou, superou todas as minhas expectativas - ele falando aquilo me deu um alívio.

Assim que ele sai do quarto, eu entro correndo no banheiro e começo a tomar banho, eu esfregava o meu corpo com o sabonete, querendo tirar toda a sujeira que tinha ali, o seu cheiro estava impregnado no meu corpo.

Eu me olho no espelho pelada e tenho vontade de me matar. Agir como se eu tivesse gostando daquilo tudo me faz eu me odiar, me odiar muito, eu tenho ódio de mim.

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