NIKOLAYO meu pai contava que aos sete anos subi no primeiro touro bravo, e segurei firme os oito segundos.Oito segundos quando se está em cima de um touro, parece uma eternidade, apenas quem já passou por isso sabe o que digo, o mundo em volta parece parar, os segundos parecem andar em camera lenta.Desde o meu primeiro pulo, nunca mais tive medo de nada, sempre desafiando tudo que vinha na minha frente, não me considero um homem fraco.Quando perdi os meus pais, sim, fiquei abatido, mas não havia mais nada para ser feito, por isso vesti uma máscara de forte e segui em frente.Mas hoje, quando entre na casa e vi Briana, ainda em pé, segurando a barriga que sangrava, percebi que não sou nada, um fraco, um ninguém.Precisava ser forte por ela naquele momento, fui a dar as ordens e carregando ela em meus braços, para o primeiro carro disponível.Ela ainda sorria, falando com calma.Ricardo e Meire são de confiança dela, então também são de confiança minha, ficaram para organizar tudo,
NIKOLAYAbraçado a minha avó, que tem sido o meu porto seguro desde a morte dos meus pais, consegui parar de chorar.— Como a senhora chegou tão rápido?— Bem, a cidade está no meio das duas fazendas. Sem falar que não foi tão rápido assim. Faz mais de uma hora e meia que recebemos a notícia. Lúcio e Paulo seguiram para fazenda, ajudar Meire e Ricardo.— Eles são garotos esperto, e continuam a ser instruídos por Briana, vão longe.— Sim, Meire gravou toda a confusão sem o malandro perceber, isso vai acabar de vez com ele, que confessou ainda mais coisas erradas.-A policia já foi prende-lo?-A policia sim! O socorro parece que ainda não havia chegado lá. Briana acertou ele na mão e joelho. E a nossa menina como está?— Ninguém me diz nada vovó. Quero acreditar que isso seja um bom sinal.— Ela vai sair dessa. Você ainda vai ter muito tempo para conquistar a confiança da sua baixinha.— Não vou negar, que estou a tentar, conquistá-la. Mas, com ela quero coisa séria.— Eu sei disso. Dou
BRIANAEstou presa num sonho:SONHO"Um campo aberto, muito verde, flores coloridas, uma árvore com um balanço, sento ali. Alguém balança-me, sei que é. Sinto o perfume dele. Olho para trás, está ali, papai. Não digo nada, apenas o meu sorriso diz tudo. Fico em pé e ele me abraça. Fico ali, protegida. Então ele começa a falar: "Briana, minha baixinha, perdão por partir tão cedo. Queria estar aí ao seu lado, queria ter sido eu a te apresentar o seu futuro marido, ele é bom, pode acreditar, bom homem, honrado, e vai proteger-te de tudo que está por vim. Sei que você já ama ele, assim como ele te ama, apenas precisa confiar nele. Preste atenção, os inimigos de vocês são muitos, mais do que vocês imaginam, porém, o amor de vocês é muito forte, irá superar tudo, unidos vocês irão limpar o nosso passado para receber o meu neto, que por favor não coloque o meu nome. Eu te amo filha! Agora volta, pois o seu peão está a mais de uma semana, nesse hospital, te esperando. Isso é uma grande prova
BRIANAA médica saiu e eu fui tomar um banho, consegui fazer tudo sozinha, mas devagar.Tinha uma bolsa com roupas, por sorte um vestido largo, que não iria apertar a minha barriga.Não consegui fazer as minhas tranças nem pentear o cabelo, pois doía ainda quando subia o braço.Saí chateada do banheiro, encontrando Nikolay parado na porta.Ele olhava sério para mim, não sei o porquê.— Fala, pode rir, sei que quer rir da situação do meu cabelo. — Falei fazendo bico.— Porque não me esperou. Ia te ajudar. Briana, estou aqui por você, não seja teimosa, apesar de já está sem os pontos, ainda precisa de repouso. Agora vem, eu vou cuidar do seu cabelo.Isso, acabo de levar uma bronca, nem acredito, ele falou mesmo que era para eu esperar, esperar o que, como assim, ele acha que ia dar-me banho. Como assim vai pentear o meu cabelo?Acho que a minha cara entregou-me, pois ele começou a rir, na verdade, gargalhar, enquanto me levava até uma cadeira.— Primeiro, se tivesse esperado, iria chama
NIKOLAYApós aquele sonho acordar e ver a minha baixinha acordada foi uma alegria sem fim.Logo após conversar com vovó a médica apareceu no corredor, e passou as recomendações, ela disse que ficaríamos até após o almoço no hospital ainda.Quando entrei no quarto, não encontrei ela, mas escutei o barulho do chuveiro, a teimosa deve estar a fazer arte, deveria ter esperado.Ela saindo com aquela carinha embirrada, foi fofo, ela ainda sentia dor para mexer o braço, por isso fui cuidar do cabelo dela.Contei a minha aventura como cabeleireiro mirím, acabamos conversando sobre o tal Roberto, estou agora aqui arrumando as coisas dela, que quer fazer tudo sozinha.-Nikolay, eu posso juntar as minhas coisas, não parece certo você mexendo na minha roupa íntima. — Ela falou corada.Então resolvi provocar. Peguei uma calcinha preta de renda que estava no canto da mala.— Olha para ser sincero já vi muitas calcinhas, mas essas com toda a certeza, são as mais lindas, perfeitas, caras, pequenas e
BRIANAO que esse homem quer falando assim, o meu pobre coração bate acelerado, enquanto a minha mão está grudada na dele, mas não consigo soltar.Briana, acorda, o que ele quer é fácil, levar-te para a cama dele, s***, é o que ele quer.Quando o carro para na frente da casa, o meu sorriso é sincero, pois fazia tempo que não tinha um lugar de pertencimento, onde sentia que era um lar realmente.No meu sítio, eu passava pouco tempo, era apenas trabalho, até porque era sozinha, voltar para quê? Para quem?Aqui não, aqui sei que tem alguém me esperando, preocupada comigo.Ela já veio direto para mim, abrindo a porta do carro, e dando-me um abraço, que aqueceu o meu ser de tanto carinho.-Briana, a minha neta, como estava com saudade, preocupada, bom que está em casa agora.— Eu também não estava aqui, lembra vovó! -Nikolay fez graça, se fazendo de ofendido.— Para Nikolay, você sabe o que estou a dizer. A nossa Briana deu um bom susto em todos aqui. Agora, momento de comemorar a sua volt
NIKOLAYNo hospital, logo depois que liguei para minha avó, liguei para a floricultura local, encomendando um vaso de lírio da paz e o maior urso de pelúcia que eles tinham, e mandei entregar na fazenda.Quero mimar essa mulher, fazer ela perceber que farei tudo por ela.Briana merece isso, ela apesar de ter tudo, sempre foi batalhadora, os investigadores voltaram com muitos elogios sobre ela.A cada dia do seu lado, admiro ainda mais essa baixinha.Após o banho, quando cheguei na cozinha, senti o seu olhar sobre o meu corpo, a se vovó e Joana não estivessem ali, teria tomado ela para mim, ali mesmo, mas calma peão, ela está de repouso, e você precisa conquistar a confiança dela.Deixei claro que ela irá ficar em casa, e levei ela para o quarto no colo.— A escada já acabou, pode colocar-me no chão.— Para de reclamar, e fácil carregar você, e leve e cheirosa.Vi a suas bochechas rosadas, na porta do quarto, ela abriu eu entrei deixando a porta aberta. Quando a coloquei no chão, ela s
BRIANAO tratamento que estou a receber, está a ser tão bom, que me sinto realmente em casa, tanto que após tomar os medicamentos dormi muito bem.Acordei, fui tomar um banho, hoje já não sentia tanta dor, mas não irei abusar.Acabei pegando a roupa errada, e saí do banho com os fones, ouvindo um rock, rebolando enrolada na toalha, não e escutei ninguém chamar ou a porta abrir, quando percebi a presença ali, quase caí, mas aquelas mãos grandes, de braços forte, seguraram-me.Isso não pode ser normal para uma virgem, como preciso conversar com tia Ana, ela saberia o que me dizer.Esse homem não está a colaborar, todo momento me carregando no colo, flores, presentes, sem falar na atenção que tem comigo, mandando mensagem, vindo ver como estou, cuidando do meu cabelo todos os dias.Hoje ele levou-me na mangueira, fiquei de longe sentada, olhando o manejo, coisa difícil, pois gosto de estar lá junto, com a mão na massa.Porém, já coloquei na cabeça que preciso cuidar-me.A médica disponib