A habilidade de virar o jogo é bastante impressionante.Eu queria rir, puxei de leve o canto da boca, mas minha bochecha doía demais - Você me deu a chance de falar agora?Sempre que se tratava de Rosa, ele ficava desesperado.- Nora…- Tudo bem, sua 'irmã' está te esperando no carro.Eu não queria mais falar com ele, então o interrompi e voltei para o carro.Ao fechar a porta, ele a segurou com firmeza - Cubra essa ferida no rosto, não deixe chegar aos ouvidos do vovô, senão ele com certeza vai...Cada palavra era como se estivesse cortando meu coração, despedaçando-me por completo, alma e corpo. Não tive coragem de ouvir mais, fechei a porta com força, deixando-o do lado de fora.As lágrimas enchiam meus olhos, desviei o rosto rapidamente para que ele não visse minha desolação. "Eu que fui agredida, mas ele se preocupava era com Rosa ser repreendida."Ignorando que ele ainda estava lá, acelerei o carro e saí do estacionamento.Assim que parei no semáforo em frente ao prédio da empre
Eu sorri enquanto procurava um lugar para sentar, peguei a xícara de café que o serviçal acabara de trazer e dei um pequeno gole.A cor do café era clara e translúcida, e o aroma se espalhava por todo o ambiente, suave ao paladar.Eu sorri docemente - Vovô sempre pensa em nós quando tem algo bom.- Não é à toa que o velho tanto gosta de você, tão doce com as palavras!- Tia disse, rindo.Eu sorri discretamente, sem dizer mais nada.Depois de mais algumas risadas, Hélder nos chamou para nos sentarmos à mesa para o jantar.Os lugares para o jantar em família já estavam organizados previamente.O avô sentou-se na cabeceira, à sua direita estavam em sequência o Tio, Tia e a minha prima.À esquerda estava Lucas, que já havia assumido a liderança da Família Franco, eu, meu sogro e Rosa.A ordenação deixava claro quem era mais importante.Rosa, mesmo insatisfeita, apenas se conteve. Ela poderia me provocar em qualquer outro lugar, mas na velha casa da Família Franco, mesmo se eu e Lucas nos di
- Sim.Eu me sentei ao lado, encarando o olhar penetrante e lúcido do meu avô, ficando cada vez mais inquieto.No vasto escritório, só estávamos eu, meu avô, e Hélder, que preparava o café ao lado.Como era de se esperar, meu avô começou a falar com pleno conhecimento dos fatos - Então, vocês ainda vão se divorciar?Meu coração, que estava suspenso, finalmente se soltou.Já que meu avô havia descoberto, esconder mais seria inútil - Hum... Como você soube? Avô.Meu avô suspirou, mas não demonstrou irritação por ter sido enganado - Você, apesar de independente e obstinada, não demonstra muito isso, mas esses olhos... Eles nunca estiveram longe dele, não é mesmo?- Mas hoje, você nem sequer olhou para ele.Havia uma nota de arrependimento em suas palavras.Ao ouvir isso, senti um nó na garganta e, de repente, não consegui dizer nada.“Sim, gostar de alguém é algo que não se pode esconder, mesmo que você cubra a boca, seus olhos o revelam.”Até meu avô viu isso claramente, mas Lucas achava
- É exatamente como você viu.A voz do avô continha traços de vicissitudes e tristeza - Foi nossa Família Franco que falhou com Dulcinea, foi minha falha não ter educado meu filho adequadamente!Minha falecida sogra, tinha um nome muito bonito, Dulcinea Cardoso.Ao ouvir isso, eu também fiquei profundamente chocado.Afinal, minha sogra não havia morrido de complicações no parto.Ela estava grávida de dez meses quando foi empurrada escada abaixo.E a pessoa que a empurrou, inacreditavelmente, era Zuleica, aquela que tratava Lucas como se fosse seu próprio filho, tornando-se uma “madrasta” para salvar a vida dele e ficar em estado vegetativo.Minha mente estava em total desordem. Como ela poderia tratar Lucas tão bem, mas ao mesmo tempo ser a assassina da mãe biológica de Lucas...? Isso parece tão contra a natureza humana...Ainda estava tentando organizar meus pensamentos quando escutei o avô continuar - Não consegue entender, como ela pode tratar Lucas tão bem?O avô soltou uma risada
Hoje, depois de tudo que o senhor disse, eu não tinha motivo para recusar.Eu e Lucas já estávamos separados, um certificado de divórcio apenas tornaria as coisas mais claras entre nós.Não havia necessidade de pressa.Além disso, o aniversário de 80 anos do vovô estava a apenas um mês de distância, chegaria rapidamente.Depois, foi Hélder quem me levou para fora do escritório.- O velho senhor fez isso porque tem medo de que você e o jovem mestre se arrependam no futuro, ele quer que vocês pensem um pouco mais.Eu mal tinha começado a falar quando meu celular tocou.Era um número desconhecido.- Olá, você é da família da Zoe?- Sim.- Aqui é a delegacia de polícia, por favor, venha o mais rápido possível.Entrei em pânico antes mesmo de perguntar o motivo, e a ligação foi desconectada.Sem pensar muito, desci as escadas correndo e, assim que saí do elevador, vi Rosa furiosa.- Você é simplesmente insuportável!Ela disse isso e tentou me dar um tapa, mas eu o bloqueei.Só conseguia pen
Em público, Lucas sempre ostentava uma expressão fria e distante.Seu sobretudo preto apenas intensificava a aura impenetrável que o rodeava.À medida que ele se aproximava, comecei a sentir um frio na espinha.Este problema poderia ser menor ou maior.No menor dos casos, seria apenas uma questão de pagar uma indenização. No pior dos cenários...Dado o poder de Lucas em Cidade Rio, fazer com que Zoe fosse parar atrás das grades seria tão fácil quanto virar a mão.E, sem dúvida, ele certamente protegeria Rosa.Como esperado, ele ficou ao lado de Rosa, com os olhos levemente baixos e os lábios finos se abrindo para perguntar - Como você quer lidar com isso?Minhas mãos se fecharam involuntariamente. Antes que Rosa pudesse responder, Zoe me puxou para trás.- Eu sou responsável pelos meus atos, isso não tem nada a ver com Nora.- Zoe!Eu estava desesperada, mas Zoe me olhou e debochou propositalmente - E você, quer se intrometer como? Vai implorar ao seu ex-marido em público ou à amante q
- Se não fosse pela teimosia do avô, você não teria que suportar isso.Zoe rolou os olhos, impaciente. Se não fosse por minha intervenção, ela teria voltado para argumentar.De repente, começou a chover, com o vento de outono soprando frio, fazendo a temperatura cair bastante, ao ponto de desejar poder encolher o pescoço de frio.Entramos no carro, e Zoe disse, irritada - Por que você me segurou? Não ouviu o que ela disse? Que droga, que coisa estúpida. Quando a humanidade estava evoluindo, ela deve ter se escondido, não é?- Ouvi sim.Eu, resignada, dei partida no carro e lentamente nos incorporamos ao tráfego - Lucas é uma pessoa de humor volátil, eu só queria sair dali antes que ele mudasse de ideia.E com a Rosa, não vale a pena discutir.- Você não está irritado?- ela perguntou.- Estou bem.Mais do que não estar irritada, eu diria que estou acostumada.Nesse momento, a vida noturna de Cidade Rio estava apenas começando, com as ruas cheias de gente e especialmente congestionadas.
Mudar para cá?Meu coração falhou uma batida involuntariamente.Em um instante, senti uma inquietação difícil de acalmar.Respirei fundo - Mudar para cá? Eu não concordei com isso.- Vovô disse que você prometeu a ele que daria um tempo antes do divórcio.Ele estava agindo de forma descarada, entregando-me seu celular - Então fale com o vovô.- Sem-vergonha.Não pude deixar de olhá-lo com desdém - Concordar em dar um tempo no divórcio não significa concordar com a mudança dele."Ele, o presidente do Grupo Franco, vem com essa. Quem acreditaria nisso."- Marido e mulher morando juntos é natural- Ele concordou cordialmente.- Absurdo.- murmurei, abrindo a porta da casa por conta própria.Ele também entrou sem cerimônia.Talvez pensando no que o vovô havia me dito à noite, e depois olhando para Lucas, não pude deixar de sentir pena dele e não o expulsei.Apenas apontei para um quarto do outro lado do quarto principal - Você fica nesse.- Hmm, tudo bem.Ele não insistiu mais, aceitou calma