"- Merda!" Dante resmunga em italiano já reconhecendo a voz de seu pai. Ele entrega Valentina para ela já dizendo com o semblante fechado: - Fique com ela e não saia deste quarto por nada desse mundo, senão infernizarei a sua vida. Ele sai correndo e Samantha o olha sem entender. Ela olha para Valentina e suspira dizendo: - O seu pai é doido. Espero que você não tenha herdado isso dele. Dante chega no pé da escada e já vê a cena de seu pai discutindo aos berros com seu mordomo. "- Por favor, acalme-se. O próprio senhor, Savoia, proibiu a sua entrada." "- Desde quando você tem que acatar essa ordem absurda? Você, por acaso, esqueceu quem eu sou?" Vicenzo rebate já fuzilando o pobre mordomo com o olhar. "- Eu sei muito bem quem é o senhor, mas só estou cumprindo as ordens do seu filho. O senhor sabe muito bem como que ele é." John tenta se defender já dando um passo para trás. Dante já estava farto de toda aquela gritaria. Ele desce as escadas com a cara fechada. "-
Era tarde da noite e Samantha acorda sentindo sede. Ela levanta e vai até a cozinha pegar um copo d'água. A detetive estava apenas com uma camisola que ia um pouco acima de seu joelho, então não vê importância em ir assim até a cozinha por cachar que não encontraria ninguém. Dante passou o dia todo no quarto com sua filha e a maioria dos empregados nem olhara na sua cara. O mordomo até que foi simpático em lhe fazer companhia durante o jantar. Agora ela estava caminhando pela enorme sala de Dante. O local estava sendo iluminado pelas luzes que ficavam na parede. A iluminação era fraca e deixava o ambiente um pouco sombrio. Ela percebe uma luz vindo de um cômodo que ficava ao lado da sala. Samantha passa em frente a porta, pois ficava no caminho da cozinha, ela para e vê Dante mexendo no computador que ficava na mesa e ele estava com a babá eletrônica ao seu lado. Ele nota a sombra dela e, em um gesto rápido, aponta a sua arma na direção dela. - Ei! Sou eu! Samantha já er
Era domingo e Dante estava arrumando Valentina para poder levar ela na igreja. Ele penteava com cuidado os cabelos dela, enquanto se lembrava de seu nascimento. **************** Dante chega no hospital com a cabeça baixa. Ele estava no meio de uma reunião quando recebeu a ligação de que sua filha teria que nascer. De certa forma, ele esperava que este momento demorasse um pouco, pois isso significava que era hora de se despedir de sua esposa. Ela já não apresentava nenhuma atividade cerebral há dois meses, mas ele ainda mantinha uma pequena e quase inexistente esperança de que os médicos estavam errados e que ela recobrasse a consciência. Todos que o conheciam naquele hospital o olhava com pena por conhecerem a sua história. Ele continua caminhando por aquele corredor comprido e frio. Um enfermeiro o acompanha e o ajuda a vestir a roupa especial para o parto. Dante a veste sem mostrar qualquer tipo de emoção, pois estava destruído por dentro. Ele havia fantasiado como seria o mo
Vicenzo acorda sentindo a cabeça um pouco pesada. Ele olha ao redor e já reconhece ser o apartamento de Tiffany. Ela aparece segurando uma bandeja contendo um copo de suco de laranja, torradas, mel e algumas uvas. - Bom dia, meu ursinho. Espero que você tenha dormido muito bem, pois nos divertimos muito ontem a noite. Ela sorri e coloca a bandeja em cima da cama. Vicenzo cobre os olhos ao ver a claridade. - Que dor de cabeça... - É que você exagerou um pouco no whisky. Se quiser, eu pego um analgésico para você. Vicenzo levanta e vai até o banheiro. Tiffany revira os olhos indo até a gaveta para poder pegar o analgésico. Ela ouve o som da descarga e depois do chuveiro ligando. "Não vejo a hora desse velho insuportável ir embora." Ela pensa já ajeitando a bandeja na cama. Vicenzo sai do banheiro já vestido com a sua roupa e os cabelos molhados. - Aqui está o seu comprimido. Ela estende a mão e entrega para o mafioso. Vicenzo pega o remédio e o toma com um gole de suco. - Que
Samantha seguia Dante, mas ela é abordada por um surfista de pele bronzeada e usava dreads no cabelo. - Você mandou muito bem pegando aquela onda. - Muito obrigada. A verdade é que faz um bom tempo que não surfo. Samantha alisa o seu braço esquerdo ao mesmo tempo, em que sorri. Dante estava parado a uma certa distância. Ele não estava nada feliz com aquela aproximação, mas não podia fazer nada. - Não brinca? Imagina se estivesse praticando. O homem aponta para uma barraca que continha várias pranchas de surfe. - Todos os sábados, alguns surfistas costumam dar aulas gratuitas de surfe para os jovens carentes. É uma tentativa de evitar que eles entrem para algumas dessas gangues que ficam por aí. - Isso é ótimo, pois esses meninos têm um futuro muito melhor do que andar com essas gangues. - Então gostaria de te convidar para dar algumas aulas para esses meninos. Algumas meninas ficam receosas por achar que surfe é coisa de homem e, tendo uma professora habilidosa como vo
Tiffany estava sorrindo ao ver que havia conseguido o número particular de Dante. A ligação que havia acabado de fazer, lhe confirmou isso. - Você mal pode esperar pelo meu presentinho. Ela disca o outro número que havia anotado e não demora muito para que Rossi atenda de maneira séria: - Alô? - Como andam as suas costas, meu amor? Ela fala em um tom meloso e isso irrita o mafioso. - Igual ao seu rabo, que vive arregaçado. - Quanta grosseria! Não é assim que se trata uma dama. Ela responde ofendida, pois não esperava por essa resposta. - A única pessoa que tem este número é o Capo. E aposto que você é a vadia que anda dando o rabo para o velho. Rossi estava completamente irritado e isso anima Tiffany, pois ele poderia ser facilmente seduzido por ela. - Nossa! Como que você é inteligente. Aposto que a Famiglia seria muito mais forte se você fosse o Capo. - O que você está insinuando? - Não estou insinuando nada. Apenas estou lhe dizendo a verdade. A Famiglia seria muito ma
Samantha arregala os olhos devido ao espanto em ver tamanho ousadia de seu chefe. Ela sentia algo por ele e isso a faz retribuir o beijo. O coração de Dante se aquece com isso e ele aprofunda o beijo enquanto afrouxa as suas mãos e a puxa para mais perto. Samantha leva as suas mãos até o pescoço dele e o abraça. Eles ficariam assim por um bom tempo se o som de Valentina chorando pela babá eletrônica não tivesse chamado a atenção do casal. Dante quebra o beijo enquanto é encarado por um par de olhos verdes completamente confusos. Samantha estava ofegante e logo se afasta dele. "Aquilo não poderia ter acontecido." Ela pensa enquanto corre na direção do quarto. Dante fica parado sem entender e o choro insistente de Valentina o acorda de seu transe. Ele suspira e sobe correndo para poder ver o que sua filha queria. Samantha entra no quarto e tranca a sua porta. O seu coração estava acelerado, pois jamais poderia imaginar que aquilo aconteceria. Ela era uma policial e ele um
Após terminarem de tomar café, Dante recolhe a louça e a coloca na pia.- Vamos que ainda temos que passar no seu novo apartamento.Samantha levanta da mesa e vai até o quarto pegar as suas malas. Dante olha para o lanche que ela havia feito na noite anterior. Ele pega o sanduíche e o joga no lixo enquanto balança a sua cabeça de forma negativa.Ela volta carregando as malas até a sala. Dante chama um segurança e dá algumas ordens em italiano. O segurança vai até a detetive e pega as malas dela sem olhar na sua cara.Esse segurança coloca as malas no carro que faria a escolta e o mafioso abre a porta para que a detetive entre. Dante coloca o bebê conforto com cuidado no banco de trás e sorri mais uma vez ao ver os dentinhos dela.Ele dá a volta e entra no lado do motorista. Samantha o percebe mais leve do que o normal. Em contrapartida, o dilema em que ela estava vivendo, a esmagava sem piedade.- Vamos lá conhecer o seu apartamento.Dante dá a partida e começa a dirigir. Ele olha o c