EmanueleGanhamos a competição dos presentes. Giovanna preferiu os nossos, claro, além de termos acabado primeiro, estavam tão bem embaladinhos. Os meninos dispersam e Matteo chama a mim e Carol para conversar com eles no sofá, Paola e Vicenzo vão para a mesma sala que o senhor Luigi, Dominic e Dante entraram. Vejo o senhor Luigi sair seguido de Dante minutos depois, que, por sua vez, está vermelho e puxa Caroline com ele para fora da casa.Será que levaram uma bronca? Ai meu Deus, será que o pai dele sabe de tudo? Me desespero. Logo, Adônis se aproxima, ficando ao meu lado.— Está tudo bem, Raio de sol? Está pálida — toca meu rosto de maneira tão natural e não sei o que fazer, pois estou gostando disso.— Seu pai descobriu tudo? — sussurro para que apenas ele me escute.— Não, por que acha isso? — franze o cenho.— Porque seu irmão saiu cuspindo marimbondo e levou Carol para… sabe lá Deus onde — falo, olhando na direção que saíram.— Argh, não sei o que fazer com o Dante. Escuta, Ema
DominicEu a beijei novamente, e ela correspondeu… foi um beijo breve, porém, tão intenso quanto o primeiro, mas agora sinto algo que jamais experimentei antes, me sinto tonto e meio… bobo, não sei explicar.É uma doideira, eu sei, no entanto, essa mulher… olho para aqueles olhos azuis que compartilham da mesma sensação que a minha, essa mulher me pegou sem aviso e seu sorriso está fazendo uma bagunça em meu peito, uma bagunça inédita e enlouquecedora. Dividimos o silêncio, ainda nos encarando. Repasso os trinta e seis anos da minha vida e nada nem ninguém me fez sentir tudo o que sinto nesse exato momento, nem Lívia, a quem gostei muito.Acho que Vicenzo está certo… posso estar mesmo me apaixonando por Emanuele. O que não é nenhum pouco racional, considerando o tempo.— Uh-hum — a nona surge diante de nós. — Ah, mia gioventú! Il pranzo está servido, deixem para namorar depois, terão la vita inteira para isso — ela pisca e se retira, sorrindo.Emanuele está corada, levanto e a ajudo.
EmanueleFazemos boa parte do caminho para minha casa quietos, mas consigo sentir os olhos de Dominic me estudando em alguns momentos.— Sua família é incrível! — quebro o silêncio que estava ficando desconfortável.— Eles são mesmo e gostaram de você, principalmente os gêmeos e Enzo — faz uma careta ao mencionar os irmãos, mas sorri.— E eu deles, esse é o problema — murmuro.— Não vejo problema nisso, Raio de sol — ele estaciona e não percebo que já havíamos chegado.— Deveria, não quero magoar ninguém, embora eu esteja começando a achar que quem vai sair magoada nessa história sou eu — confesso e ele desprende seu cinto, saindo do carro, dando a volta para abrir a porta para mim.Ele tem mesmo que ser tão fofo e lindo?Quando saio do carro, Dominic me impede de passar, bloqueando o caminho.— Você não vai se machucar — garante.— Como pode dizer isso? — rio sem humor. — E se eu… e se eu… — respiro fundo, mas desisto de falar que poderia estar gostando dele de verdade, não quero par
DominicEmanuele ficou séria depois do que falei sobre o seu admirador, eu não deveria ter dito nada, contudo, foi inevitável, não consegui me conter. O que está acontecendo comigo? Nunca fui tão… tão ciumento. De fato, senti isso, ciúmes. — Desculpe, Raio de sol, não quis estragar sua amizade com Paulo.— Marcos! — rebate meditativa.— Que seja, não tive intenção de atrapalhar — seco minhas mãos.— Não, você não atrapalhou, na verdade, estava pensando em outra coisa. Quanto ao Marcos — enfatiza o nome, sorrindo —, por mim, somos amigos e nada mais — ela vai até a sala. — Pronto para isso? — aponta para os presentes e me senti estranhamente aliviado por dois motivos: um, ela voltou a sorrir, dois, ela não se importa com o tal Paulo Marcos, que seja.— Vamos lá — me estiquei e fui até a sala.Ela pega a primeira lista e abre algumas bolsas pintadas a mão, muito bem-feitas. Começa a ler e separo as coisas nas bolsas, de acordo com sua orientação. Dez minutos depois está tudo separado,
EmanueleFecho a porta e minhas pernas não respondem ao meu comando, escorrego feito uma garotinha apaixonada de um filme romântico clichê.Termino de guardar as coisas e embalar os presentes restantes, minha cabeça está cheia, cheia de Dominic Rizzo! Com tudo terminado e o coração aos saltos pelos beijos intensos e maravilhosos dele, deito-me para dormir e, acreditando ou não, adormeço como um bebê.Acordo com meu telefone vibrando sobre a mesinha de cabeceira.É Evelyn. — Alô — minha voz soa rouca.— Te acordei? — pergunta preocupada.— Quer que eu minta?— Claro que não! — responde como se fosse óbvio.— Sim, Evelyn. Você me acordou e pior que eu estava num sonho maravilhoso.Estava mesmo e adivinhe quem era o protagonista?— Ai, credo, Manu… — reclama.— Foi você quem pediu. O que houve para me ligar às seis da madrugada?— Saudades de você, ora. Agora que assumiu o noivado, esqueceu que tem irmã, é? — esbraveja, enciumada.— Nos vimos anteontem, Evelyn, e olha quem está falando
DominicEmanuele estava misteriosa e sua expressão parecia tensa. Entendo tudo ao entrar em seu apartamento, dando de cara com Dante direcionando um olhar assassino para outro cara, que está parado, fitando um buquê de rosas no balcão da cozinha dela.— Dante? O que faz aqui? — pergunto antes mesmo de cumprimentá-los, ele está agindo como um moleque cercando-a dessa forma e estando noivo de Caroline.— Bom dia, Dom! E vim visitar a Manu, somos amigos antes mesmo de você entrar na jogada, ou esqueceu? — responde com arrogância.— Não, você não me deixa esquecer — rebato irritado, não vou deixá-lo me tirar do sério.— Dominic — Raio de sol me chama. — Esse é o Marcos — aponta para o cara, que parece confuso. — Marcos, esse é o Dominic! — ela está corada. Nos cumprimentamos com um leve aperto de mão e me dou conta que esse é o Paulo do vinho. Imediatamente solto sua mão e vejo outra garrafa de vinho na bancada de Emanuele. — Ah, você é o Paulo do vinho? — Provoco. — Você tem bom gosto,
Emanuele Foi difícil engolir a comida depois dos comentários da tia Zuleica, ela pode ser bem indigesta em determinados momentos. Graças a Deus, Fernando e John conseguiram desviar o assunto e o almoço encerrou sem maiores danos.Ajudo a recolher a louça e sinto o peso dos olhos de Dominic me observando. Sei que ele irá me questionar depois e necessito me preparar para isso.— Você está bem? — A voz de Fabrícia me arranca da nuvem de pensamentos. Ela está lavando a louça.— Sim, estou bem — coloco os pratos que segurava na pia.— Manu, desculpa — pede e parece sincera, embora eu ache que não precisa.— Não há o que te desculpar, não dessa vez — brinco, mas minha prima não sorri.— Sabe que me refiro ao que minha mãe falou à mesa.— Exatamente, não gosto de dizer nada contra ela, porém, fiquei envergonhado — Fábio entra e passa o braço sobre meus ombros.— Fiquem tranquilos, não é como se não conhecesse tia Zuleica. Confesso que não esperava que ela fosse dizer algo sobre isso
DominicFiquei muito impressionado com aquela história que Emanuele me contou, está bem difícil digerir. Estou remoendo tudo aquilo, eu odiei cada frase que ela disse em seu quarto.Chego à casa da minha mãe e encontro vazia. Parece que todos foram ao restaurante, mas nona está na cozinha.— Oh, querido, vieni qui — ela pede quando apareço na entrada.— Onde estão todos?— Um dos restaurantes, o do Jardim Botânico, lotou e precisou de reforço, suoi genitori foram ajudar. Vicenzo saiu com Gio e Paola, foram comprar presentes para sua bella ragazza, como a conheceram agora, ainda não o tinha feito. Os outros três estão na gandaia — meneia a cabeça em reprovação.— E Dante? — Solto um suspiro exasperado e involuntário. — Saiu com a noiva dele para jantar — minha avó me encara, curiosa. — Será que precisam de mais alguma ajuda no restaurante? — pergunto, pronto para sair.— Ah não, fique qui com tua nona e me diga o que lhe aflige? — indaga, perspicaz.— Por que a senhora acha