Isabella chegou em casa acreditando que Catarina já estaria lá, mas encontrou sua avó apreensiva sentada no sofá ao lado de Lúcia. Marietta se levantou rapidamente, foi até ela e lhe deu um longo abraço. — Essa era sua chance, querida, deveria ter partido. — A senhora tem alguma arma? — perguntou sem expressão e Marietta se assustou, Isabella se lembrou de sua promessa, nunca mais viveria presa, tampouco seria fraca novamente. — O-o que está pensando? Quer matá-la? — a senhora perguntou assustada. — Só defender todas nós. Você tem? — insistiu e após pensar um pouco, ela afirmou e saiu da sala, retornou com um revólver .36 com 4 balas. Isabella analisou bem, teria que ser o suficiente. — Era do seu avô, ele comprou após o acidente. — ela observou a neta limpar e recolocar as balas no lugar. — Sabe usar isso? É perigoso demais, para você e para o bebê. — Sinto te decepcionar vó, mas eu ainda tenho o sangue do meu pai. — elas ouviram um barulho na porta principal e ficaram em alerta
Enquanto Isabella se recuperava, Don e Marietta se revesavam para cuidar do bebê e dos outros compromissos. A polícia ainda estava de olho neles, mas graças aos chapéus os moradores não conseguiram reconhecer nenhum dos homens de Donatello e tudo que eles tinham eram os relatos e um corpo.Com o tiroteio, a maioria dos moradores deixaram a pensão e Marietta estava preocupada com o que faria para reverter o prejuízo. Decidiu coloca-la a venda e voltar para a antiga casa da família, agora, aquela casa não seria tão solitária. Ela chegou cedo no hospital para ficar com Isabella e o bebê durante o dia, enquanto Donatello resolvia seus assuntos.Quando entrou no quarto, se surpreendeu ao ver a neta acordada e amamentando pela primeira vez, Donatello estava ao lado dela, juntamente com uma enfermeira que ajudava, pois a nova mamãe ainda estava fraca. Quando a viu, Isabella sorriu e a chamou para perto. Vendo os dois juntos, Marietta percebeu que errado seria se os dois se afastassem.— O mé
Os primeiros dias foram os mais dificeis do ponto de vista de Isabella, seu corpo ainda se recuperava, amamentar doía e não tinha boas noites de sono, mas era um sentimento novo, mesmo cansada ela fazia tudo com um amor que não sabia descrever.Ela tinha uma babá que a ajudava, mas acreditava que quando sua avó fosse embora, as coisas ficariam ainda mais complicadas, ela e Donatello não tiveram de conversar sobre a relação deles e estavam dormindo em quartos separados. Porém Donatello se mostrou um pai zeloso que tambem se importava com o bem estar da mãe e continuou a rotina que teve no hospital, trabalhando durante o dia e cuidando do bebê a noite.Isabella inclusive se assustou no primeiro dia, quando ouviu Leo chorar e foi procurar o filho, ele não estava no berço, com o coração disparado ela foi procurar por ele e encontrou Donatello o acalmando em outro comôdo, apenas para não acordá-la. Essa se tornou uma cena comum nas madrugadas e os dois conseguiam dormir algumas poucas hora
Quatro meses passam num piscar de olhos, tudo estava quieto, tranquilo demais. Donatello seguia seu trabalho preocupado e atento, calmaria era algo raro e suspeito. Até a polícia estava quieta. Com isso ele voltou a treinar Isabella assim que acabou o resguardo e tinha um plano de fuga em mente caso fosse necessário. Nem mesmo Stéfano lhe deu notícias.— Está distraído! — Isabella respondeu após ele reclamar do soco que ela lhe deu no treino. — O que está acontecendo?— Nada... e é isso que me preocupa.— Para mim isso é ótimo, assim o Leo cresce e não vai se tornar um empecilho tão grande quando as coisas piorarem. — ele sorriu e começou a tirar as luvas.— Só vai ser um pouco mais pesado. Vamos para casa, não vou conseguir me concentrar hoje.Mais tarde naquele dia, Don estava em seu escritório quando recebeu ligação de um número desconhecido, ele atendeu sem dizer uma única palavra.— Estou dentro, Don. Não posso te dar muitos detalhes agora ou vão desconfiar, mas preciso de uma pe
Com um plano em mente Isabella desceu as escadas e foi ao escritório de Donatello pegar um frasco que ela viu certa vez de um sonífero potente, nas aulas de fármacia aprendeu sobre o princípio ativo da substância e sabia que em grandes doses poderia até ser letal. Assim que encontrou, ela o pegou e foi até a cozinha. Para todos os funcionários era mais um dia normal, então as duas cozinheiras estavam a todo vapor preparando o almoço quando ela entrou.— Meninas, eu preciso da ajuda de vocês. — pediu assim que entrou e elas se assustaram. — Desculpe não queria assustá-las, mas é um pouco urgente.— O que houve senhora Puzzo? Está tudo bem? — a mais velha perguntou.— Tem a ver com os seguranças novos? Eu estava comentando com ela que achei estranho.— Sim, eles não são os seguranças normais daqui e Donatello foi sequestrado. — ela olhou para trás e foi até porta trancá-la para que entrasse. — Eu preciso que preparem um suco e coloquem isso, só deem para os seguranças e para Branca, ela
A equipe de Isabella partiu de helicóptero para uma cidade costeira ao norte. Chegaram a noite no ponto marcado para pegar o barco. Ela estava desde cedo sem comer e começava a se sentir fraca, como se adivinhasse, Diego lhe entregou uma barra de cereais enquanto caminhavam em direção ao barco.— Eu sempre soube dos riscos e que o que fazemos é errado e perigoso, as vezes me pergunto porque aceitei participar disso e o que me vem à memória é você fazendo o possível para atingir seus objetivos. Como consegue ignorar toda parte ruim? — Diego perguntou.— É bem simples, nunca ninguém se importou comigo e agora eu sou egoísta, só me importo comigo mesma e com o que eu quero. Talvez eu esteja errada em ser assim, mas eu não ligo. É o sentimento que teve ao decidir salvar sua família, sujou suas mãos por algo importante para você.— Isso não foi egoísmo.— Foi sim, a responsabilidade era do seu pai, mas você queria ser o herói. Você tinha bons motivos, mas não pode negar que o ego falou mai
Eles chegaram à capital por volta das 11 horas da manhã, os homens que os ajudaram foram para casa, mas o casal e Diego passaram num hospital onde foi feito alguns exames em Donatello, precisaram enfaixar seu pulso devido um deslocamento, mas foi rápido e finalmente foram para a casa da avó de Isabella. Leo estava lá e todos concordaram que era mais seguro que voltar para a mansão.Porém, precisavam pegar algumas roupas e verificar se as coisas estavam em ordem. Roman ficou responsável por isso e de fato tudo estava limpo e os corpos dos homens de Catarina já não estavam mais lá. Donatello caminhava com dificuldade, mas acompanhou os dois e ouviu Isabella contar o que aconteceu.Quando chegaram na casa da avó, a primeira coisa que fizeram foi abraçar o filho, que apenas sorria alheio a tudo que tinha acontecido. Marietta abraçou a neta, esteve muito preocupada, sabia que para Isabella mandar o filho para lá, algo grave tinha acontecido e ao ver como Donatello estava, ela entendeu do q
Donatello não queria retornar, mas precisava terminar o que começou, ou seria conhecido como o don fugitivo e definitivamente ele não queria isso. Além disso, não conseguiria viver em paz sabendo que quem tentou matá-lo está vivo e poderia encontrá-lo a qualquer momento.Mesmo após horas de viagem, ele foi direto para o ponto de encontro num dos seus galpões com estoque de armas e carros. Quando chegou, todos já estavam lá, incluindo Enzo que não tinha sido convidado, ele tentou ignorar, mas não conseguiu disfarçar sua cara de insatisfação.— Don... — Roman chamou. — Ele me procurou e disse que você pediu para ele falar comigo, eu desconfiei, mas ele também é um capo então pensei que...— Pensou errado Roman, só espero que dê tudo certo. — ele desviou do capo e seguiu para a mesa improvisada no centro do galpão. — Boa tarde, senhores.— Boa tarde, Don. — responderam e um a um se levantou para cumprimenta-lo com um aperto de mãos.— Bom eu vou direto ao assunto, meu pai está vivo e é e