Depois de saírem do bar, já passava das onze horas.- Vou levar vocês para casa. - Raquel também se sentia um pouco tonta, mas pensava que, como tinha organizado o jantar, deveria as levar para casa.Sarah soltou um arroto, um pouco embriagada, e disse:- Não precisa, Priscila vai me levar. Vamos para o mesmo caminho.Dizendo isso, Sarah puxou Priscila e saíram da sala privada.Raquel rapidamente as seguiu.Todas as três estavam um pouco embriagadas, mas não a ponto de perderem a compostura. Priscila, em particular, estava surpreendentemente sóbria.Raquel normalmente é uma pessoa contida, mas como era a primeira vez que bebia com Sarah, queria fazer companhia. Sarah adorava beber e, uma vez que começava, não conseguia parar. No entanto, Priscila conseguia manter a autodisciplina, mesmo com a bebedeira de Sarah.Sarah e Priscila entraram em um carro preto. Depois de as ver partir, Raquel voltou para o carro e se recostou no banco de trás, sentindo um mal-estar no estômago.Seus olhos
Álvaro colocou Sarah em sua cama e depois não saiu imediatamente do quarto. Seus olhos abaixaram para observar o rosto avermelhado dela devido à embriaguez, bem como seus lábios carnudos. A imagem de Sarah beijando alguém em uma cena de filme hoje surgiu de repente em sua mente.Sua garganta se moveu, e com dedos elegantes, ele delicadamente esfregou os lábios dela, como se estivesse limpando alguma impureza. Ele fez isso com tanta diligência que seus lábios pareciam até um pouco inchados. No momento em que retirou seus dedos, o corpo de Álvaro se inclinou ligeiramente para baixo, num movimento quase imperceptível. No segundo seguinte, ele se levantou e saiu do quarto. A porta se fechou atrás dele. Não notou que a pessoa adormecida havia derramado uma lágrima silenciosa no canto do olho....Raquel estava com um pouco de dor de cabeça. Acordar cedo para trabalhar depois de beber era realmente desconfortável. Sarah realmente podia beber. Depois de voltar, ela praticamente passo
- Eu dormi.- Desculpa, não quis te acordar.Toda vez que ele pedia desculpas, ela não sentia um pingo de sinceridade nele.Era como se fossem apenas palavras de cortesia.Na próxima vez, ele voltaria a fazer algo que a faria lamentar.- O que você quer?- Só vim te avisar que estou de volta.- Estou ciente. - Raquel estava indiferente. Observando Michel, visivelmente cansado, ela falou friamente. - Você poderia ter me avisado por telefone, não precisava se dar ao trabalho de vir aqui no meio da noite.- Pensei que seu celular estivesse quebrado.Era óbvio que ele estava a acusando por não ter respondido às suas mensagens.- Eu estive ocupada esses dias. - Raquel arranjou uma desculpa.- Raquel...- Já está tarde, você deveria ir. - Raquel o interrompeu. - Tenho que trabalhar amanhã.As palavras que Michel estava prestes a dizer ficaram presas na garganta.- Tenha cuidado na estrada. - Disse ela, fechando a porta imediatamente.Michel foi deixado do lado de fora.Ele apenas ficou olhan
Raquel deixou suas palavras no ar e saiu da sala de reuniões, imponente, sem olhar para trás.Fábio não esperava que um homem de mais de quarenta anos fosse ameaçado por uma jovem de apenas vinte e poucos anos.Ele rapidamente ligou para Cláudio para relatar o ocorrido.- Não se preocupe com ela, faça como eu disse. - Cláudio minimizou a importância de Raquel. - Se algo der errado, eu assumo.- Sim, Sr. Cláudio.Fábio soltou um sorriso maléfico. Ele estava curioso para ver quanto tempo Raquel conseguiria se manter contente....Raquel e Pietro foram direto para a fábrica do Grupo Via Láctea.Greve dos trabalhadores?Por que motivo eles entrariam em greve de repente?A fábrica ficava nos arredores da cidade, uma jornada um tanto longa.Quando Raquel chegou lá, já era tarde.Ela nem mesmo havia almoçado, indo diretamente se encontrar com o gerente da fábrica, Marcos.Marcos não demonstrou o menor respeito por Raquel. Não era difícil deduzir que ele estava conspirando com Fábio, sendo um
Naquele momento, em frente à janela de um escritório no segundo andar, Marcos observou Raquel ser cercada pelos trabalhadores. Um sorriso sinistro surgiu em seus lábios, e ele rapidamente pegou o telefone para relatar a situação.- Sr. Cláudio, Raquel já está retida pelos trabalhadores. Ela não deverá conseguir sair tão cedo.Sentado no grande escritório do Grupo Gomes, Cláudio estava com um charuto na boca, atendendo o telefone.- Dê uma lição em Raquel.- Fique tranquilo, Sr. Cláudio, sei o que fazer.Cláudio desligou o celular, um sorriso triunfante nos lábios."Os velhos são mais espertos."Pensar que Raquel poderia competir com ele era simplesmente ridículo.- Pai, Raquel realmente foi para a fábrica? - Rafaela perguntou, um pouco surpresa."Não acredito que Raquel teve a audácia de ir a um lugar cheio de gente tão vulgar. Essas pessoas são incultas e bárbaras. Ela merece estar presa ali."- Deixe ela para lá. - Cláudio não estava nem um pouco preocupado com Raquel. - Chamei você
Na fábrica do Grupo Via Láctea.Por mais que Raquel tentasse explicar, os trabalhadores simplesmente não ouviam. Ela sabia muito bem que alguém estava instigando os problemas intencionalmente.Sem dúvida alguma, era um plano de Cláudio.Nem se ela perdesse a voz tentando, conseguiria acalmar essas pessoas hoje.Decidida e sem querer perder mais tempo, Raquel sussurrou para Pietro:- Dê um jeito de sair e chame a polícia.- Mas presidente, e você sozinha...- Não se preocupe, eu sei me cuidar.- Tudo bem. - Pietro não insistiu mais.Lentamente, ele se afastou de Raquel, mantendo uma distância segura.Como o alvo era Raquel, os trabalhadores não prestaram muita atenção em Pietro, que aproveitou a oportunidade para se espremer entre a multidão e chamar a polícia rapidamente.Ele não pôde deixar de admirar como a presidente manteve a calma em uma situação tão tensa. Ele nem sequer havia pensado em como sairiam dessa, imaginando que estavam presos ali pelo resto do dia.Depois de fazer a c
Raquel hesitou por um momento, mas finalmente entrou no carro com Michel.- Senhorita! - Os policiais se aproximaram para os deter. - Precisamos que vocês voltem à delegacia para prestar depoimento.- Pietro, vá com os policiais até a delegacia. O motorista ficará aqui esperando por você. - Claro, senhor. Você vai primeiro para o hospital. - Disse Pietro, apressadamente.Raquel e Simão ajudaram Michel a se acomodar em seu Maybach.O sedan disparou em direção ao hospital particular no centro da Cidade B, com Simão já tendo marcado uma consulta com o médico da família Mendes do banco do passageiro. Raquel ocasionalmente olhava para trás, para Michel.Ele estava reclinado no banco de trás, com os olhos fechados e o rosto ficando cada vez mais pálido."Meu Deus, onde exatamente esse golpe o atingiu? Ele quebrou algum osso ou machucou algum órgão..."Ela não ousou continuar esse pensamento, fixando seu olhar no GPS do carro, desejou já estar no hospital.Duas horas depois, chegaram ao des
Raquel sentiu seu coração agitar.Seria mentira dizer que não estava comovida.Mas...Ela controlou suas emoções, com uma voz um tanto baixa:- Você age assim com todas? Coloca sua vida em risco por todas as mulheres ao seu redor?- Só com você. - Disse Michel, palavra por palavra.- Então, eu sou especial de alguma forma?Michel arqueou uma sobrancelha.Percebeu que havia algo a mais no que Raquel estava dizendo.- O que te trouxe de repente à fábrica?Antes que Michel pudesse responder, Raquel mudou de assunto.Afinal, isso era um assunto pessoal dele. Que direito ela tinha de o questionar?- Thiago me disse que você estava na fábrica. Eu fui porque fiquei preocupado que você pudesse se prejudicar. - Respondeu Michel. - Ainda bem que cheguei a tempo.Senão...Michel nem queria imaginar. Se a pessoa deitada nessa cama fosse Raquel, ele ficaria furioso.Seus olhos também esfriaram visivelmente naquele momento.- Foi meu pai quem fez isso. - Raquel não escondeu nada de Michel. - Ele sem