capítulo 03 EM CASA

IVAN

Acabamos indo à casa dá única pessoa que poderia ajudar nesse momento Emily, irmã e futuro Don, assim que chegamos ela já estava traçando os planos, Luiz havia ligado para ela e passado todas as informações, para a invasão dá casa de Dario Tullosa.

A casa estava cheia de gente, o que me deixou desconfortável, ouvia as pessoas conversando na sala, passei a maioria do tempo na cozinha com a minha mãe.

 Fui chamado por Bruno, estavam prontos para ir, no trajeto ele me contou os planos, passei todo o caminho pensando que teria a oportunidade de descarregar minha raiva em Dario e seus homens.

A ação foi rápida, não podíamos ficar muito tempo no local, as ordens de Emily era pegar a menina e sair, caso encontrássemos Dario deveríamos leva-ló vivo.

Sophia foi encontrada em um dos quartos, ela estava nua e machucada, Emily nos disse que Dario estava trancado em um quarto do panico, não sabíamos se ele havia acionado alguém, saímos dá casa deixando um soldado para vigiar o local. Emily avisou a irmã do nosso cunhado que Sara, eles vieram para o meu casamento, Mia é minha irmã e se casou com Don Charles, eles moram nos E.U.A.

Sara desceu para fazer o atendimento da menina em uma sala que Emily mantém em casa, para pequenas cirurgias.

Logo a moça foi atendida e sedada, estava fora de perigo, e foi levada para um dos quartos. Meu irmão Luiz estava muito abatido e preocupado, dá forma como ele esta agindo desconfio que desenvolveu sentimentos por Sophia, depois de tudo terminado eu ainda estava aqui, não queria ir para casa, meu medo de não encontrar Gabriela era crescente, ela ter visto as cicatrizes e o seu olhar de panico, não saiam dá minha cabeça.

Emily me chama no escritório, explicou a ação de amanhã e me manda para casa ver Gabriela, não tive coragem de contar a ela que a menina não estaria lá, pois nesse momento já deveria estar longe com o pai, ou sozinha ajudada por ele. Peguei minha caminhonete e parti, seria bom voltar, o barulho dá casa esta me enlouquecendo, te medo de surtar e machucar alguém.

Assim que chego, fico alguns minutos parado respirando fundo antes de entrar, a cozinha estava limpa, como se ela nunca tivesse passado por aqui, subo as escadas, escuto um barulho vindo dá sala de tv, entro com minha arma em punho. Meus olhos caem na linda mulher de cabelos vermelhos deitada e gemendo, me aproximo devagar e vejo o rosto de Gabriela contorcido de dor, me ajoelho ao lado dela.

Ivan:- O que faz aqui?- Minha expressão esta dura e minha voz mais assustadora que o normal, não sei dizer se estou nervoso por ela estar com dor ou por ela não ter de fato fugido, ela viu meu corpo porque continua aqui?

Ela me olha com lagrimas nos olhos, as mãos na barriga, seguro suas mãos em busca de ferimentos e não encontro nada

Gabriela:- Cólica muita cólica, me ajuda por favor- Quando ouço a voz chorosa e seus olhos verdes me suplicando por ajuda, meu coração imediatamente amolece.

Ivan:- O que eu faço?

Gabriela:- Meu remédio por favor, no quarto- Ela me diz o remédio e corro para o seu quarto, quando entro sou golpeado pelo cheiro gostoso de morangos, esse é o cheiro dela, me perco por um momento até me lembrar o que estava fazendo ali, pego o remédio, pingo algumas gotas na água e a ajudo beber, não é hora de perguntar porque ela não foi embora, sei alguma coisa sobre o assunto, minhas mães me explicaram, mas nunca precisei lidar com isso

Ivan:- Um banho quente ajuda? - Ela balança a cabeça, mas quando estou saindo ela segura minha mão.

Gabriela:- Fique comigo um pouco por favor- Olho para mão dela pausada sobre a minha e não sei bem o que fazer, me sento na cama ao lado dela e Gabriela se enrola em mim encostando sua barriga contra o meu corpo. Me mantenho imóvel por um tempo foi o choque de ser tocado.

Ivan:- O que esta fazendo?- Meus olhos encontram os olhos marejados dela.

Gabriela:- Seu corpo é quente, me ajuda- Só então entendi, ela estava precisando esquentar a região para diminuir a dor.

Ivan:- Vou pegar uma bolsa de água quente para você- Quando me afastei alguns centímetros ela gemeu e voltei ao lugar, ela se agarrou a mim se aninhando como um gatinho. Pensei que a dor deveria ser enorme para ela se agarrar ao meu corpo deformado.

Guando dei por mim ela estava aninhada em meus braços e eu fazendo massagem em suas costas, ela gemeu.

Ivan:- Isso faz doer mais?

Gabriela:- Por favor continue- Seus olhos estavam fechados e ela gemia, de alguma forma aquela visão pareceu sexy para mim e me repreendi mentalmente por ter esses pensamentos, ela estava com dor, então me deitei me ajeitando melhor na cama, ela estava quase em cima de mim, percebi quando sua respiração ficou mais suave e os gemidos de dor pararam, ela havia dormido em meus braços.

Senti o cheiro de morango que vinha de seu corpo, seus cabelos vermelhos estavam espalhados pelo meu peito e eu os toquei, eram macios e brilhantes, fiquei ali perdido no cheiro dela e uma paz invadiu meu coração.

Após estar naquela posição a algum tempo olhei no relógio, não estava tarde, mas precisava preparar as coisas para amanhã, a retirei de cima de mim com cuidado e relutância, queria ficar ali sentindo seu cheiro, coloquei um travesseiro por baixo de sua barriga e sai da sala de tv ofegante ainda tentando entender o que havia acontecido comigo, arrumei tudo que precisava e tomei um banho, fiz uma sopa e levei para ela com o remédio, pois não sabia se ela ainda acordaria com dor.

Ivan:- Gabriela, trouxe sopa para você- Ela abriu os olhos devagar, parecia uma gatinha se espreguiçando e todos os meus sentidos ficaram aguçados nesse momento. Gabriela piscou seus grandes olhos verdes e tive a constatação de que estava perdido.

Gabriela:- Obrigada- Ela falou corando

Ivan:- Você esta bem?

Gabriela:- Bem melhor, ainda com dor, mas não como antes, obrigada por me ajudar.

Coloquei a bandeja com a sopa na frente dela e a observei comer

Ivan:- Gabriela, porque esta aqui?- Eu precisava saber, mesmo com medo dá resposta.

Gabriela:- Desculpe, eu achei que poderia usar a sala de tv - Seus olhos se arregalaram e parecia uma criança que fez algo errado.

Ivan:- Não na sala de tv, aqui em casa- Ela franziu a testa e me olhou como se eu fosse louco.

Gabriela:- Somos casados- Ela fez uma pausa e me olhou com olhos marejados- Você quer que eu vá embora? - Devo estar louco, mas percebi decepção em seu olhar. Respirei fundo, precisaria ser mais claro com ela.

Ivan:- Você viu minhas cicatrizes, vi seu olhar de nojo e depois estava chorando no quarto, eu entendo que para uma mulher como você ser casada com um monstro como eu deve ser difícil, quando pediu para falar com seu pai achei que era para fugir daqui - Se ela quisesse ir eu não a impediria. Ela levou a mão a boca e algumas lagrimas caíram, aquilo de causou um enorme desconforto.

Gabriela:- Você me entendeu errado, minha cara quando te vi foi de surpresa misturada com raiva, fiquei com raiva dá pessoa que fez isso a você, depois fiquei triste imaginando quanta dor você aguento, não queria falar com você porque não queria que me visse chorando, por isso fui para o quarto, lá não aguentei e chorei.- Eu olhava fixamente para o rosto dela tentando identificar algum indício de mentira, mas não encontrei.

Ivan:- Por que quis falar com seu pai?

Gabriela:- Porque estava com saudades e queria saber se ele estava bem- Me senti um idi@ta nesse momento.

Ivan:-Me desculpe por ter essas ideias, quando as pessoas veem meu corpo elas têm medo, nojo ou pena, não quero que tenha pena de mim.

Ela colocou a bandeja na mesinha e segurou minha mão, um calafrio percorreu todo o meu corpo com o toque dela.

Gabriela:- Não tenho pena ou nojo de você, apenas senti raiva por terem te feito isso.- Percebi que havia algo mais.

Ivan:- Tem medo de mim, Gabriela? Pelas cicatrizes?

Gabriela:- Não, não tenho problema com suas cicatrizes, mas às vezes a forma que me olha e parece estar bravo me dá medo- Eu respirei profundamente, saber que ela não tem nojo de mim aqueceu meu coração.

Ivan:- Me desculpe por isso, vivi muito tempo sozinho, tive muitos problemas na infância, quando ganhei essas coisas- Falei apontando para o meu corpo - Às vezes esqueço de ser sociável, acho que nem sei bem como ser sociável

Gabriela;- Posso fazer uma pergunta?- Imaginei de imediato o que ela queria saber

Ivan:- Se for como consegui as cicatrizes não, quem sabe um dia te conto.

Ela não insistiu.

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