Capítulo Cinco: Spencer Cunning

— Senhor Grestone, como posso ajudá-lo? —  Pergunto encarando Christopher Grestone que me lança um olhar intimidador.

 —  Poderia começar me explicando o que quer com a minha filha. —  Responde impassível.

 —  Receio que isso não seja da sua conta Grestone. —  Christopher arqueia as sobrancelhas e me olhar desafiadoramente.

 —  Como é?

 —  Não sou obrigado a prestar contas ao senhor, muito menos sobre a minha vida pessoal, agora se puder me dar licença. —  Falo passando por ele, mas logo sou detido.

 —  Eu não terminei de falar com você Cunning.

 —  Perdão senhor Grestone, eu não tenho mais nada para falar com o senhor. —  Falo o encarando. —  Agora tire suas mãos de mim.

Com movimentos rápidos, Christopher Grestone me pressiona contra a parede perdendo meu pescoço com o antebraço.

 —  Quando eu disser que ainda não acabei de falar, não vire as costas para mim. —  Fala apertando meu pescoço. —  Fique longe da minha filha Cunning, para o seu bem. —  Sorrio em desafio e o empurrando para longe falo.

 —  O senhor pode ter certeza que eu vou encostar nela de todas as formas que eu conseguir. —  Vejo ele cerrando o punho. —  Uma coisa que você pode ter certeza, hoje a sua filha vai dormir na minha cama. —  O soco me atingiu bem no queixo, sentir uma dor se espalhar. No extinto me desviei do outro soco que ele deferiu e o acertei com um no abdômen, me esquivei de outro e fui atingindo em cheio pelo outro. Com movimento rápidos, deferi uma série de socos que o fizeram tontear, mas ele balança a cabeça e volta a o ataque me acertando diversas vezes seguidas, avanço e o derrubo no chão começo a soca-lo, mas logo ele inverte e começa a me dar socos no rosto. Me defendo com os braços absorvendo os golpes.

 —  Que merda é essa?  —  Ouso a voz do meu pai. —  Sai de cima do meu filho seu bastardo. —  Meu pai acerta um soco bem no queixo do Grestone, que cai para trás.

 —  Levanta Spencer. —  Meu pai me ajuda a levantar no mesmo tempo que Christopher Grestone levanta. —  Quem você pensa que para encostar no meu filho Grestone?

 —  O seu filho está dando em cima da minha filha, eu quero ele longe dela entendeu? —  Branda Grestone.

 —  Você acha que isso dá direito de encostar um dedo podre no meu filho? —  Grita meu pai. —  Sua filha e meu filho são adultos o bastante para saberem o que fazem, nem você e nem eu devemos nos meter nisso Grestone.

 —  Eu nunca vou permitir que um merdinha como o seu filho chegue perto da minha filha entendeu?

 —  Se você encostar no meu filho novamente, eu juro por deus que eu mato você. —  Ouso o som de saltos batendo no chão e me viro para ver quem se aproxima, vejo Phoebe que para na hora e me encara assustada. Caminho até ela me afastando dos nossos pais.

 —  Meu deus Spencer, você está sangrando, que fez isso? —  Pergunta Phoebe preocupada.

 —  Seu pai, ele mandou eu me afastar de você.

 —  Ele te bateu por causa disso?

 —  Sim. —  Falo sentindo uma fisgada de dor quando Phoebe passa um lenço no corte no meu rosto. —  Quantos lenços você tem nessa bolsa em?

 —  Alguns, mas para de falar, você tem que levar uns pontos nesse corte. —  Phoebe pressiona o lenço sobre o corte e pede para eu segurar ele no lugar, faço o que ela pede e ela me puxa em direção a saída. Somos recebidos por milhares de flashes, sem dúvidas a manchetes dos jornais vai ser a especulação sobre o que aconteceu com o herdeiro das indústrias Cunning. Phoebe se afasta por um instante de mim e volta.

 —  Pedi o seu carro tudo bem? —  Pergunta olhando para o meu rosto.

 —  Sim, você poderia dirigir?

 —  Claro.  —  Assim que Phoebe responde, o manobrista chega com o meu carro, eu entro no banco de caronas e Phoebe vai para o do motorista. —  Você é a única pessoa que eu conheço que dirige um Bentley.

 —  Meu pai que me deu esse carro. —  Falo com um sorriso. —  Eu gosto dele.

 —  Nada contra meu pai me deu um Audi A3 vermelho quando fiz 21 anos.

 —  É um bom carro. —  Falo analisando seu rosto. —  Ele é um carro bem seguro.

 —  Eu odeio aquele carro. —  Fala Phoebe olhando a rua a frente. —  Eu odeio aquele maldito carro, eu odeio meu pai.

 —  Você não odeia o seu pai. —  Percebo que os olhos de Phoebe se enchem de água. —  Se você não gosta do carro é só falar.

 —  Spencer você não entende, meu pai é controlador demais, isso que ele fez com você é horrível. —  Phoebe respira profundamente e mantem o olhar sobre a rua. —  Eu queria fugir de tudo, as vezes me sinto em uma redoma, como se eu não tivesse escolha.

 —  Todos temos escolhas Phoe, se quiser, eu quebro essa redoma e torno você livre.

 —  Eu nunca vou ser livre Spencer, meu pai e meu irmão sempre vão me manter presa, todo mundo tem medo deles. —  Phoebe faz uma curva e entra na emergência de algum hospital, eu toco sua mão e ela olha para mim com olhos ternos.

 —  Eu não tenho medo deles Phoebe, me deixa te livrar disso. —  Me aproximo de Phoebe e ela sorri.

 —  Antes de me salva, você deve se salvar primeiro, vamos você ainda está sangrando. —  Phoebe tira a chave da ignição e desce do carro fechando a porta, faço o mesmo e saio do carro, caminhamos até a recepção ao lado de Phoebe que segura minha mão, por um instante tenho certeza que Phoebe não quer me dar forças, mas recebe-las, aperto sua frágil mão e lhe dou a força que ela precisa.

֎֎֎

   Depois de levar cinco pontos e tomar quase dois litros de soro, eu e Phoebe saímos da emergência morrendo de ri.

 —  Você viu como a enfermeira estava te olhando?  —  Phoebe fala sorrindo.

 —  Eu achei que ela ia me atacar a qualquer momento.

 —  Quando ela perguntou se você era casado e eu disse que era a sua esposa eu achei que ela ia me matar. —  Phoebe abre a porta do motorista e pega sua bolsa.

 —  Você pensa que vai para onde?

 —  Pegar um táxi para ir para casa. —  Phoebe fala um pouco surpresa. —  Por que?

 —  Fica essa noite comigo, juro que não vou fazer nada, a não ser que você queira. —  Falo com um sorriso de canto, Phoebe me olha e parece pensar, de repente o toque de um celular quebra o breve silêncio, Phoebe o tira de dentro da bolsa e olha para tela, ela joga o telefone no chão e o quebra com o salto do sapato, olha para mim e sorri, o que parece um sorriso verdadeiro.

 —  Vamos Spencer Cunning, hoje à noite é nossa. —  Phoebe corre até o carro e entra no lado do passageiro, me sento no banco do motorista e vou em direção ao meu apartamento. Como Phoebe falou, hoje à noite é nossa e nem Christopher Grestone ou Gregory Cunning vai acabar com ela. Quando meu celular vibra no meu bolso eu nem olho para tela, abro a janela do carro e o taco na rua, olho para    Phoebe e vejo o sorriso encantador que ela me oferece. Hoje à noite é apenas nossa e ela acaba de começar.

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