CAPÍTULO 52: “Leonardo e a Escuridão Total”(Leonardo Narrando) A escuridão nunca se apaga completamente. Pode tentar se esconder, mas ela está sempre lá, esperando. Sempre à espreita, como uma sombra que não se desfez, mesmo após todos esses anos. Ela não me abandona, e, por mais que eu queira ignorá-la, sei que não posso. Não consigo. Não agora.Depois de tudo que aconteceu no café, ainda sinto o peso da tensão no ar. A raiva, a violência, tudo aquilo que foi descontrolado e impensado. Não deveria ter acontecido, mas aconteceu. E agora, Sofia... Sofia está mais perto do que eu queria que ela estivesse. Está mais perto de ver quem eu realmente sou. E isso, eu não posso permitir.Aquela maldita sensação de estar perdendo o controle é avassaladora. Toda a minha vida, eu fui o homem que comandava, o homem que nunca vacilava, o homem que controlava não só os outros, mas a própria situação. E agora, vejo Sofia olhando para mim com uma expressão que já conheço muito bem. Ela não me
CAPÍTULO 53: “O Último Golpe” (Marco Narrando)O beco parecia mais estreito a cada passo, como se as paredes se fechassem ao meu redor. Havia algo de diferente naquela noite. O vento cortante não trazia alívio, mas um peso crescente, como se antecipasse o inevitável. Recebi a mensagem há horas: “Encontre-me no armazém na Rua Bianchi. Traga sua lealdade, ou nem se dê o trabalho de aparecer.” Minha lealdade. Ri internamente. Aquilo era uma moeda rara, especialmente em tempos de guerra. Ninguém era leal a ninguém, e eu não era exceção. O único motivo para eu estar ali era porque precisava de vantagem. E talvez, só talvez, essa reunião fosse minha oportunidade de virar o jogo. Minha mão descansava na arma presa ao coldre, um reflexo automático que vinha dos anos na máfia. Mas por dentro, eu estava em pedaços. A guerra entre Leonardo e Dante estava fora de controle, e La Regina Nera, com sua presença invisível e manipulações calculadas, tornava tudo ainda mais imprevisível.
Capítulo 54: “O Enigma do Armazém”(Sofia Narrando) O silêncio no carro era denso, quase sufocante. Leonardo estava ao meu lado, imóvel como uma estátua, os olhos fixos na estrada à frente. Seus dedos batiam no volante em um ritmo lento, quase calculado. Sabia que ele estava perdido em pensamentos, planejando, tramando… como sempre. — Você não vai me dizer o que está pensando? — perguntei, quebrando o silêncio. Ele lançou um olhar de relance, frio e distante. — Não é o momento. A resposta curta e ríspida me irritou. Ele agora sempre fazia isso, me deixava de fora, como se eu fosse incapaz de entender ou contribuir. — Não é o momento? Marco foi executado, Leonardo! — Minha voz saiu mais alta do que pretendia. — Você não acha que eu deveria saber o que está acontecendo? Ele parou de bater os dedos, mas continuou olhando para a estrada. — O que você quer que eu diga, Sofia? Que foi um recado? Que estamos no meio de uma guerra onde todo mundo pode ser o próximo? — Sim
Capítulo 55: “A Teia se Aperta” (Leonardo Narrando) O copo de uísque descansava na minha mão, quase vazio, mas eu nem sentia o gosto. A noite avançava lá fora, e a escuridão parecia me cercar de dentro para fora. O escritório estava em silêncio, exceto pelo som do gelo tilintando no copo quando meus dedos o giravam. Minha mente não parava. A cena do armazém, as iniciais no isqueiro, e agora Sofia, com seus olhos cheios de perguntas que eu não podia responder. Ela estava ficando mais desconfiada a cada dia, e eu sabia que o tempo estava contra mim. Marco morto.Isso deveria me trazer algum tipo de alívio. Ele era uma ameaça, um homem que sabia demais e era fácil de manipular. Mas a maneira como isso aconteceu... Não estava certo. — Senhor Moretti, — ouvi a voz de um dos meus homens na porta. Levantei o olhar devagar, colocando o copo sobre a mesa. — Entre. O homem entrou, sua postura rígida como sempre. — Recebemos uma mensagem. Meus músculos se tensionaram.
Capítulo 56: “A Armadilha se Fecha”(Sofia Narrando ) A foto ainda estava gravada na minha mente. Não era só a imagem, algo simples, quase inocente. Era o que ela representava. Um aviso, uma ameaça, um jogo que eu mal começava a entender. Leonardo estava ainda mais sombrio depois de termos deixado o depósito, mas o silêncio dele só alimentava a tempestade dentro de mim. Naquela noite, enquanto ele se trancava no escritório e eu permanecia no quarto, a distância entre nós parecia maior do que nunca. Passei horas encarando o teto, até que decidi que não podia mais esperar. Se Leonardo não ia me contar a verdade, eu a encontraria sozinha. ❤️🔥❤️🔥Na manhã seguinte, eu estava no jardim, tentando parecer mais tranquila do que realmente estava. Leonardo ainda não tinha saído do escritório, o que era incomum. Ele sempre tinha controle sobre a rotina, mas agora parecia que algo escapava por entre os dedos dele. Enzo, um dos seguranças mais antigos, se aproximou, me observando c
Capítulo 57: “Segredos na Penumbra” (Sofia Narrando) As palavras de Leonardo ainda ecoavam na minha mente enquanto eu caminhava pelos corredores da mansão. A tensão entre nós era palpável, quase sufocante, mas eu não podia permitir que ele me intimidasse. Não mais. O envelope estava em minhas mãos, fechado novamente, mas o peso dele parecia maior do que qualquer coisa que eu já tivesse carregado. Era a prova de que Leonardo escondia mais do que eu poderia imaginar. Talvez Clara estivesse certa. Talvez ele nunca tivesse mudado, e eu era apenas mais uma peça no jogo dele. No entanto, uma pergunta permanecia. Quem estava movendo essas peças? Decidi que não podia ficar ali. Eu precisava de ar, de distância, de um momento para organizar meus pensamentos. Chamei Enzo e pedi que preparasse o carro novamente. — Vai sair de novo, senhora? — ele perguntou, a hesitação evidente em sua voz. — Não estou pedindo permissão, Enzo, — respondi, tentando esconder a irritação. Ele assentiu
Capítulo 58: “O Efeito das Sombras” (Leonardo Narrando) A escuridão sempre me acompanhou, silenciosa, como uma velha conhecida. Para alguns, era sinônimo de medo, para mim, era a única aliada verdadeira. As sombras não julgam, não exigem explicações. Elas apenas existem, assim como eu. Mas, naquela noite, enquanto o calor sufocante da raiva pulsava em minhas veias, percebi que as sombras também podiam ser traiçoeiras. As ruas estavam desertas quando saí da reunião com meus homens. O silêncio da cidade, interrompido apenas pelo som distante de sirenes, era quase tranquilizador. Quase. Eu sabia que cada passo que dava me aproximava de casa, onde Sofia estaria. Uma parte de mim queria ir direto para ela, encarar seus olhos inquisitivos, mas outra parte sabia que a noite ainda tinha pendências. Parei ao lado de um armazém abandonado, um lugar onde as luzes da cidade não ousavam alcançar. Era um dos pontos de transação que mantinha longe dos olhares curiosos, principalmente
CAPÍTULO 59: “O Passado Secreto” (Sofia Narrando) A chuva caía fina naquela noite, cobrindo as ruas de uma película brilhante e traiçoeira. Leonardo disse que sairia para resolver algo "urgente" no escritório. Ele mal me olhou antes de sair, o que já era estranho, mas o tom de sua voz me deixou ainda mais desconfiada. O homem tinha uma habilidade sobrenatural para mascarar suas emoções, mas eu vinha aprendendo a decifrar suas nuances. Algo não estava certo. Quando sua sombra desapareceu pela porta, minha curiosidade me consumiu. Peguei meu casaco e deixei a mansão sem alertar ninguém, não era a primeira vez que eu o seguia. Precisava saber o que ele escondia. ❤️🔥❤️🔥As luzes fracas do galpão à beira do porto cintilavam à distância. Mantive meu carro longe o suficiente para não ser vista, estacionando sob a sombra de uma árvore retorcida. Aquele não era o escritório, nem algo que pudesse ser confundido com negócios legítimos. Eu saí do carro e caminhei até uma pilha d