CAPÍTULO 48: “O Jogo de Poder na Intimidade”(Sofia Narrando)A casa estava silenciosa, o tipo de silêncio que mais parece um prenúncio de guerra. A lareira crepitava suavemente, mas o calor que emanava dela não era suficiente para abrandar o frio que sentia dentro de mim. Sentada no sofá, com uma taça de vinho quase intocada na mão, esperei. Sabia que Leonardo viria para casa, tarde como sempre, carregando o peso dos segredos que jamais compartilhava. Quando a porta finalmente se abriu, ouvi os passos firmes dele no chão de mármore. Ele sempre andava como se fosse o dono de tudo, cada movimento cuidadosamente controlado, cada gesto intencional. Quando apareceu na sala, meu olhar o encontrou imediatamente. — Está tarde — observei, minha voz calma, mas afiada como uma lâmina oculta. Ele não respondeu imediatamente, apenas tirou o casaco e o colocou sobre a poltrona mais próxima. Seus olhos escuros me analisaram, como se estivesse tentando decifrar o que havia por trás das mi
CAPÍTULO 49: “O Retorno de Clara” (Sofia narrando) Eu sabia que algo estava errado antes mesmo de abrir o envelope. Tinha a sensação de que o passado estava voltando para me assombrar, mas a última coisa que eu esperava era que Clara se atrevesse a fazer uma jogada tão ousada. A carta chegou sem aviso. Um envelope simples, sem remetente. O tipo de coisa que poderia facilmente ser ignorada, mas o meu instinto me disse para abrir. Cada movimento que fizera ao rasgar o papel parecia pesar toneladas, e a caligrafia que se revelava à luz da lâmpada me fez estremecer. "Leonardo e eu sempre tivemos algo que você nunca poderá entender. Ele gosta de controlar, Sofia, de dominar. Talvez você não perceba agora, mas já se perdeu nas garras dele. Ele nunca será o homem que você pensa que é. O que aconteceu entre nós não tem comparação com o que você vive com ele." As palavras ficaram ecoando na minha mente, mas o que mais me fez apertar o papel entre os dedos foi o toque pessoal da car
CAPÍTULO 50: “Explorar o Passado de Leonardo”(Sofia Narrando) Aquela maldita frase estava queimando minha mente, como um fogo que não se apaga. Eu pensei e pensei, tentando entender, tentando me convencer de que Clara estava apenas jogando com a minha cabeça, mas algo em mim me dizia que não era apenas provocação. "Você não quer saber. Mas, se quiser, vou deixar uma pista. Você encontrará as respostas onde menos espera."Aquelas palavras tinham me consumido. O que Clara queria insinuar? Eu já sabia que havia algo no passado de Leonardo, algo que ele não queria me contar. Algo sujo. Algo que eu temia descobrir. Mas agora, essas palavras ecoavam em minha mente como um grito, algo que não conseguia ignorar.Eu estava em um dilema. Por um lado, queria confiar em Leonardo, queria acreditar que ele era o homem que me dizia ser. Mas por outro… não conseguia deixar de me perguntar o que mais ele estava escondendo. Clara parecia saber muito mais do que deveria, e suas palavras me cor
Capítulo 51: “Revelações Sobre La Regina Nera”(Sofia Narrando) Eu sentia o peso da decisão que tomara, de desafiar Leonardo. Ele era o tipo de homem que costumava sempre ter controle de tudo, mas, de alguma forma, eu sabia que ele não estava mais no controle. Talvez nunca tenha estado de fato. E enquanto ele me olhava, um misto de desprezo e curiosidade, eu soube que estava pronto para me enfrentar de igual para igual. — Você vai me contar, Leonardo. Ou vou fazer você contar, — disse, minha voz mais firme do que jamais imaginei que pudesse ser. Aquelas palavras estavam carregadas de um poder que eu não sabia que possuía até então. A tensão entre nós estava palpável, a sala de café parecia apertada demais, e eu podia sentir as respirações pesadas, tanto a minha quanto a dele. Mas antes que ele pudesse responder, uma presença se fez sentir. Não era a minha. E não era a dele. Algo estava errado. Os homens que estavam comigo, quietos e sempre vigilantes, trocavam olhares, aten
CAPÍTULO 52: “Leonardo e a Escuridão Total”(Leonardo Narrando) A escuridão nunca se apaga completamente. Pode tentar se esconder, mas ela está sempre lá, esperando. Sempre à espreita, como uma sombra que não se desfez, mesmo após todos esses anos. Ela não me abandona, e, por mais que eu queira ignorá-la, sei que não posso. Não consigo. Não agora.Depois de tudo que aconteceu no café, ainda sinto o peso da tensão no ar. A raiva, a violência, tudo aquilo que foi descontrolado e impensado. Não deveria ter acontecido, mas aconteceu. E agora, Sofia... Sofia está mais perto do que eu queria que ela estivesse. Está mais perto de ver quem eu realmente sou. E isso, eu não posso permitir.Aquela maldita sensação de estar perdendo o controle é avassaladora. Toda a minha vida, eu fui o homem que comandava, o homem que nunca vacilava, o homem que controlava não só os outros, mas a própria situação. E agora, vejo Sofia olhando para mim com uma expressão que já conheço muito bem. Ela não me
CAPÍTULO 53: “O Último Golpe” (Marco Narrando)O beco parecia mais estreito a cada passo, como se as paredes se fechassem ao meu redor. Havia algo de diferente naquela noite. O vento cortante não trazia alívio, mas um peso crescente, como se antecipasse o inevitável. Recebi a mensagem há horas: “Encontre-me no armazém na Rua Bianchi. Traga sua lealdade, ou nem se dê o trabalho de aparecer.” Minha lealdade. Ri internamente. Aquilo era uma moeda rara, especialmente em tempos de guerra. Ninguém era leal a ninguém, e eu não era exceção. O único motivo para eu estar ali era porque precisava de vantagem. E talvez, só talvez, essa reunião fosse minha oportunidade de virar o jogo. Minha mão descansava na arma presa ao coldre, um reflexo automático que vinha dos anos na máfia. Mas por dentro, eu estava em pedaços. A guerra entre Leonardo e Dante estava fora de controle, e La Regina Nera, com sua presença invisível e manipulações calculadas, tornava tudo ainda mais imprevisível.
Capítulo 54: “O Enigma do Armazém”(Sofia Narrando) O silêncio no carro era denso, quase sufocante. Leonardo estava ao meu lado, imóvel como uma estátua, os olhos fixos na estrada à frente. Seus dedos batiam no volante em um ritmo lento, quase calculado. Sabia que ele estava perdido em pensamentos, planejando, tramando… como sempre. — Você não vai me dizer o que está pensando? — perguntei, quebrando o silêncio. Ele lançou um olhar de relance, frio e distante. — Não é o momento. A resposta curta e ríspida me irritou. Ele agora sempre fazia isso, me deixava de fora, como se eu fosse incapaz de entender ou contribuir. — Não é o momento? Marco foi executado, Leonardo! — Minha voz saiu mais alta do que pretendia. — Você não acha que eu deveria saber o que está acontecendo? Ele parou de bater os dedos, mas continuou olhando para a estrada. — O que você quer que eu diga, Sofia? Que foi um recado? Que estamos no meio de uma guerra onde todo mundo pode ser o próximo? — Sim
Capítulo 55: “A Teia se Aperta” (Leonardo Narrando) O copo de uísque descansava na minha mão, quase vazio, mas eu nem sentia o gosto. A noite avançava lá fora, e a escuridão parecia me cercar de dentro para fora. O escritório estava em silêncio, exceto pelo som do gelo tilintando no copo quando meus dedos o giravam. Minha mente não parava. A cena do armazém, as iniciais no isqueiro, e agora Sofia, com seus olhos cheios de perguntas que eu não podia responder. Ela estava ficando mais desconfiada a cada dia, e eu sabia que o tempo estava contra mim. Marco morto.Isso deveria me trazer algum tipo de alívio. Ele era uma ameaça, um homem que sabia demais e era fácil de manipular. Mas a maneira como isso aconteceu... Não estava certo. — Senhor Moretti, — ouvi a voz de um dos meus homens na porta. Levantei o olhar devagar, colocando o copo sobre a mesa. — Entre. O homem entrou, sua postura rígida como sempre. — Recebemos uma mensagem. Meus músculos se tensionaram.