CAPÍTULO 42: “O Aviso de Vincenzo”(Sofia Narrando) O quarto estava mergulhado na penumbra, e eu sentava na beira da cama, as mãos cruzadas no colo enquanto encarava o nada. O som do relógio parecia mais alto que o normal, como se cada segundo me desafiasse a reagir. Mas eu não conseguia. Minha mente estava presa no passado, em uma conversa que jurava ter esquecido, mas que agora retornava com uma clareza quase cruel. Vincenzo. Aquele homem carregava uma aura de autoridade e mistério, um mentor silencioso que sempre parecia saber mais do que demonstrava. “Leonardo é perigoso, Sofia.” Eu ainda podia ouvir sua voz. Grave, quase um sussurro, como se quisesse evitar que até mesmo as paredes escutassem. Naquele dia, eu reagi como sempre reajo quando alguém tenta me dizer o que fazer, com sarcasmo. “— Eu sei com quem me casei, Vincenzo. Não precisa me dar lições. Ele me olhou com aqueles olhos implacáveis, mas não havia raiva, apenas um cansaço carregado de sabedoria. — Ach
Capítulo 43: “Sofia e a Arte da Manipulação” (Sofia Narrando)Eu sempre soube que o mundo em que nasci era feito de alianças frágeis e traições inevitáveis. Meu pai costumava dizer que, em meio a uma guerra, os verdadeiros vencedores não são os mais fortes, mas os mais astutos. Cresci ouvindo isso, mas demorei a entender o quanto essa lição me moldaria. Agora, sentada na minha biblioteca improvisada, olho para os papéis à minha frente. Mapas, relatórios, e um conjunto de informações confidenciais que consegui interceptar. Tudo aponta para um padrão claro, Dante está jogando um jogo que eu ainda não consigo decifrar completamente. Ele não apenas busca o controle da organização, ele quer me destruir no processo. E Leonardo... Bem, ele é um problema por si só. Há algo em sua presença que me desarma, mas eu jurei não ser mais um peão nesse tabuleiro. — Preciso de um plano — murmuro para mim mesma. Minha mente volta aos dias em que eu era apenas uma aprendiz sob a tutela de Vi
Capítulo 44: “O Lado Oculto do Poder”(Leonardo Narrando) No silêncio do meu escritório, analiso os relatórios recém-chegados. Dante está jogando com todas as suas forças, e, embora ele ainda não saiba, está mais perto do abismo do que imagina. Minha mente não está completamente no que está à minha frente. Há um peso constante, uma sombra que cresce dentro de mim. Clara reacendeu algo que eu achei que poderia enterrar. Tentei... Tentei com Sofia. Fiz tudo para me tornar um homem diferente, um homem que pudesse se adequar a ela. Mas a verdade é que o monstro que vive em mim não desaparece. Ele apenas dorme. Clara era o caos que eu controlava. Ela entendia meu lado mais sombrio, aceitava-o, abraçava-o. Com ela, eu não precisava esconder quem eu realmente era. Era simples, eu comandava, ela obedecia. Não havia culpa, nem segredos. Sofia é um enigma. Uma chama que insiste em queimar em um lugar que não deveria. Ela me desafia de uma maneira que nenhum outro jamais fez
Capítulo 45: “A Armadilha de Dante” (Sofia Narrando) A manhã acordou cinza, como se o céu refletisse a inquietação que tomava conta de mim. O peso dos últimos acontecimentos pressionava meus ombros, como se cada respiração fosse uma luta contra algo invisível, mas implacável. Dante estava tentando me manipular. Suas palavras, carregadas de veneno e insinuações, ecoavam na minha mente como um lembrete constante do jogo de poder que estávamos enfrentando. “Leonardo não é o homem que você pensa que ele é”, ele havia dito com aquele tom confiante e provocador. “Você acha que conhece as sombras que ele esconde?” Eu queria descartar tudo aquilo como uma provocação inútil, um truque desesperado para me abalar. Mas parte de mim sabia que Dante não era tolo. Ele não jogava palavras ao vento. Cada frase, cada olhar, cada sorriso traiçoeiro tinha um propósito. E era isso que tornava tudo ainda mais perigoso. Eu me levantei da cadeira, inquieta, e caminhei até a janela. A paisagem da c
Capítulo 46: “La Regina Nera – O Poder Sombrio que Ameaça Tudo”(Sofia Narrando)A noite chegou mais cedo do que o esperado. Talvez o universo tenha sentido o peso da minha luta interna, talvez tenha sentido a agitação na minha alma. O ar estava pesado, carregado de uma energia que eu não conseguia controlar. Dante estava certo sobre uma coisa, eu não sabia de tudo o que acontecia no mundo de Leonardo. E pior, talvez nem eu soubesse até onde ele estava disposto a ir para manter seus segredos enterrados.A dúvida me consumia. Cada pensamento, cada memória que eu compartilhava com ele, agora parecia estar manchada com uma camada de incerteza. Talvez ele não fosse aquele homem que eu me apaixonara, o homem que tentava ser diferente, tentava me mostrar que ele não era o monstro que a máfia dizia que ele era. Mas no fundo, quem era Leonardo Moretti? Um homem dominador, que exigia a obediência dos outros, e que agora, parecia que o controle e a submissão que ele tanto adorava estavam
CAPÍTULO 47: “Poder de La Regina Nera” (La Regina Nera Narrando) O controle é o único jogo que vale a pena jogar. Ele não é conferido por títulos ou reconhecimentos, mas por medo e lealdade conquistados à força ou astúcia. E no meu mundo, quem controla as sombras controla tudo. No entanto, nunca se esqueça de que o segredo é a arma mais poderosa. Poucos sabem quem realmente sou. Para muitos, sou apenas uma lenda sussurrada em corredores escuros e em reuniões cheias de fumaça. Um fantasma que manipula os fios de destinos alheios. É assim que prefiro. — Vincenzo — chamo, minha voz calma, mas carregada de autoridade. Ele entra na sala, movendo-se como a extensão leal que é. Ele sabe seu papel fora dos lençóis, entende o preço de falhar comigo. — Tudo está em movimento — diz ele, sua cabeça levemente inclinada em respeito. — E Dante? — pergunto, observando as luzes da cidade brilharem como um tapete de promessas quebradas. — Ele enviou uma mensagem. Quer negociar. S
CAPÍTULO 48: “O Jogo de Poder na Intimidade”(Sofia Narrando)A casa estava silenciosa, o tipo de silêncio que mais parece um prenúncio de guerra. A lareira crepitava suavemente, mas o calor que emanava dela não era suficiente para abrandar o frio que sentia dentro de mim. Sentada no sofá, com uma taça de vinho quase intocada na mão, esperei. Sabia que Leonardo viria para casa, tarde como sempre, carregando o peso dos segredos que jamais compartilhava. Quando a porta finalmente se abriu, ouvi os passos firmes dele no chão de mármore. Ele sempre andava como se fosse o dono de tudo, cada movimento cuidadosamente controlado, cada gesto intencional. Quando apareceu na sala, meu olhar o encontrou imediatamente. — Está tarde — observei, minha voz calma, mas afiada como uma lâmina oculta. Ele não respondeu imediatamente, apenas tirou o casaco e o colocou sobre a poltrona mais próxima. Seus olhos escuros me analisaram, como se estivesse tentando decifrar o que havia por trás das mi
CAPÍTULO 49: “O Retorno de Clara” (Sofia narrando) Eu sabia que algo estava errado antes mesmo de abrir o envelope. Tinha a sensação de que o passado estava voltando para me assombrar, mas a última coisa que eu esperava era que Clara se atrevesse a fazer uma jogada tão ousada. A carta chegou sem aviso. Um envelope simples, sem remetente. O tipo de coisa que poderia facilmente ser ignorada, mas o meu instinto me disse para abrir. Cada movimento que fizera ao rasgar o papel parecia pesar toneladas, e a caligrafia que se revelava à luz da lâmpada me fez estremecer. "Leonardo e eu sempre tivemos algo que você nunca poderá entender. Ele gosta de controlar, Sofia, de dominar. Talvez você não perceba agora, mas já se perdeu nas garras dele. Ele nunca será o homem que você pensa que é. O que aconteceu entre nós não tem comparação com o que você vive com ele." As palavras ficaram ecoando na minha mente, mas o que mais me fez apertar o papel entre os dedos foi o toque pessoal da car