CAPÍTULO 36: “A Verdade à Vista”(Sofia Narrando) Eu estava na minha suíte, olhando pela janela para a cidade iluminada à noite, quando o telefone tocou. Olhei para o visor. Marco. O nome que eu já conhecia, mas que me causava um certo desconforto sempre que ele aparecia. Eu sabia que ele era uma ameaça, mas não tinha ideia de quão profunda ele poderia estar nas sombras, manipulando cada movimento. Algo me dizia que ele estava prestes a revelar algo que me deixaria ainda mais cautelosa.Atendi a chamada sem muita empolgação, tentando manter a calma.— Sofia, precisamos conversar. — A voz de Marco saiu clara, mas com uma intensidade que imediatamente captou minha atenção. — Tenho algo que pode ser do seu interesse. Algo sobre a mulher de ontem à noite.Eu não precisei de mais nada para que a minha curiosidade e tensão aumentassem. A mulher. Clara. Eu ainda estava tentando entender o que tinha acontecido na noite anterior. O jeito como ela olhou para Leonardo, como se fosse dona
Capítulo 37: “Segredos e Silêncios”(Leonardo Narrando) Eu sabia que ela estaria lá. Clara sempre soubera onde me encontrar, sabia que eu não resistiria a encontrá-la, mesmo que fosse para encarar o passado que eu tanto tentava enterrar. O lugar era discreto, um hotel afastado das luzes da cidade, onde os olhares curiosos não chegavam. Ela sabia o que isso significava, sabia que a única coisa que restava entre nós eram as sombras, o silêncio carregado de significados não ditos.A suite estava iluminada apenas por luzes baixas, o suficiente para que as sombras dançassem nas paredes, criando um clima que só nós dois compreendíamos. O cheiro do perfume dela, doce e amadeirado, já preenchia o ar antes mesmo de ela falar. Clara estava ali, como sempre, uma presença que eu não sabia se queria ou temia. Ela era o passado, o que eu não podia esquecer, mas também o que eu não podia mais ter.Ela se levantou da cadeira quando me viu entrar, sem pressa. Os olhos dela, intensos e penetrant
CAPÍTULO 38: “Entre Sombras e Promessas”(Leonardo Narrando) Quando saí do quarto de Clara, a última coisa que senti foi alívio. O peso das suas palavras ainda martelava na minha mente. Ela sabia o que eu ainda não queria admitir, o casamento com Sofia havia me enfraquecido, ou talvez, apenas revelado um lado de mim que eu ainda estava tentando controlar. Clara sempre soubera onde me atingir. Sempre foi assim, com ela, com a minha brutalidade, com o meu desejo insaciável de controle.Ela tinha razão em muitas coisas. Quando casei com Sofia, eu pensei que seria uma missão fácil. Eu prometi a mim mesmo que a veria dobrar-se, que a transformaria em algo moldável, como todos os outros. Mas ela não foi como as outras. Ela mexeu comigo de uma maneira que eu não esperava, algo que eu não reconhecia em mim. Era uma espécie de... rendição. Uma rendição que eu não estava preparado para enfrentar.Passei a noite revivendo os primeiros dias do nosso casamento, os dias em que a bruta forç
CAPÍTULO 39: “O Jogo da Tensão”(Sofia Narrando) Eu estava no quarto, no silêncio do escuro, esperando. A noite já se estendia há algumas horas e, como sempre, o que parecia ser um refúgio calmo se tornava uma tortura para os meus sentidos. As sombras na parede dançavam suavemente à medida que a brisa leve entrava pela janela entreaberta. A tensão estava no ar, não apenas pela falta de luz, mas pela expectativa que ele me causava. Algo em mim sabia que a noite traria alguma mudança.Ouvi a porta se abrir, o som dos seus passos conhecidos. O cheiro dele, forte e inconfundível, invadiu o espaço. Mas havia algo mais, algo que não conseguia identificar de imediato, mas que, quando ele entrou, fez meu estômago se revirar. Ele estava diferente. O que era aquele perfume? Eu o conhecia. Mas não era meu.Ele estava imóvel, parado à porta, como se esperasse que eu dissesse algo. A tensão entre nós era palpável, e ainda assim eu permaneci em silêncio, sentindo a confusão se formar dentr
CAPÍTULO 40: “Uma Confrontação com a Verdade”(Leonardo Narrando) Eu sempre soube quem sou. Desde jovem, me ensinaram que fraqueza é uma falha imperdoável e que o controle é a chave para o poder. Meu nome, Leonardo Moretti, sempre foi associado a medo e respeito. Minha reputação foi construída à base de decisões implacáveis e uma mentalidade fria que nunca permitiu espaço para dúvidas. Eu me tornei a personificação do que a máfia exige, autoridade inquestionável e o domínio absoluto sobre tudo e todos ao meu redor. E então veio Sofia. Casar-me com ela foi uma imposição. Uma jogada política. Não era uma escolha minha, mas uma ordem. No entanto, ao vê-la pela primeira vez, reconheci algo nela que me intrigou. Sofia não era como as outras mulheres que passavam pela minha vida, ela era fogo, uma fagulha que se recusava a ser apagada. No início, decidi que a dobraria. Não foi apenas uma promessa que fiz a mim mesmo, mas uma questão de honra. Sofia Romano se tornaria minha em
CAPÍTULO 41: “O Jogo de Sedução e o Aviso”(Sofia Narrando) A loja estava silenciosa, apenas o som dos passos suaves dos atendentes e o sutil tilintar de cabides sendo reorganizados preenchiam o espaço. Meu olhar estava preso em um vestido que eu sabia que nunca usaria, mas era bom fingir que estava distraída. Era mais fácil do que lidar com os pensamentos que me assombravam ultimamente. Do lado de fora, meus seguranças estavam posicionados, imóveis como estátuas, mas atentos como predadores. Eu confiava neles para manter a situação sob controle. Ou, pelo menos, eu achava que confiava. Nos últimos dias, confiar em qualquer um parecia um luxo que eu não podia mais me permitir. E então o ar mudou. Não foi um som ou um movimento. Foi uma presença. Meu corpo soube antes mesmo que minha mente pudesse processar. Dante. Quando olhei para a entrada da loja, lá estava ele. O mesmo sorriso arrogante, os olhos cheios de um charme venenoso, e uma postura que exalava controle. S
CAPÍTULO 42: “O Aviso de Vincenzo”(Sofia Narrando) O quarto estava mergulhado na penumbra, e eu sentava na beira da cama, as mãos cruzadas no colo enquanto encarava o nada. O som do relógio parecia mais alto que o normal, como se cada segundo me desafiasse a reagir. Mas eu não conseguia. Minha mente estava presa no passado, em uma conversa que jurava ter esquecido, mas que agora retornava com uma clareza quase cruel. Vincenzo. Aquele homem carregava uma aura de autoridade e mistério, um mentor silencioso que sempre parecia saber mais do que demonstrava. “Leonardo é perigoso, Sofia.” Eu ainda podia ouvir sua voz. Grave, quase um sussurro, como se quisesse evitar que até mesmo as paredes escutassem. Naquele dia, eu reagi como sempre reajo quando alguém tenta me dizer o que fazer, com sarcasmo. “— Eu sei com quem me casei, Vincenzo. Não precisa me dar lições. Ele me olhou com aqueles olhos implacáveis, mas não havia raiva, apenas um cansaço carregado de sabedoria. — Ach
Capítulo 43: “Sofia e a Arte da Manipulação” (Sofia Narrando)Eu sempre soube que o mundo em que nasci era feito de alianças frágeis e traições inevitáveis. Meu pai costumava dizer que, em meio a uma guerra, os verdadeiros vencedores não são os mais fortes, mas os mais astutos. Cresci ouvindo isso, mas demorei a entender o quanto essa lição me moldaria. Agora, sentada na minha biblioteca improvisada, olho para os papéis à minha frente. Mapas, relatórios, e um conjunto de informações confidenciais que consegui interceptar. Tudo aponta para um padrão claro, Dante está jogando um jogo que eu ainda não consigo decifrar completamente. Ele não apenas busca o controle da organização, ele quer me destruir no processo. E Leonardo... Bem, ele é um problema por si só. Há algo em sua presença que me desarma, mas eu jurei não ser mais um peão nesse tabuleiro. — Preciso de um plano — murmuro para mim mesma. Minha mente volta aos dias em que eu era apenas uma aprendiz sob a tutela de Vi