Capítulo 65: “A Pressão da Queda”(Sofia Narrando) Acordei em um local escuro, fria e sozinha. Meus braços estavam presos, as cordas cortavam a pele dos meus pulsos. Não me lembrava de quando ou como tinha sido sequestrada. O cheiro de metal e mofo no ar era opressivo. Não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde o ataque, mas meu corpo doía como se tivesse sido esmagado por uma avalanche. Antes que pudesse processar completamente onde estava, ouvi passos. Firmes, lentos, calculados. Então uma figura surgiu à minha frente. Era Dante. — Finalmente acordada — ele disse, com um sorriso que fazia minha pele arrepiar. — Tenho que admitir, você é mais resistente do que pensei. — O que você quer? — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava. Ele inclinou a cabeça, como se estivesse analisando cada detalhe meu. — Quero muitas coisas, Sofia. Mas, neste momento, o que eu quero é muito simples, que você veja quem realmente está no controle. Ele se abaixou para ficar
Capítulo 66: “Sombras Entre Nós”(Sofia Narrando) As luzes da mansão lançavam sombras longas pelos corredores enquanto eu me movia em silêncio, segurando a pasta que Matteo havia me dado. Meu coração batia descompassado, como se cada passo fosse um golpe no que restava da confiança entre mim e Leonardo. Ele estava na sala principal, o olhar perdido na lareira acesa, os ombros tensos como se carregassem o peso do mundo. Eu sabia que a discussão que estava prestes a acontecer não seria fácil, mas a ideia de continuar no escuro era ainda pior. — Leonardo. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, mas ele não se virou de imediato. — Você deveria estar descansando — ele disse, finalmente olhando para mim. Seus olhos estavam mais sombrios do que nunca. — Não consigo descansar. Não com isso aqui. — Ergui a pasta, as mãos tremendo. Seu olhar desceu para o objeto e endureceu instantaneamente. Ele se levantou, caminhando na minha direção com passos calculados, a raiva irradia
Capítulo 67: “A Chave para as Sombras”(Sofia Narrando) Eu estava sozinha no escritório de Leonardo, a pasta com as provas contra ele ainda repousando na gaveta. Desde que Matteo havia entregado aquelas informações, minha mente era um emaranhado de dúvidas. Cada olhar de Leonardo parecia carregar um peso oculto.O som da campainha ecoou pela casa. Franzi o cenho. Quem poderia aparecer a essa hora da noite?Levantei-me devagar e caminhei até a porta, hesitante. O corredor parecia mais longo, as sombras nas paredes mais densas. Espiei pelo visor e quase gritei. Meu coração bateu forte enquanto destrancava a porta. Ele estava ali, com aquele sorriso enigmático, como se nunca tivesse desaparecido.— Vincenzo? — murmurei, a voz baixa. — Você parece surpresa, Sofia. Achei que já tivesse se acostumado com ressurgimentos inesperados. — Como você conseguiu entrar na propriedade? — O que posso dizer? Sempre tive um talento para entrar onde é difícil. — Ele passou por mim como se fosse u
Capítulo 68: “A Proposta da Rainha”(Leonardo Narrando) A mensagem apareceu no meu celular, codificada e inconfundível. “Uma chance de decidir seu futuro. Coordenação em anexo. Não falhe.” Coordenação? Quem ainda usava esse tipo de termo? Claro, apenas ela, La Regina Nera. O peso de seu nome era suficiente para transformar o frio habitual da noite em um vazio quase sufocante. Como ela conseguia penetrar tão facilmente em todas as barreiras que eu tentava erguer? Eu sabia que isso não era apenas uma proposta, era uma convocação. O endereço me levou a um armazém no centro industrial da cidade, um prédio em ruínas que parecia abandonado há décadas. A escuridão ao meu redor era quase palpável, mas havia algo fora do lugar, a impecável precisão do ambiente interno. As luzes funcionavam perfeitamente, projetores e câmeras se escondiam em pontos estratégicos, e o chão estava limpo, sem nenhuma poeira ou sujeira. O controle absoluto que La Regina Nera parecia ter sobre tudo era pertu
Capítulo 69: “O Contra-Ataque”(Sofia Narrando) O relógio marcava pouco depois das sete da manhã quando acordei com o som insistente do telefone de Leonardo. Era raro ele receber ligações tão cedo, ainda mais em um domingo. Virei-me na cama, percebendo que ele já havia saído. Ao meu lado, o telefone continuava vibrando incessantemente, enquanto o som distante de vozes na sala me alertava de que algo estava errado. Levantei-me rapidamente, enrolei um robe em torno do corpo e segui em direção à sala de estar. Leonardo estava parado no meio do cômodo, o rosto tenso, segurando o telefone enquanto três homens, membros de sua equipe de confiança, o cercavam com expressões de puro alarme. — O que está acontecendo? — perguntei, interrompendo a conversa abruptamente. Os olhos de Leonardo me fitaram por um breve momento, escurecidos por uma fúria contida. — Nada que precise de sua preocupação, Sofia — ele respondeu, ríspido, mas sua tentativa de tranquilizar era tão falsa quanto o so
Capítulo 70: “Além das Sombras”(Sofia Narrando) Depois do caos dos últimos dias, a mansão parecia engolir o som. Leonardo estava ausente desde a manhã, dizendo que precisava resolver algo urgente. Eu aproveitei o silêncio para tentar processar tudo o que tinha descoberto, mas minha mente não me deixava descansar. O esconderijo secreto continuava a chamar por mim como um sussurro incessante. Na primeira vez, as revelações foram suficientes para abalar meu mundo. Agora, algo me dizia que eu precisava voltar. Desci novamente as escadas escondidas, os degraus frios sob meus pés. O corredor parecia ainda mais opressivo agora, talvez porque eu soubesse o que esperar. Ou pelo menos achava que sabia. Dessa vez, notei algo que não havia percebido antes. Ao lado de uma das prateleiras que cobria a parede, havia um espaço irregular. Uma sombra que parecia deslocada. Empurrei a prateleira, e ela deslizou com um gemido suave. Por trás, uma porta de aço reforçada apareceu. Não estava
Capítulo 71: “Os Segredos de Leonardo Ganham Nova Dimensão”(Sofia Narrando) A quietude da mansão era quase sufocante. Depois da última noite cheia de revelações e tensão, eu sentia o peso de cada passo ecoar pelos corredores. Cada vez que descia ao esconderijo revelava algo novo, uma camada a mais da persona de Leonardo que eu desconhecia. Eu precisava entender mais. Era impossível ignorar que aquele esconderijo guardava mais segredos do que eu conseguira explorar nas duas vezes que desci. Seguindo minha intuição, voltei à biblioteca. A prateleira disfarçava a entrada para aquele mundo oculto. Fechei a porta atrás de mim e acendi a luz embutida. Desta vez, eu sabia o que procurar.As escadas que desciam em espiral me levaram ao amplo corredor, cada detalhe impecavelmente mantido, como se aquele espaço fosse mais importante do que a própria casa. Passei pelas portas que já havia aberto antes, mas agora, com uma determinação renova
Capítulo 72: “Heranças Ocultas”(Sofia Narrando) As palavras da mensagem ainda pairavam na minha mente, ecoando como um alerta sombrio. "As portas que você teme abrir são aquelas que contêm a verdade. Mas cuidado, nem todas as verdades estão prontas para serem descobertas."O mistério envolvia minha vida como uma névoa densa. Leonardo tinha segredos, disso eu estava farta de saber. Mas a sensação crescente de que não eram apenas dele, de que algo maior estava acontecendo, me atormentava. Na manhã seguinte, enquanto observava o nascer do sol pela janela do quarto, Leonardo entrou, ainda com o terno da noite anterior. Ele estava cansado, mas seus olhos brilhavam com uma determinação perigosa. — Você não dormiu? — perguntei, mantendo minha voz neutra. Ele me olhou por um momento, como se avaliasse se deveria ser honesto ou manter a máscara de sempre. — Tive uma noite complicada — respondeu, com o tom seco que