CAPÍTULO 33: “O Poder nas Sombras”(Vincenzo Narrando) A casa estava envolta em uma penumbra quente, o silêncio apenas quebrado pelo crepitar do fogo na lareira. As paredes de pedra e os móveis luxuosos não eram apenas símbolos de riqueza, mas também de poder, um poder que ela, “La Regina Nera”, controlava com mãos de ferro. Eu entrei na sala com passos silenciosos, o ar ao meu redor pesado, denso. A presença dela dominava o ambiente de uma forma que quase me fez duvidar do controle que eu tinha sobre o meu próprio corpo. Sabia exatamente o que ela queria, mas, ao mesmo tempo, não sabia o que viria a seguir. Aquela mulher... ela sempre foi um mistério. Não era só a sua beleza que me atraía, mas o jeito como ela controlava tudo ao seu redor. E eu estava preso nela, sem possibilidade de fuga, sem desejo de sair.“La Regina Nera” estava ali, como sempre, a figura central de todo o meu mundo. Ela estava sentada na poltrona de veludo, a silhueta imponente, mas com uma calma inquie
Capítulo 34: “A Tensão do Desejo”(Sofia Narrando) A noite caía lentamente lá fora, e dentro do quarto, a única luz que iluminava o ambiente vinha da lâmpada suave ao lado da cama. O ar estava carregado de um silêncio denso, interrompido apenas pela respiração ofegante que ecoava entre nós. Leonardo estava parado à porta, o olhar fixo em mim, e apesar de já termos compartilhado tantas noites como esta, algo no ar parecia diferente. Eu podia sentir a tensão entre nós, como se o espaço que havia se formado ao longo dos últimos dias, com todas as mentiras e traições, fosse quase palpável.Já havíamos sido íntimos, mais de uma vez, mas hoje era diferente. Não havia a mesma entrega espontânea de antes. As palavras que não dizíamos nos separavam agora, e eu sentia a distância, mais forte do que nunca.Leonardo não se movia. Estava parado, observando-me como se eu fosse algo inatingível, e isso só aumentava a pressão que sentia. O desejo estava ali, óbvio e inegável, mas o orgulho, a
CAPÍTULO 35: “O Jantar Tenso”(Sofia Narrando) Eu estava sentada à mesa com Leonardo em um restaurante luxuoso. O ambiente era elegante, a música suave e as luzes baixas, criando uma atmosfera aconchegante, mas ao mesmo tempo um pouco fria. Mas não era o ambiente que me inquietava. Era ele. Algo em Leonardo estava diferente. Ele estava distante, pensativo. Eu podia sentir sua tensão. E aquilo me incomodava mais do que queria admitir.— Está tudo bem? — Perguntei, tentando trazer a conversa de volta para ele. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, mexendo lentamente no copo de vinho, sem realmente beber. Como se estivesse tentando esconder alguma coisa, ou fugindo da realidade.Ele me olhou, forçando um sorriso, mas o gesto parecia forçado demais para ser genuíno.— Sim, tudo bem, só pensando em algumas coisas. — A voz dele traiu um nervosismo que eu sabia que não era normal. Aquilo não era só uma “coisa qualquer” que ele estava pensando.Eu respirei fundo, tentando
CAPÍTULO 36: “A Verdade à Vista”(Sofia Narrando) Eu estava na minha suíte, olhando pela janela para a cidade iluminada à noite, quando o telefone tocou. Olhei para o visor. Marco. O nome que eu já conhecia, mas que me causava um certo desconforto sempre que ele aparecia. Eu sabia que ele era uma ameaça, mas não tinha ideia de quão profunda ele poderia estar nas sombras, manipulando cada movimento. Algo me dizia que ele estava prestes a revelar algo que me deixaria ainda mais cautelosa.Atendi a chamada sem muita empolgação, tentando manter a calma.— Sofia, precisamos conversar. — A voz de Marco saiu clara, mas com uma intensidade que imediatamente captou minha atenção. — Tenho algo que pode ser do seu interesse. Algo sobre a mulher de ontem à noite.Eu não precisei de mais nada para que a minha curiosidade e tensão aumentassem. A mulher. Clara. Eu ainda estava tentando entender o que tinha acontecido na noite anterior. O jeito como ela olhou para Leonardo, como se fosse dona
Capítulo 37: “Segredos e Silêncios”(Leonardo Narrando) Eu sabia que ela estaria lá. Clara sempre soubera onde me encontrar, sabia que eu não resistiria a encontrá-la, mesmo que fosse para encarar o passado que eu tanto tentava enterrar. O lugar era discreto, um hotel afastado das luzes da cidade, onde os olhares curiosos não chegavam. Ela sabia o que isso significava, sabia que a única coisa que restava entre nós eram as sombras, o silêncio carregado de significados não ditos.A suite estava iluminada apenas por luzes baixas, o suficiente para que as sombras dançassem nas paredes, criando um clima que só nós dois compreendíamos. O cheiro do perfume dela, doce e amadeirado, já preenchia o ar antes mesmo de ela falar. Clara estava ali, como sempre, uma presença que eu não sabia se queria ou temia. Ela era o passado, o que eu não podia esquecer, mas também o que eu não podia mais ter.Ela se levantou da cadeira quando me viu entrar, sem pressa. Os olhos dela, intensos e penetrant
CAPÍTULO 38: “Entre Sombras e Promessas”(Leonardo Narrando) Quando saí do quarto de Clara, a última coisa que senti foi alívio. O peso das suas palavras ainda martelava na minha mente. Ela sabia o que eu ainda não queria admitir, o casamento com Sofia havia me enfraquecido, ou talvez, apenas revelado um lado de mim que eu ainda estava tentando controlar. Clara sempre soubera onde me atingir. Sempre foi assim, com ela, com a minha brutalidade, com o meu desejo insaciável de controle.Ela tinha razão em muitas coisas. Quando casei com Sofia, eu pensei que seria uma missão fácil. Eu prometi a mim mesmo que a veria dobrar-se, que a transformaria em algo moldável, como todos os outros. Mas ela não foi como as outras. Ela mexeu comigo de uma maneira que eu não esperava, algo que eu não reconhecia em mim. Era uma espécie de... rendição. Uma rendição que eu não estava preparado para enfrentar.Passei a noite revivendo os primeiros dias do nosso casamento, os dias em que a bruta forç
CAPÍTULO 39: “O Jogo da Tensão”(Sofia Narrando) Eu estava no quarto, no silêncio do escuro, esperando. A noite já se estendia há algumas horas e, como sempre, o que parecia ser um refúgio calmo se tornava uma tortura para os meus sentidos. As sombras na parede dançavam suavemente à medida que a brisa leve entrava pela janela entreaberta. A tensão estava no ar, não apenas pela falta de luz, mas pela expectativa que ele me causava. Algo em mim sabia que a noite traria alguma mudança.Ouvi a porta se abrir, o som dos seus passos conhecidos. O cheiro dele, forte e inconfundível, invadiu o espaço. Mas havia algo mais, algo que não conseguia identificar de imediato, mas que, quando ele entrou, fez meu estômago se revirar. Ele estava diferente. O que era aquele perfume? Eu o conhecia. Mas não era meu.Ele estava imóvel, parado à porta, como se esperasse que eu dissesse algo. A tensão entre nós era palpável, e ainda assim eu permaneci em silêncio, sentindo a confusão se formar dentr
CAPÍTULO 40: “Uma Confrontação com a Verdade”(Leonardo Narrando) Eu sempre soube quem sou. Desde jovem, me ensinaram que fraqueza é uma falha imperdoável e que o controle é a chave para o poder. Meu nome, Leonardo Moretti, sempre foi associado a medo e respeito. Minha reputação foi construída à base de decisões implacáveis e uma mentalidade fria que nunca permitiu espaço para dúvidas. Eu me tornei a personificação do que a máfia exige, autoridade inquestionável e o domínio absoluto sobre tudo e todos ao meu redor. E então veio Sofia. Casar-me com ela foi uma imposição. Uma jogada política. Não era uma escolha minha, mas uma ordem. No entanto, ao vê-la pela primeira vez, reconheci algo nela que me intrigou. Sofia não era como as outras mulheres que passavam pela minha vida, ela era fogo, uma fagulha que se recusava a ser apagada. No início, decidi que a dobraria. Não foi apenas uma promessa que fiz a mim mesmo, mas uma questão de honra. Sofia Romano se tornaria minha em