Caio queria descer rápido do carro para salvar Beatriz, mas ao perceber que Dario já estava quase desmaiado, ele se acalmou. Olhando através do para-brisa para o desalinhado Dario, ele não pôde deixar de comentar com Vítor: — Esse Dario realmente não tem vergonha, eu nem quero admitir que o conheço, que vergonha! Vítor levantou as pálpebras e olhou para fora brevemente, falando friamente: — Já que ele gosta tanto de ficar sem roupa, vamos fazer ele correr três voltas ao redor da Cidade da Serra Azul sem vestir uma única peça de roupa. Os lábios de Caio se contraíram. "Nesse frio, correr pelado? Isso é excitante, e ele merece. Se fosse um homem responsável, não estaria abusando de mulheres. Que habilidade é essa de forçar mulheres?" Caio desceu do carro para encontrar Beatriz. Beatriz acabou de abrir a porta do carro e saltou para fora, ansiosa para correr, mas então viu Caio e ficou paralisada... Ela havia acabado de sair do carro de Dario e foi forçada a entrar no car
"Beatriz deu um beijo leve e já conquistou o coração do Vítor?" Na verdade, Caio desejava profundamente que Vítor desistisse de procurar a mãe biológica de Isaac, afinal, após seis anos de buscas infrutíferas, as chances de encontrá-la eram praticamente nulas, e mesmo que a encontrassem, e se ela já estivesse casada e com filhos? Vítor, com sua índole, jamais forçaria alguém a se divorciar, Caio conhecia Vítor havia tantos anos que já o chamava de "Vitinho" ao invés do formal "senhor", um claro indicativo da proximidade entre eles. Eles mantinham uma amizade muito próxima e sincera, por isso Caio só queria o melhor para Vítor.Enquanto isso, Beatriz havia chegado ao quarto de hospital de Simão. Apenas um dia sem vê-lo foi suficiente para que Simão parecesse pálido e trêmulo, murmurando algo inaudível, sem gritar ou falar alto, de olhos fechados. Túlio Ramos, o pai de Simão, Gisele, a mãe, e um grupo de médicos em jalecos brancos cercavam sua cama. Os médicos, num frenesi, exa
Beatriz ficou paralisada.Vítor, com o rosto fechado, não lhe deu tempo de reagir e a puxou para dentro de um quarto vazio ao lado.Ele a pressionou contra a porta, baixou os olhos e a encarou intensamente.Beatriz, com as costas contra a porta, tentou recuar, mas não tinha para onde ir.Só restava manter a coluna ereta e olhar para Vítor com cautela:— O que você quer fazer?!"Ele finalmente vai ficar bravo? O perigo está chegando? Ele vai me pedir dinheiro."Vítor permaneceu em silêncio, apenas olhando diretamente para ela com uma expressão complicada.Ele não sabia se a mulher à sua frente era realmente a pessoa que ele havia procurado tanto!Por estar incerto, ele não sabia que atitude tomar diante dela, nem mesmo o que falar.Beatriz, sem entender, percebeu que ele estava agindo estranho desde o carro e agora estava ainda mais certa de que o jeito como ele a olhava era realmente diferente, embora ainda fosse frio, havia um pouco de calor.Vendo que ele não falava, Beatriz tossiu l
Vítor disse:— Isaac, se acalme...Isaac não respondeu, permaneceu de pé ao lado da janela, olhando-o fixamente.Os especialistas em pediatria do hospital se reuniram às pressas na porta, hesitantes em se aproximar.Hélio perguntou em voz baixa à jovem auxiliar de enfermagem:— O que aconteceu, afinal?A auxiliar, entre lágrimas, respondeu:— Eu também não sei, estava ao lado da cama o tempo todo. Assim que vi que ele acordou, perguntei se estava com sede, mas ele não respondeu, apenas me encarou por um momento e de repente ficou agitado...Isaac disse friamente:— Eu já disse, só quero a minha mamãe comigo.Vítor falou:— Isaac, me ouça explicar, ela é apenas uma enfermeira que eu e Hélio encontramos para você, eu...— Eu já disse, não quero ninguém além da mamãe! Não preciso de outras mulheres, só quero minha mamãe...Isaac, como um pequeno animal enlouquecido, começou a chorar e gritar, e em meio aos gritos, tentou pular pela janela.Vítor correu até ele rapidamente e o abraçou com
Vítor tinha os olhos vermelhos e assustadores, o que fez Beatriz estremecer.Ela explicou:— Deram uma injeção para que ele dormisse mais profundamente. Ele está sofrendo muito agora; seu corpo quer dormir, mas seu cérebro está resistindo. É uma luta consigo mesmo, e essa luta intensa pode prejudicar seu corpo, com risco de consequências sérias.Vítor encarou Beatriz por um momento, analisando se ela estava mentindo, e finalmente a soltou.Beatriz suspirou aliviada e rapidamente aplicou a agulha.Logo, o batimento cardíaco de Isaac se normalizou.Hélio suspirou:— Graças a Deus, o coração do Isaac finalmente se estabilizou.Depois de guardar a agulha de prata, Beatriz disse:— Agora só podemos esperar que ele acorde para vermos sua condição. Ouvi dizer que ele e o Simão têm situações parecidas, ambos sofrem de transtorno bipolar. Simão desenvolveu isso depois de ser sequestrado e assustado quando criança. E ele?— Ele tem uma obsessão pela mãe, causada pela saudade excessiva.Beatriz,
Beatriz sentiu uma dor profunda:— O Isaac não foi para a escola?Hélio respondeu:— Não, ele não está em condições de frequentar a escola normalmente.— Vocês tentaram compreender o que ele sente por dentro?Hélio balançou a cabeça:— Não tivemos a oportunidade.— E hipnose?— Tentamos, mas nunca deu certo.Beatriz ficou sem palavras.Hélio disse:— O Isaac é diferente das outras crianças; ele é extremamente inteligente. Você não pode tratá-lo como uma criança comum; ele é esperto, sensível e muito cauteloso.Beatriz olhou novamente para o quarto do hospital, refletiu um pouco e disse:— Eu sei que vocês me chamaram aqui por um motivo, mas eu não sou médica. Aprendi um pouco de medicina tradicional com minha família e, no meu tempo livre, li alguns livros sobre psicologia infantil, então não esperem muito de mim. — Ela fez uma pausa e continuou. — Conseguir acalmar o Simão foi uma coincidência, só posso tentar. Quando ele acordar, vou conversar com ele para tentar entender seus sentim
Vítor estava sentado ao lado da cama, segurando firmemente a mão de Isaac. Hélio o consolou: — Não se preocupe tanto, pelo menos o Isaac está bem por enquanto. As maçãs do rosto de Vítor se moveram, e, não vendo Beatriz, ele perguntou: — E a Beatriz? — Ela teve um assunto urgente e precisou ir. Vítor ergueu as pálpebras: — Ela foi mesmo? — Sim, ela disse que era algo urgente e que precisava cuidar disso. Vítor franziu a testa. Hélio continuou: — Ela é livre, não podemos mantê-la presa, e ainda precisamos da ajuda dela. Se a prendêssemos, não estaríamos apenas causando um conflito com ela? E se realmente ocorresse um conflito, você se sentiria confortável deixando o Isaac aos cuidados dela? Se fosse alguns dias atrás, o Vítor certamente diria que não se importaria. Mas agora, ele não estava certo de que Beatriz era realmente a mãe biológica do Isaac, nem se ela poderia ajudar o Isaac a se recuperar da doença, então seus sentimentos eram complicados. — Vou lá
A casa ainda estava como quando ela partiu; quase nada havia mudado, exceto as pessoas. Ela tinha vivido ali por três anos, era a senhora da casa, mas agora não era mais nada. Uma vez pensou que poderia viver ali para sempre, até fantasiava sobre envelhecer ao lado de Vítor e seus filhos brincando juntos, mas então... Beatriz suspirou; a vida era como um teatro, sempre cheia de surpresas e reviravoltas imprevisíveis. Ela sentia uma opressão no peito, desviou o olhar e pegou o copo para tomar alguns goles de suco, esperando silenciosamente que Vítor voltasse para se divorciarem. Mais de meia hora depois, Vítor dirigiu de volta à Mansão do Sol Poente. Ele só havia estado ali uma vez, no dia em que voltou ao país para se divorciar de sua esposa nominal, e desde então nunca mais voltou. Quando o carro parou, Vítor abriu a porta e mal pisou no chão quando o celular tocou; era Hélio: — Vitinho, o Sr. Michel está no hospital; ele quer te ver. "Deve ser por causa daquele inv