— Bom dia, milady, gostaria que seu desjejum fosse servido na sala de jantar? — Perguntou o mordomo fazendo uma reverência com a cabeça.Anne notou que o mordomo não foi tão formal quando ela chegou na cozinha, mas preferiu acreditar que Jorge sentia-se mais à vontade com ela do que com a "Jéssica Rabbit". Bianca sentou de frente para Anne e a encarou enquanto respondia ao mordomo.— Não se preocupe, Jorge, me sirva aqui na cozinha mesmo, farei companhia à humana.Jorge preparou um prato com ovos, bacon e torradas para Bianca e o colocou a frente dela. Bianca, por sua vez, continuava a encarar Anne, que se sentindo constrangida, abaixou a cabeça.— O que deseja beber, Milady? — Perguntou Jorge com a fisionomia inexpressiva.— Hum... Lorde Barrington não teria sangue humano estocado? — Perguntou Bianca, olhando para Anne com um sorriso c&ia
Ester acordou sentindo o toque macio e quente dos lábios do marido tocando sua barriga. Ainda de olhos fechados, suspirou de prazer. Seu marido era carinho e atencioso, razões pelas quais continuava apaixonada por ele do mesmo modo desde que se conheceram, talvez até mais...Fechou os olhos quando sentiu a língua dele deslizar por sua pele.— O que está fazendo Lucien? — Perguntou com a voz ainda sonolenta.— Hum... — Zaffir levantou os olhos encarando Ester, mas permaneceu deslizando a língua sobre o quadril dela. — Depois de todos esses anos, tem certeza que não sabe o que estou fazendo?A pele de Ester vibrou com a voz do marido falando com os lábios ainda em contato com seu corpo. Ele sorriu satisfeito ao ouvir seu gemido. Lucien Zaffir posicionou seu corpo sobre a esposa com o cuidado de apoiar o peso do corpo sobre os cotovelos, evitando causar incômodo em sua barriga que já se fazia perceber.— Acordou animado, é? — Perguntou passando os dedos pelos cabelos negros do marido, cu
— ISAQUE! — Gritou Lorde Zaffir, perdendo finalmente a paciência. — Fala logo o que está acontecendo antes que eu arranque isso de sua mente!Os olhos de Isaque se arregalaram. Sabia que seu amigo tinha o dom de invadir mentes e sabia também que, na maioria das vezes, a invasão causava a morte da vítima, razão essa pela qual ele raramente se aproveitava desse dom, a não ser quando muito necessário. De fato, pelo que Isaque conhecia de seu amigo, Zaffir fizera uso desse dom pouquíssimas vezes em toda sua vida. Por mais que acreditasse que seu amigo não usaria esse dom contra ele, a menção do mesmo por si só demonstrava o quanto alterado Zaffir se encontrava no momento e decidiu parar de protelar.— Lorde Raegan, da Terra Menor, foi encontrado morto por um de nossos guardas da fronteira. Foi drenado e decapitado ainda em nosso território...Toda
— Claro, Milorde! Eu comecei minha ronda às seis, com o Renê, estávamos mais lentos do que de costume por causa dessa grossa camada de neve causada pela tempestade. Cerca de meia hora de caminhada avistamos uma mancha vermelha na neve e viemos ver do que se tratava. Não havia ninguém por perto e as únicas pegadas eram as do próprio morto. Não tocamos em nada, eu corri para chamar o general de deixei Renê aqui tomando conta do local.Enquanto o jovem falava, Lorde Zaffir se abaixou e tocou o corpo que estava de barriga para o chão. Estava gelado ao toque, rígido e seco. Zaffir virou o corpo de barriga para cima, havia um enorme buraco no peito, como se alguém tivesse usado garras para cavar entre sua carne e ossos, até chegar o coração, órg&atild
Lorde Barrington deu as costas para Amir e saiu da biblioteca sem dizer mais nada. Amir passou a mão pelos cabelos e fechou os olhos com força, tentando se controlar na presença do Lorde. Já havia extrapolado em seu comportamento, estava abertamente desrespeitando um Lorde em sua própria residência. Lorde Barrington sempre teve muita paciência com os mais jovens, mas era um ancião que valorizava as tradições. O desrespeito de Amir poderia em breve levar a uma punição nada agradável.Como podiam esperar que ele simplesmente deixasse Anne naquela mansão e voltasse para sua terra como se nada tivesse acontecido? Amir tinha quase certeza que o Lorde desconfiava de seu envolvimento com Anne e estava deliberadamente os separando. Não conseguia decidir se a intenção do Lorde era motivada por preconceito, visto que Amir não era um nobre; se por cau
Amir apoiou sua testa na testa de Anne, ambos suados e ofegantes. Ele permaneceu de olhos fechados como se temesse abrir os olhos e acordar de um sonho, ou pior ainda, temia que esse sonho se tornasse em pesadelo. Como dizer a Anne que ele teria que ir embora? Ele não queria e nem pretendia deixar Anne para trás, especialmente sabendo que ela estava arriscando ser morta. Abriu os olhos e se deparou com os vívidos olhos dela, fitando-o com as sobrancelhas franzidas. Ele sorriu o pôs-se a beijar cada centímetro do rosto dela, como se fosse a criatura mais preciosa de sua vida.— Hey, para! — Disse Anne entre risos, virando o rosto de um lado para o outro.— Você é linda, sabia? — Disse Amir sério.— O que houve para você entrar aqui me agarrando desse jeito?— Hum... Eu pensei que um homem tinha o direito de chegar agarrando a namorada dele,principalmente q
— Hum…— Anne mordia o lado de dentro da bochecha, ainda não convencida da inocência dele.— Você não confia em mim?— Perguntou segurando a mão dela.— É que quando acordei, você não estava aqui na cama, então eu pensei...— Anne, olha para mim! — Amir segurou o rosto de Anne entre as mãos, tentando mostrar sinceridade em suas palavras. — Eu voltei para cá cerca de dez minutos depois de ter ido com ela para a cozinha. Eu não tenho nada com ela e não toquei nela. Mesmo que você não estivesse em minha vida, eu não tocaria nela.— E o que ela falou sobre Ezequiel? — Perguntou Anne, agradecida pela oportunidade de mudar de assunto.— Ela e Ezequiel são amantes, ou eram, não sei. Ela me disse que ele a trocou por outra e estava furiosa. Não sei o que e
Lorde Barrington estava em seu quarto com as luzes apagadas. Gostava de ficar no escuro quando precisava pensar, e era exatamente isso que estava fazendo, concentrando-se nos problemas que se amontoavam a sua volta. Estava de pé em frente a janela que dava para os fundos da mansão, mas seus olhos estavam fechados e sua mente estava bem longe dali.Sentia-se cansado e velho. Tantos séculos nesse mundo, tanto tempo nessa vida entre Upyrs e humanos, e os desejos primários continuavam os mesmos...Pessoas ainda morriam por inveja, vingança, orgulho, vaidade, mesquinharia e sede de poder. Nisso Upyrs e humanos eram muito parecidos, a ganância e a crueldade faziam parte da alma de ambos.Lorde Barrington lembrou-se de épocas em que a humanidade acreditava que Upyrs eram demônios sem alma. Talvez estivessem certos, mas não eram os humanos tão cruéis quanto? Não foram os humanos que mataram uns aos outros em nome de um deus, ou de livros velhos que idolatravam como se fossem fonte da verdade,