uma nova vida

~~CAPÍTULO 13~~

MARCELA

Goru levou muito a sério meu monitoramento, a cada 30 minutos alguém veio me verificar, eu não posso ter nem um momento de paz que alguém entra para saber como eu estou e se estou precisando de algo.

Entretanto a pessoa que acaba de entrar é diferente dos outros.

— Desculpa?

— Bom dia senhorita, sou Olga, menino Goru me pediu para cuidar de vocês.

Ela tem um sotaque chinês muito forte, Olga tem cabelos grisados, ela é baixa, ela é muito elegante, suas roupas caras e de marca comprovam que ela é muito bem paga pelo seu trabalho.

— Seja bem-vinda, Olga.

Meu telefone tocou, desviei o olhar dela e voltei para o sofá para levar o telefone.

— Oi.

Eu murmurei depois de atender a chamada do Goru. Olhei para Olga atrás do balcão e segui até as escadas.

— Olga chegou?

— Sim.

— Nara estará ai de tarde, peça para ela preparar alguma coisa para visita.

Goru me informou, sua voz soou triste ou preocupado, subo os degraus das escadas lentamente até ficar fora de alcance da Olga.

— Sua voz soa tão triste, querido.

Goru suspirou do outro lado da linha, ouço algumas vozes por detrás da linha, ele está a caminhar, se afastando das pessoas e do barulho.

— Meu irmão, ele ficará temporariamente longe de nós.

Meu coração se partiu por ele, meu querido amor, meu vilão, está preocupado com seu irmão.

— Eu sinto muito Goru.

Murmurei em consolo.

— Queria estar com você, agora.

Meu Deus, ele realmente quis dizer essas palavras, sorri para e respondo.

— Estamos com saudades, querido.

— Cara, poderia ir verificar o que está acontecer na rua 14? Preciso verificar Yuna.

Em seguida a linha ficou mudo por segundos, quando voltou ele disse:

— Princesa, até mais tarde.

— Bom trabalho querido.

Encerrei a chamada, quando levantei os olhos Olga está parada na porta.

— Tudo bem?

Eu questionei, seu jeito de me encarrar arrepia meu corpo.

— Sim.

— Por que está me encarrando?

— Conhecendo você.

Ergui uma sobrancelha confusa com sua confirmação, sou tão fácil assim de ler?

— Está me assustando.

Eu disse realmente assustada, desci da cama, calcei meus chinelos da puma e atravessei o quarto.

— Eu sinto muito, não foi intencional.

— Claro, eu sei que não nos conhecemos, mas, poderia preparar um banquete? Nara vira mais tarde.

— Como quiser senhorita.

— Me chame de Marcela, por favor.

— Não posso, nós temos regras.

— Claro.

— Como está o bebê?

— Eu acho que está dormindo, o desconforto parou.

Eu murmurei levando minha mão automaticamente para meu abdômen, essa é a sensação maravilhosa que alguma mulher poderia imaginar. Estar gravida é assustador e intenso, eu nunca vou me arrepender de carregar esse bebê no ventre.

— Tipico da gravidez, venha, vou preparar seu almoço.

Acenei a cabeça com um sorriso no rosto e fui até a cozinha, Olga preparou meu almoço depois iniciou o banquete.

— Senhorita, seus convidados chegaram.

— Obrigada.

Prendi o cabelo em um coque tradicional, toquei nas minhas bochechas gordas, desesperada para não ficar gorda durante a gravidez. Desci as escadas, quando encontro algumas mulheres com a tia Nara.

— Meu Deus, a gravidez combina com você.

Exclamou tia Nara, exibindo sua barriga saliente.

— Oi tia Nara, Mahina, bom ver você.

Eu disse cumprimentando-as. Mahina deu-me um abraço apertado, tocou minha barriga e disse:

— Legal, você foi rápida.

— Esquecemos a camisinha.

— Melhor ainda, você vai nos dar um sobrinho. Deixa-me apresenta-la, conheceu a Sayuri, minha cunhada Marcy, minha irmã Kira, ela é Yuna, a esposa do Naruto.

— Sejam bem-vindas. Por favor, me acompanhem até o jardim.

Eu pedi que elas me seguissem. Acomodadas, elas iniciaram uma conversa sobre bebês, e seus desenvolvimentos, de fininho, tia Nara acenou para mim, indicando o caminho para a saída do jardim interior.

— Ken parecia preocupado quando soube que parou na emergência.

Tia Murmurou depois que eu alcancei-a.

— Foi mal-estar tia Nara.

Ela abriu a porta que nos leva para o jardim exterior, as outras mulheres estão no jardim interno conversando.

— Depois de receber uma ligação da sua mãe.

Ergui uma sobrancelha. Tia Nara sorriu com a minha reação e afirmou:

— Goru é muito fiel ao seu irmão mais velho, eles possuem uma ligação muito forte, algo paternal.

— Eu não sabia que eles dividiam tudo.

— Se não dividissem, eles não teriam te achado quando ninguém soube onde estava, seu esposo ia cometer loucuras para te encontrar, esse não era o caminho viável. Um executor não pode perder jamais o controle da situação.

Meus dedos brincam com uma folha imaginária.

— Eu não sabia.

— O que sua mãe queria?

— Ela estava irritada por ter abandonado o noivo, era uma questão política e quebrar esse acordo era doloroso para meu pai.

— Ela disse afirmou isso, de forma, muito fria. Não é?

— Ela nunca foi muito amorosa.

Encolhi os ombros.

— Agora você não está mais sozinha.

— Eu sei.

— As mães cuidam do seu bebê, não importa o que aconteça, ele é sua prioridade. Evite conflitos com sua família, já deu para notar que ela não te faz muito bem.

— Claro.

Sorrio.

Passei a mão levemente na minha barriga, é meu dever proteger essa coisa tão pequena dentro de mim.

— Você pode perguntar o que quiser.

— Por que eles não demostram sentimentos.

— Eles não sabem amar, não podem dar o que não sabem.

— Porque?

— Eu não sei, também não fui criada tradicionalmente na máfia para entender, aprendi com Ken, que eles carregam consigo muitas feridas, dor, sangue nas mãos. Foram criados exclusivamente para matar. Eles não sabem fazer o que nunca foram ensinados a sentir.

— Entendi.

— Escolha ser você, sempre.

~~CAPÍTULO 14~~

MARCELA

Despertei quando ouvi o som do chuveiro, olhei para o ecra do telefone, muito tarde, Goru avisou que ele voltaria tarde, mas, não tão tarde assim, fiquei na posição sentada esperando ele sair do banho, quando o fez, meu susto veio a tona.

Goru está coberto de hematomas por todo o seu corpo, ele foi assaltado? Porra que não, ele anda com armas e faca, sem mencionar os seguranças.

— O que aconteceu?

Eu questionei.

— Não se preocupe, estou bem.

— Precisa de alguma coisa?

— Não.

— Venha até a cama para descansar.

— Melhor não.

— Goru.

— Eu sinto muito, eu não queria que me visse desse jeito.

— Tudo bem Goru, venha descansar.

— Tem certeza que não precisa de algo? Você não jantou.

— Eu tenho, descanse Marcela.

Joguei meu corpo contra o colchão da cama, meu corpo saltita desagradavelmente sentindo todos os meus ossos quebraram com a sua dor. Ele foi ferido por minha culpa, é minha culpa.

É notável o seu desagrado, aqueles hematomas não foram causados por um desconhecido, sim, por conhecido. Ninguém chegaria tão longe e ainda assim ele permitir. Porra, porra, porra.

— Marcela.

— Eu sinto muito.

— Não foi sua culpa.

— É culpa minha Goru, papai machucou você.

A cama afundou e senti as mãos do meu amado sobre meus ombros, o cheiro de champô sacudiu meu estomago secando minhas lagrimas desesperadas.

— Fique calma, Marcela, nosso bebê.

Goru me colocou no seu peito, acariciou meus cabelos me acalmando.

— Isso não dói, meu corpo está acostumado a lidar com dor.

Goru afirmou, calmando meu coração.

— É diferente, eu causei sua dor, não seu trabalho. Por que eu imaginei que seria diferente Porra, eu deveria estar feliz em estar aqui...

Uma onda de dor me ataca.

— Marcela...

— Eu estou bem.

— Respire, eu vou levar vocês ao hospital.

— Sem hospital.

Gemi, Goru pegou seu telefone e ligou para alguém, fiquei na posição deitada, acalmando-me da dor, quando Olga entrou no quarto com um copo de chá.

— Senhorita, beba isso.

Depois de beber, a calmaria reinou e eu só me lembrou de fechar os olhos e durmo.

GORU

Desci do carro muito irritado, depois da noite mal dormida estou desejando matar alguém, olhei para entrada calma do prédio do governador, ainda é muito cedo. Sai enquanto Marcela ainda dormia. Depois da noite desastrosa de ontem, ela deveria reforçar o descanso.

Segundos passam.

Minutos passam.

Horas passam.

Quando finalmente vejo a figura estilosa de David Mix atravessar o estacionamento indo em direção ao prédio. Esperei alguns minutos quando abro a porta do carro e atravesso o estacionamento até a entrada do prédio quando meu irmão segura meu braço.

— Irmão..

Eu disse em descrença.

— Não vai bater no pai da sua mulher.

Ele segurou meu braço suavemente me tirando da entrada do prédio, atravessamos o estacionamento novamente até meu carro.

— Irmão, Marcela passou mal por causa dele.

— É isso o que ele deseja, um motivo para provar que és um animal.

Soquei o pneu do carro furioso, magoar minha mulher não é suficiente? Aquele desgraçado merece uma surra.

— Não!

Grunhou meu irmão bancando a porra de uma babá.

— Saia do meu pé.

Abro a porta do carro e entrei, meu irmão Ken seguiu o exemplo entrando no meu carro.

— Vamos caçar.

Ele murmurou para meu arrependimento.

— Eu não quero caçar.

Murmurei discordando dele. Não vou passar minha manhã matando animais para aliviar a porra da minha raiva.

— Não vai atravessar aquela porta.

— Campo de tiro.

— Campo de tiro.

Concordou Ken.

~~CAPÍTULO 15~~

MARCELA

Eu estava no quarto, cansada de passar o dia todo deitada sem nada para fazer, essa situação estava ficando saturada. A guerra do meu pai com meu marido era a menos das minhas preocupações. Estou carregando um filho no meu ventre. Essa é minha preocupação atual. Goru entrou no quarto com urso enorme de pelúcia.

— Oi mamãe.

Goru guardou o urso na poltrona e veio na cama.

— Como está nosso filho?

Beijou minha barriga.

— Olga me prendeu nesta cama o dia todo.

— Foi para seu bem. O que acha de irmos visitar sua médica amanhã? Quero me certificar que está tudo bem com vocês.

— Tudo bem, estou cansada de estar presa nessa casa.

— Está se sentindo assim, presa?

— Eu nunca fiquei por tanto tempo no mesmo lugar, sua casa é linda, este é meu lar, mas estou me sentindo sufocada.

— Podemos dormir em um hotel.

— Eu quero seguir com meus planos Goru, eu quero abrir meu atelier, desejar, escolher tecidos e respirar meu sonho profissional.

— Eu te dou tudo que quiser.

— Menos trabalhar, eu não sou doméstica, odeio lavar, limpar, cozinhar, eu não gosto de me sentir inútil, estou aqui há uma semana e tudo o que fiz foi contar todos os imóveis, ler, ouvir música e ficar na piscina. Eu preciso de mais.

— Nosso filho.

— Ele continuará aqui, até ele nascer. Eu vou continuar aqui, sendo sua mulher mesmo trabalhando.

— Vamos negociar.

— Isso é bom.

— Vou lhe dar 3 meses de teste, você volta para casa as 5h da tarde, não pode ficar nervosa muito menos passar mal devido ao trabalho e vai ter que andar com seguranças

— Não posso passar mal por trabalho, por outros fatores posso?

— Isso.

— Obaa.

Eu disse animada, Goru me puxou para seu colo enquanto acaricia meus cabelos. Quando amanheceu, tomamos café nós fomos ao hospital.

— 3 vezes em uma semana? Ele está maltratando vocês? Me diga que eu chamo a polícia.

— Não é o que está pensando.

Goru respondeu, no entanto, sua resposta não agradou a Dra. Lilian que revirou os olhos em protesto.

— Ele não está nos maltratando, foi a ideia dele, vir ao médico para saber se está tudo bem com o bebê, devido ao mal-estar na madrugada de ontem.

— Porque está passando mal?

— Dilema com a minha família.

— Precisa de apoio psicólogo?

— Não, está tudo bem, Goru exagera na preocupação.

Dra. Lilia fez ultrassom, para se certificar se meu filho está bem. O resultado foi maravilhoso meu filho está bem.

— Não é saudável passar mal durante a gestação, seu corpo não vai aguentar por muito tempo esses mal-estar e poderá ter uma gravidez de risco.

— Não voltará acontecer.

— Espero ver vocês no próximo mês.

Esse comentário me fez corar. Depois de sairmos da clínica, eu disse:

— Eu quero tomar sorvete.

— Conheço um lugar.

Ele me levou para uma sorveteria, japonesa, pedi dois duplos mistos com adicionais e tudo mais.

— Isso é muito bom.

Comentei enquanto andávamos pela calçada, entramos na boate, ainda está vazia a esta hora do dia, mas ele me fez subir os degraus das escadas e seguimos o corredor dos escritórios, a deles fica fora da boate, é separado.

— Oi boneca rosa.

Comentou Naruto, ao invés de parar ele seguiu seu caminho deixando um clima estranho entre irmãos.

— Aonde fica o banheiro?

Eu comentei.

Goru me levou para uma sala, em seguida indicou o banheiro, coloquei a taça de sorvete na mesa e corri até lá. Depois de lavar as mãos sai do banheiro, só então vi que estou na sala do Goru. Há uma foto dele com seus irmãos na sua mesa, um Macbook, uma das suas paredes está coberta de armas de diferente tipo. Tirando isso, ela é tão fria e solitária.

Abro a porta e saio, o corredor está vazio e o silencio reina. Isso é assustador.

— Vamos.

Quase levei um susto quando ouvi sua voz atrás de mim, ele não fez nenhum barulho com a sola dos seus sapatos.

— Aonde esteve?

— Na sala do meu irmão, ele está ocupado não consegui conversar com ele.

— Vocês são muito ligados.

— Sim, vamos procurar uma loja para alugar.

Goru disse para mim, quando entramos no carro ele questionou:

— Tem alguma informação sobre onde deseja montar um atelier?

— Infelizmente ainda não achei um lugar perfeito.

Goru acenou enquanto se concentra no telefone, saímos de um shop para o outros, todos deveriam estar a pouca distância de casa e do hospital. Depois de longas horas, achei um galpão, a localização é perfeita.

— Aqui, um andar passeio livre.

Eu afirmei satisfeita com a visão.

— Tem certeza? Vai dar muito trabalho para fazer manutenção disso.

— Dinheiro não é problema para meu marido.

Sorri e entremos para conversar com o proprietário.

— Estou vendendo não alugando.

— Tudo bem.

Goru respondeu.

— Documentos para formalizar a transferência dos bens.

Olhei para Goru, todos meus documentos estão em casa dos meus pais. Goru abriu a carteira e tirou seu documento e entregou ao senhorio. Depois das copias faltava a transferência do valor. Por isso combinaram outro dia para oficializar.

— Eu não tenho documentos.

— Naruto está cuidando disso, em breve terá todos eles.

— Obrigada.

— Disponha, preciso trabalhar, volto de madrugada.

— Claro. Até logo.

Eu disse dando-lhe um beijo antes dele descer do carro.

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