POV AMÉLIA.Ele estava sentado de frente para mim e me olhava fixamente como um predador, observando e analisando sua presa. Seu olhar sobre mim era frio e cruel, me causando arrepios nada bons pelo meu corpo.— Quero lhe explicar como será de agora em diante. Agora que você sabe o que sou, não preciso fingir. — Ele falou se referindo ao que vi na floresta. Eu nem sabia se o que vi na floresta era real.— Não entendendo o que você está falando. — Falei, me enchendo de coragem, me fazendo de desentendida. Eu não posso ser dominada pelo medo agora, tenho quatro filhos para proteger.— Você não está entendendo? Você não se lembra o que aconteceu na floresta antes de desmaiar? — Perguntou e parecia impaciente. Esse ser sempre estava de mau-humor.— Não me lembro, minha memória está confusa, não consigo me recordar de nada. Só lembro de encontrar quatro lobos e acordar aqui. — Eu disse mentindo descaradamente. Ele se levantou e se aproximou, ficando bem perto da cama. Eu me recuei por inst
POV MAGNOS.Essa humana acha que tem poder de escolha. Terei que a ensinar seu lugar na minha vida e nessa alcateia. Eu a olhava e sentia o cheiro maravilhoso do seu medo. Não entendia como podia sentir seu medo, mas não sua essência única. Se eu pudesse, facilitaria muito, pois seria impossível para Amélia se esconder de mim. Preciso manter essa humana aonde eu possa ver. Amélia tem uma arma poderosa contra mim, sua falta de cheiro. Pensava enquanto deixava o quarto de Amélia e me dirigia até Hélio, que estava no corredor me aguardando.— Ela não pode desconfiar que ninguém aqui consegue sentir seu cheiro. Se ela souber que pode ficar imperceptível ao nosso olfato, tentará fugir. — Comentou Cosmo em minha mente.— Manteremos vigilância constante sob Amélia. E proibirei que qualquer um lhe diga que ela não tem cheiro. — Falei.— Magnos sei que não gosta de bruxas, feiticeiros, magos, elementais ou qualquer um que usa magia. Mas precisamos consultar um desses seres de confiança do cons
POV AMÉLIA.Quando Magnos saiu, eu ainda tremia de medo. Ouvir sua risada sinistra me fez sentir um medo que nunca senti antes. Senti uma grande vontade de sair correndo para salvar minha vida. Mas estou infelizmente com meu pé direito imobilizado. Então só me restou me encolher e aguentar sua áurea esmagadora e tenebrosa. Sinto medo desse ser até a minha alma. Mas tenho que superar esse medo pelo bem dos meus filhos.Estou numa situação delicada aqui e, como Magnos fez o favor de deixar bem claro, que não tenho escolha. Meus pensamentos e sentimentos estão uma bagunça. Como posso acreditar nesse absurdo que Magnos me contou? Mas como não acreditar no que meus olhos me mostraram?Preciso ter certeza de que meus bebês estão bem. Não sei como meus filhos nascerão, se terão pelos, orelhas pontudas ou focinho de lobo. Devo admitir que isso me preocupa. Mas não deixarei de amá-los se nascerem diferentes. O que mais me preocupa é o fato de Magnos querer tirá-los de mim. Não posso permitir i
POV MAGNOS.Eu aguardava sentado no corredor enquanto Hélio resolvia tudo para a alta de Amélia. De repente ouço Hélio me chamando através da ligação mental. Será que aconteceu alguma coisa com Amélia? Pensei.— O que aconteceu? — Perguntei.— Não aconteceu nada, alfa. — Respondeu. Suspirei aliviado.— Então, por que está me chamando em vez de agilizar a alta da humana? — Perguntei, impaciente por ter que ficar sentado aqui esperando. Tenho muitos afazeres, sou um alfa muito ocupado.— Perdoe, alfa. Vim pedir permissão para falar sobre a doença para Amélia. — Falou apressado.— Por que quer contar para ela? — Perguntei.— Amélia perguntou porque ela e os filhotes são a esperança da alcateia. Acho que seria bom ela saber, não sabemos se os filhotes serão afetados e Amélia é uma médica geneticista. Pode nos ajudar. — Explicou Hélio. Pensei que não haveria problema em Amélia ficar sabendo. Antes de dar minha permissão, eu tive uma ideia para começar a punição daquela humana irritante.—
POV AMÉLIA.Depois que Hélio saiu, eu fiquei pensativa. Eu estava desesperada com essas descobertas. Saber que tem uma doença que pode afetar meus bebês me deixou muito mais em desespero do que saber que esses lobisomens comem carne humana. Eu senti medo por um momento. Mas, de acordo com aquele médico traidor, eu sou preciosa para todos aqui. Então, por hora, não tenho que me preocupar em virar comida. Magnos não deixará que me toquem. Mas que mundo complicado, vim parar. Não queria ajudar essas bestas sanguinárias, mas infelizmente tem cinquenta por cento ou mais de chance de meus filhos serem como o pai e poderem se transformar em lobisomens.Eu não estou dizendo que acredito que aquele infeliz é pai de meus filhos. Só estou supondo. Pelos meus filhos, ajudarei a descobrir uma cura.De repente, ouvi um rosnado e me assustei, dei um pulo na cama. Virei a cabeça na direção na qual o rosnado veio e me deparei com aquele infeliz me olhando de perto com aquele olhar que fazia minha al
POV AMÉLIA.Essa Cecília me parece gentil, mas não devo acreditar em sorriso e palavras bonitas. Devo lembrar que ela é irmã desse ogro e que estou no meio de um bando de lobisomens sanguinários que odeiam humanos. Acho melhor continuar fingindo ser obediente para sobreviver nesse lugar e tornar minha estadia aqui agradável.— Olá! Sou Amélia Carter. — Me apresentei, sendo educada.— Eu sei. Como está se sentindo? — Perguntou Cecília entusiasmada.— Me sinto bem. Só meu pé que dói um pouco. — Respondi.— Entendo. Você foi muito imprudente em fugir e correr por uma floresta desconhecida. Seu pé demorará a se curar. Não aja mais com imprudência. — Advertiu Cecília. Esse ser está me dando uma bronca. Quem ela pensa que é?— O desespero nos leva a agir sem pensar nas consequências. Uma pessoa com medo fará tudo para fugir do que lhe causa esse sentimento. E uma mãe mata e morre por seus filhos. — Falei firme e tranquila.— Sim, você está certa. Não queria te ofender. — Falou Cecília.— Vo
POV MAGNOS.Eu observava atentamente a conversa que minha irmã e Amélia estavam tendo. Percebi que aquela humana não sabia ser submissa. E respondia à minha irmã sem medo e com uma certa petulância. Já prevejo essa infeliz causando confusão pela minha alcateia. O estômago de Amélia roncou alto e ela ficou um pouco com vergonha. — Magnos está esperando o que para alimentar nossos filhotes. Amélia não come há dias. Aquela água que vocês estavam dando na veia dela não nutrirá meus filhotes. Eles precisam de proteína para se desenvolverem forte. — Disse Cosmo me chamando atenção.Ele está cada dia mais exigente em relação aos filhotes. Mas ele está certo, devo alimentar Amélia pelo bem dos meus filhotes. Eu me aproximei dela e a envolvi em meus braços a fim de carregá-la até a mesa. Mas Amélia envolveu seus braços em volta do meu pescoço, me deixando desconfortável e rígido. Ela se manteve firme, agarrada ao meu pescoço. Tive vontade de arrancar seus braços e jogá-la longe.— Não ouse fa
POV MAGNOS.Aquele cheiro desagradável entrava por meu olfato sensível e fazia minha cabeça doer.— Pare de reclamar, que a culpa é sua. Amélia disse estar enjoada e que precisava ir ao banheiro. Você não deixou. — Falou Cosmo em minha cabeça, nada contente.— Pensei que ela estava fingindo para não comer. — Falei.— Agora temos que ficar sentindo esse cheiro horrível. Na próxima vez que Amélia disser que está enjoada, leve-a imediatamente para o banheiro. Agora, deixarei você resolver esse assunto. Pois, esse cheiro é demais para mim. — Falou Cosmo e fugiu para a parte mais profunda da minha mente. Traidor me deixou sozinho.Olhei para Amélia que se levantava e limpava sua boca com o guardanapo. Eu queria arrancar sua pele fora. Mas, ao olhar seu rosto pálido e sua expressão sofrida. Senti preocupação.Me virei para minha irmã que tinha uma expressão de nojo e tampava o nariz tentando não sentir o cheiro. Tenho certeza se ela pudesse estaria a quilômetros daqui, mas minha irmã não ti