O avião fez um som abafado ao aterrissar em Mykonos. Dois carros do tipo sedan preto estavam esperando por eles no hangar. Malena recebeu as chaves de ambos e jogou um conjunto para iniciar um deles para Alessandro.-Eu tenho outro trabalho para você. -Ela se aproximou de seu marido e colocou a outra chave em sua mão. Eu me lembrei porque o nome Valkos vinha me assombrando.Ela lhe mostrou a tábua e o relatório de uma das instituições mais odiadas em Mykonos.-Isto foi há dois meses, não tenho certeza se ainda está lá, mas você tem que fazer o que puder para encontrá-lo", perguntou ele. Sei que estamos no meio da noite, mas isto não pode esperar.Angelo sorriu maliciosamente e a puxou para dentro para um beijo profundo nos lábios. Ele amava esta mulher em pedaços, amava sua força, sua fortaleza, sua capacidade de reagir às situações mais difíceis e, acima de tudo, amava sua vontade de seguir seu coração, não importando o custo.-Honey, eu sei que não tivemos muitas oportunidades para
"Meu Deus, ela não está morta".Era tudo o que ela podia pensar ao se empurrar para fora da água. As arestas afiadas das rochas cortaram a palma de suas mãos na pressa, mas ela não se importou, pois seus olhos e seu coração repousaram naquele corpo lívido, descansando a menos de dois metros de distância.-Gaia! -Devolveu-a, deitando-a de costas, e procurou desesperadamente por qualquer sinal de vida.Parecia um milagre que ela ainda respirava, mas seu pulso estava tão fraco que mal conseguia senti-lo. Um gotejamento de sangue escorria de seu ombro direito, do que ele identificou como um ferimento de bala. Não era muito grande, mas era firme, e Alessandro arrancou um pedaço de sua camisa para fazer um curativo improvisado, embora a partir da posição da ferida parecesse totalmente impossível que o sangramento pudesse ser parado com um simples curativo.-Gaia, amor. Acorde. -Deu-lhe um tapinha no rosto suavemente, mas obteve pouca resposta. Uma longa mancha roxa esticada através da linh
O golpe na nuca o derrubou de joelhos, mas a besta que o atingiu, derrubando-o no chão e batendo-o quase inconsciente, foi uma surpresa terrível com a qual Leandro não tinha contado. Durante algumas horas ele havia notado movimento fora de casa, e havia se aproximado, de arma em punho, acreditando que seria mais do que suficiente para subjugar três pessoas desarmadas e uma moribunda. O que ele não sabia era que, com ou sem arma, Malena era uma arma por direito próprio, e uma arma muito zangada com isso.-Não... você... ouse... você... maldito... bastardo... machucar... minha família! -Muita pausa foi um golpe.Angelo levantou uma sobrancelha ao vê-la descer sobre o homem com a força de um vulcão em erupção, embora tivessem passado por momentos difíceis, nunca se viram necessitados de que a colombiana fizesse uma demonstração completa de suas habilidades militares. Ao assistir ao seu ataque, Angelo tinha despertado estranhamente, e Alessandro ficou tão atordoado que não pôde fazer na
Gaia permitiu que Angelo levasse Leo novamente enquanto Alessandro a elevava para a traseira de um dos carros. Ela nem sequer olhou para trás para o corpo manquejado que estava sobre a grama, manchando-a de vermelho. Os italianos sentaram-se ao seu lado, abraçando-a, e esperaram exatamente quinze minutos para que Malena e Angelo aparecessem. Gaia não perguntou, ela não queria saber, ela apenas sentou-se ao lado de seu pequeno, sentindo uma paz imensa em seu coração.A única coisa que faltava para que essa paz fosse completa era ver Leônidas Voulgaris novamente.Malena subiu ao volante com uma cara sem expressão enquanto Angelo tomava conta do outro carro e eles se comunicavam através do alto-falante de seus telefones celulares.-Você já tem o endereço?-Sim, o hospital mais próximo fica a meia hora de carro", disse Angelo.-Temos que fazer outra parada primeiro.A voz de Gaia fez Malena e Alessandro virarem a cabeça para olhar para ela.-Amor, você está ferido, você precisa de tratame
-Eu não deveria tê-la deixado! -Eu não deveria tê-la deixado ir àquela casa para fazer nada! Eu deveria tê-la levado diretamente ao hospital!-Alessandro, não se repreenda, você não vai ganhar nada com isso. -Malena lhe deu uma palmadinha nas costas tentando confortá-lo, mas parecia que as palavras não conseguiam mantê-lo quieto por mais de dois segundos. Seu desespero crescia a cada minuto que passava sem conhecer a condição de Gaia.-Mas ela foi ferida! E eu a deixei fazer sua santa vontade, como sempre!- Sua santa vontade era ver seu pai antes de morrer", repreendeu Angelo, "você não podia detê-la nem mesmo com um esquadrão de carabinieri.Alessandro parou sua marcha forçada por um momento.-Você ouviu ela chamá-lo de "papai" também, não ouviu? -Disse ele em um sussurro de cúmplice, como se tentasse não parecer muito louco.-Sim, eu a ouvi", garantiu Angelo, "Mas não vamos conhecer o verdadeiro coração da questão até que Gaia acorde, então não se arrebente tentando descobrir como
Gaia tentou abrir os olhos, mas parecia muito difícil. Seu corpo estava entorpecido, cansado, como se tivesse tido um longo dia de exercícios pesados. Ela tentou reconhecer qual parte de seu corpo obedeceu ao seu melhor, mexeu um pouco os dedos, as mãos, sentiu a suavidade da folha de seda e uma picada no nariz. A luz estava baixa e não incomodava suas pálpebras, ela procurava um ponto de referência e o nevoeiro ao seu redor parecia limpar pouco a pouco.Ela reconheceu imediatamente o quarto onde estava, o apartamento em Roma, Alessandro... Teria tudo sido um sonho? Teria ela adormecido e aquela viagem a Mykonos, Leandro, a morte de Leônidas... Teria tudo sido um pesadelo horrível que agitava sua memória? Ela teria gostado que assim fosse, mas enquanto se agitava, uma dor aguda no ombro a despertava totalmente acordada.Em seu pulso direito foi conectado um soro fisiológico, cujo saco estava quase vazio sobre a cabeça da cama. Ela puxou lentamente o lençol que a cobria e ficou tranqüi
-O meu nome é realmente Gaia Valkos", ela começou a dizer, mas uma mão delicada apertada no dela a fez parar.-Filha, você não tem que nos dizer", assegurou Dona Alba calorosamente.-Eu sei, mas eu quero. Há muitas coisas que ainda estão em uma névoa, e sinto que se lhes disser posso me lembrar melhor delas", murmurou ela, seu peito apertando. Além disso... com os parentes que tenho, acho que não acabou, e devo muito a vocês para não lhes dizer o que estão enfrentando se decidirem me acolher em sua família.Seu olhar procurou o de Alessandro, mas encontrou nele apenas conforto.-Vocês são bem-vindos para dizer o que quiserem, mas já fazem parte desta família e acreditem, será preciso muito mais do que o que aconteceu para assustar os Di Sávallo.-Even se for esse o caso, eu preferia que eles soubessem toda a verdade", insistiu ela.Todos eles acenaram com a cabeça, se era o que ela precisava, então eles estavam dispostos a ouvir. No final, eles também tinham suas histórias, algumas ma
-Você quer que eu o carregue?Ele queria carregá-la sem pedir, mas sabia que ela ainda estava entorpecida por dias de inconsciência e pelo menos alguns passos até o quarto fariam bem à sua circulação sanguínea. A resposta foi exatamente o que ele esperava.-Não, querida. Apenas me ajude a chegar lá sem dar-lhe um beijinho no chão.Alessandro sorriu calorosamente, escorregou um braço em volta da cintura e a levou ao seu quarto, passando primeiro pelo quarto onde Leo dormiu. Gaia sabia que ele estava bem, mas ela sentiu tanta falta dele, estava tão preocupada, sentiu tanta dor quando pensou que ele nunca mais estaria com ela, que ela só queria vê-lo a cada momento.A família havia saído quase à meia-noite, mas Gaia não conseguiu manter a calma apesar de seu cansaço. Ela não queria dormir, só para estar ao lado de Alessandro, agarrada ao seu corpo como uma linha de vida.Alessandro a ajudou a deitar-se na cama enquanto a observava deitada frustrada.-Dói? -Ela se inquieta.-Não, não é is