Estou prestes a levantar da mesa para me despedir, quando sinto a presença de alguém, não preciso olhar para saber quem é, meu corpo não reage assim a outro que não seja ele. Fico tensa e arrumo minha postura instantaneamente, fazendo com que Cláudio junte as sobrancelhas em sinal de dúvida.
- Parece que o papo está realmente bom, não? – Ouço a voz de Enrico.
- Sim, está realmente ótimo. – Cláudio responde e o olha sério. – Quem é você?
- Enrico Garibaldi e você? – Estende a mão para ele que se levanta e cumprimenta, enquanto eu ainda não levantei meu olhar.
- O dono dos hotéis? – Não ouço som, então posso supor que o homem ao meu lado balança a cabeça em sinal afirmativo. – So
Minha vida definitivamente é uma merda, só pode, já não basta ter que ser o padrinho de um dos gêmeos junto com ela, ainda tenho que participar da festa de batizado vendo-a sorrir para todos em um maiô que ela jura que é comportado, inferno! Estamos todos curtindo a tarde de domingo na casa de meu amigo Olavo, porém, não consigo ficar quieto e estou correndo dela como um adolescente que corre da mãe quando faz besteira. Olho para o lado e parece que não sou o único sem companhia, a senhorinha mais desbocada e sincera que conheço olha para todos com o semblante contemplativo, resolvo me aproximar.- Planejando alguma coisa, minha senhora? – Falo quando estou próximo
Já se passaram meses desde que encontrei Olavo na cafeteria. A correria com os preparativos do batizado dos gêmeos e a administração do escritório ocuparam todos os meus pensamentos, deixando Enrico em um lugar escondido da minha mente, reservado apenas para meus instantes sozinha, dentro do meu quarto e entre as cobertas, quando dou vazão a meus desejos, usando um vibrador que comprei em um sex shop, próximo ao escritório. Sua presença, deixou de ser uma constante em minha vida, fazendo-me, às vezes duvidar que tenha acontecido tudo. Mas, nas raras vezes que ele comparece a alguma reunião promovida, por algum de nossos amigos, seu olhar queima em minha direção, dando-me a certeza de que não imaginei. 
Rodamos por muito tempo, acredito que mais ou menos uma hora. Sou mantida entre dois homens no banco de trás. Assim que entrei, colocaram um pano preto em minha cabeça, algemaram minhas mãos juntas na frente do corpo e me mandaram ficar quieta. Estou assustada, porém, não deixei que percebessem o quanto, estou tremendo bastante, isso não pude disfarçar, mas as lágrimas, consegui segurar, assim como não fiz nenhum barulho ou dei ataque de histeria.Permaneci quieta e alerta para todos os sons ao meu redor, então entendi que seguimos por uma estrada esburacada e disforme, levando-me a entender que não estamos mais na cidade, e sim em uma região afastada.Paramos finalmente e eles descem, me puxando de qualquer jeito, só então percebo qu
Sem acreditar no que ocorreu, caio deitada na cama com os olhos fechados. Em quê eu fui me meter? Que porcaria toda é essa? E, pior ainda, que história maluca é essa de irmãos? Incontáveis teorias passam por minha cabeça, até que um tremido em meus seios chama a minha atenção. Olho para baixo e percebo que é meu celular, que toca. E como estou usando uma camisa de botões, com apenas dois soltos, percebo que o aparelho passou despercebido para todos. Tenho a mania, quando saio na rua, de colocá-lo, no sutiã, caso seja atacada e hoje não foi diferente. Dou uma olhada ao meu redor, procurando qualquer vestígio de que esteja sendo monitorada por câmeras, mas co
Vou ao banheiro, pois minha bexiga está realmente cheia, faço minhas necessidades, lavo as mãos e quando me sento novamente na cama, ouço a chave na fechadura. A porta se abre para revelar um Cláudio vestido casualmente com camiseta branca de mangas compridas, calça jeans e tênis pretos.- Vejo que repousou. – Fala colocando as mãos nos bolsos.- Você me drogou?- Apenas um remedinho para deixá-la mais calma.- Não tinha necessidade, não tentaria fugir. – Olho-o seriamente. – Não sei nem onde estou.- Sua calma é impressionante. – Me analisa passando a mão no queixo – meus homens, inclusive, ficaram impressionados, você não chorou, não deu crise.- Iria adiantar? – Dou de ombros. – Aprendi na vida que não s
São quase 5 meses sem dormir com mulher nenhuma. Fiquei um tempo sem ninguém, mas quando percebi que não seria possível termos uma relação, tive algumas noites com mulheres pagas para isso. Fechava os olhos e pensava na minha flor. Escolhia as profissionais pois, assim, não precisaria dedicar tempo para conquistar. Mas, nos últimos meses voltei a ficar na fossa. A verdade é que desde que pus minha boca na de Thaynara, não consegui mais pensar em outra, nem mesmo uma leve ereção acontece sem que seja ela a estar em meus pensamentos. Isso é assustador, porém, vou seguindo a vida, vendo onde isso vai dar. Danila vem se mostrando cada vez mais insistente, se insinuando, dando ind
Fico parado olhando para meu amigo, sem entender nada do que ele fala, a única coisa que entra em minha mente é que alguém a levou e que meu amigo a ama, pois seu desespero é sincero. Uma dor toma conta do meu peito e fico até sem ar. Eu não a tive, não a terei por que deixei espaço e meu amigo se aproximou, ele a ama e eu nunca tocaria na mulher de um amigo. Por outro lado, ele sabia o tempo todo que eu tinha interesse nela e não teve a mesma consideração. Mas, eu o entendo, ela é maravilhosa.- Que porra, Enrico, estou falando com você. – Volto ao presente com seu grito.- Eu estava longe. – Olho-o desamparado – Você a ama?- Claro que sim. – Ele mal termina e me lanço em sua direção
Ouvir que ela disse a ele que o ama, fez meu coração parar uma batida, pois com certeza eu queria ser para quem ela diz essas palavras. Não sei de onde surgiu esses pensamentos, mas percebo que a quero em minha vida, quero-a como minha e foi preciso um sequestro para que caísse em mim.- Esse nome faz alguma diferença para você? – O amigo dela pergunta a Raphael.- Para mim não, vou ter que investigar.- Eu sei quem é. – Eles me olham, esperando uma explicação. – Cláudio Peçanha, fez um evento de lançamento de uma cerveja artesanal a uns 4 meses no salão principal do hotel.- É um dos nossos clientes. – Carol se manifesta.- Sim, eles tiveram uma reunião no café que fica na esquina, no dia em que ela veio trazer o contrato referente a reforma da fac