- Agora chegamos ao cerne da questão, estou certo?
- Virou psicólogo, agora?
- Não, mas sei reconhecer quando um amigo precisa de mim.
- Obrigado! – Agradeço, pois sei que se fosse ao contrário, eu faria o mesmo.
- Não quero sua gratidão, quero saber por que você acha que o fato de não ter sentido remorso ao tirar a vida de Daniel, seria um empecilho para ir atrás da Thaynara.
- Porra cara. – Levanto-me e passo as mãos no rosto, deixando-as cruzadas na nuca. – Eu não posso corromper a pureza dela, não posso trazê-la para a bagunça que sou. Não tenho nada a oferecer, e disse isso a ela.
- Como ela reagiu?
- Me mandou para o inferno. – Olho desalentado para ele.
- Bom. – Sorri amplamente. – Não me enganei com ela.
- Como assim?
- O que, exatamente, você disse
Ouço a voz de Amanda, porém, meu olhar está fixo na morena a minha frente, com meu coração galopando dentro do peito devido a saudade que sinto dela, pois não sei qual foi a última vez que a vi.- Acho que cheguei em uma má hora. – Sua voz sai apenas um sussurro e finalmente saio do transe me afastando de Danila, ao mesmo tempo em que ela se vira e sai. Sem pensar, saio correndo atrás dela, pegando seu braço antes de ela entrar no elevador.- O que veio fazer aqui, Thaynara? – Quando a frase sai da minha boca, sei que fiz merda.- Vim entregar alguns papéis que a Nat pediu, sobre a fachada do hotel. –Retira uma pasta de sua bolsa e a bate em meu peito, que eu seguro por reflexo. – São um complemento para a reforma que você adiou a mais d
Saio do hotel com passos firmes e decididos, meu ódio por aquele imbecil é extremo. Como que pode um homem ser tão estúpido, sem fazer esforço? Como se eu não tivesse mais o que fazer, do que sair por aí arrumando formas de me encontrar com ele, como se eu não tivesse evitado sua presença em todos os momentos dos últimos meses, sempre procurando uma forma de me esquivar dos compromissos na casa da minha amiga Carol. E mesmo assim, percebo que foi inútil, uma vez que meu coração parece que vai sair pela boca e minhas pernas estão bambas, com o cheiro que ficou em meu nariz, bem como a sensação de seus dedos em minha pele. Ando até o café que fica na
Estou prestes a levantar da mesa para me despedir, quando sinto a presença de alguém, não preciso olhar para saber quem é, meu corpo não reage assim a outro que não seja ele. Fico tensa e arrumo minha postura instantaneamente, fazendo com que Cláudio junte as sobrancelhas em sinal de dúvida.- Parece que o papo está realmente bom, não? – Ouço a voz de Enrico.- Sim, está realmente ótimo. – Cláudio responde e o olha sério. – Quem é você?- Enrico Garibaldi e você? – Estende a mão para ele que se levanta e cumprimenta, enquanto eu ainda não levantei meu olhar.- O dono dos hotéis? – Não ouço som, então posso supor que o homem ao meu lado balança a cabeça em sinal afirmativo. – So
Minha vida definitivamente é uma merda, só pode, já não basta ter que ser o padrinho de um dos gêmeos junto com ela, ainda tenho que participar da festa de batizado vendo-a sorrir para todos em um maiô que ela jura que é comportado, inferno! Estamos todos curtindo a tarde de domingo na casa de meu amigo Olavo, porém, não consigo ficar quieto e estou correndo dela como um adolescente que corre da mãe quando faz besteira. Olho para o lado e parece que não sou o único sem companhia, a senhorinha mais desbocada e sincera que conheço olha para todos com o semblante contemplativo, resolvo me aproximar.- Planejando alguma coisa, minha senhora? – Falo quando estou próximo
Já se passaram meses desde que encontrei Olavo na cafeteria. A correria com os preparativos do batizado dos gêmeos e a administração do escritório ocuparam todos os meus pensamentos, deixando Enrico em um lugar escondido da minha mente, reservado apenas para meus instantes sozinha, dentro do meu quarto e entre as cobertas, quando dou vazão a meus desejos, usando um vibrador que comprei em um sex shop, próximo ao escritório. Sua presença, deixou de ser uma constante em minha vida, fazendo-me, às vezes duvidar que tenha acontecido tudo. Mas, nas raras vezes que ele comparece a alguma reunião promovida, por algum de nossos amigos, seu olhar queima em minha direção, dando-me a certeza de que não imaginei. 
Rodamos por muito tempo, acredito que mais ou menos uma hora. Sou mantida entre dois homens no banco de trás. Assim que entrei, colocaram um pano preto em minha cabeça, algemaram minhas mãos juntas na frente do corpo e me mandaram ficar quieta. Estou assustada, porém, não deixei que percebessem o quanto, estou tremendo bastante, isso não pude disfarçar, mas as lágrimas, consegui segurar, assim como não fiz nenhum barulho ou dei ataque de histeria.Permaneci quieta e alerta para todos os sons ao meu redor, então entendi que seguimos por uma estrada esburacada e disforme, levando-me a entender que não estamos mais na cidade, e sim em uma região afastada.Paramos finalmente e eles descem, me puxando de qualquer jeito, só então percebo qu
Sem acreditar no que ocorreu, caio deitada na cama com os olhos fechados. Em quê eu fui me meter? Que porcaria toda é essa? E, pior ainda, que história maluca é essa de irmãos? Incontáveis teorias passam por minha cabeça, até que um tremido em meus seios chama a minha atenção. Olho para baixo e percebo que é meu celular, que toca. E como estou usando uma camisa de botões, com apenas dois soltos, percebo que o aparelho passou despercebido para todos. Tenho a mania, quando saio na rua, de colocá-lo, no sutiã, caso seja atacada e hoje não foi diferente. Dou uma olhada ao meu redor, procurando qualquer vestígio de que esteja sendo monitorada por câmeras, mas co
Vou ao banheiro, pois minha bexiga está realmente cheia, faço minhas necessidades, lavo as mãos e quando me sento novamente na cama, ouço a chave na fechadura. A porta se abre para revelar um Cláudio vestido casualmente com camiseta branca de mangas compridas, calça jeans e tênis pretos.- Vejo que repousou. – Fala colocando as mãos nos bolsos.- Você me drogou?- Apenas um remedinho para deixá-la mais calma.- Não tinha necessidade, não tentaria fugir. – Olho-o seriamente. – Não sei nem onde estou.- Sua calma é impressionante. – Me analisa passando a mão no queixo – meus homens, inclusive, ficaram impressionados, você não chorou, não deu crise.- Iria adiantar? – Dou de ombros. – Aprendi na vida que não s