❀ Capítulo 07 ❀
Tempo livre para fazer o que quiser com ele era algo capaz de fazer Benent Nah sorrir, mas estava com tantas dores pelo corpo que não conseguiu. Ainda assim, sentiu animação: era senão a primeira vez, desde que podia se lembrar, de que tinha autorização oficial para sair da Ala Norte e perambular livremente pela cidade.
Era de seu maior interesse ser capaz de conhecer tudo o que apenas leu em livros. Imaginando ser esse o caso, conhecedor de sua história, Kiadorov Ras logo se propôs:
— Querido cunhado, Benent
❀Capítulo 08❀— Vamos logo, Su-Nah, ou nos atrasaremos para o primeiro dia no Pontífice! — Benent Ji estava com os cabelos volumosos presos em um rabo de cavalo ornamentado por uma presilha de ouro.O uniforme cinzento era obrigatório para a semana de doutrinação. Cobria as vestes internas azuis bordadas com fios de prata. Segurava as escrituras em dobro pelos braços, pois queria ajudar o irmão, porém, se irritava fácil quando as coisas saiam de seu controle e Benent Nah estava mais lento que o normal.Benent Nah par
❀Capítulo 09❀Era realmente muito difícil para uma pessoa aprender a ler e escrever a complexa caligrafia dos símbolos da Flor Mística. Ainda assim, todos os alunos entregaram as escrituras antes do almoço e puderam se dirigir para o refeitório.Benent Nah sentia os dedos doerem e pegou de suas vestes a latinha pintada à mão azul e com flores vermelhas, em que havia mais um pouco de pasta de Dama do Despenhadeiro. O cheiro suave chamou a atenção de Cnoll Brum:
❀Capítulo 10❀O pátio a céu aberto abrigou todos os discípulos do Pontífice para treinar os movimentos de artes marciais. Eram técnicas mistas, braços que moldavam o vento, pernas que acionavam o chão e até giros para o fogo e para a água. O professor não pegou leve, ensinando a coreografia e exigindo agilidade.Mãos para cima erguiam a neve do chão, mãos para baixo faziam o vento ondular o vestido cinzento dos discípulos. Um pulo ou dois fazia o chão vibrar e até as árvores ficarem mais floridas, enquanto o giro esqu
❀Capítulo 11❀O belo ruivo de olhos ardentes, Jesade Vor, tinha se agrupado com um de seus irmãos: Jesade Jal, e um dos herdeiros do clã das areias, Cnoll Lux. Essas três pessoas eram como fogo na palha, que se espalha rapidamente e queimam os campos de flores em segundos.Separados, talvez fossem pessoas neutras, nem boas nem más, apenas reagindo conforme as dores e alegrias em seus corações, mas unidos, eram uma bomba prestes a explodir.Apesar de terem quase a mesma idade, Jesade Jal não ousava competir com o primeiro filho e tamb&ea
❀Capítulo 12❀Xelmor Zuni-Puna avaliava orgulhoso uma das esculturas de madeira, pedra e vidro, quando discípulos do Pontífice vieram correndo:— Mestre! Mestre! Estão brigando do outro lado do morro! — Os alunos de vestes cinzentas vinham esbaforidos.O idoso franziu o cenho, mas apressou os passos. Conforme passava pelas áreas, os discípulos se uniram. Chegaram aos pés do morro, na última área de estudo, onde a cena que se desenrolava era de doer os olhos.Xelmor
❀Capítulo 13❀Jasade Nian parou de andar. Flocos de neve caíram do céu tingindo seus cabelos vermelhos escuros. O coração estava acelerado, doendo, enquanto descia as escadas para a Ala Sudeste, em que ficavam os aposentos do Clã do Povo do Fogo.Levou os dedos para o meio da testa, franziu as sobrancelhas afiadas. O crânio latejou, como se estivesse prestes a explodir. A pontada lancinante mexia com seus sentidos e causava tontura.Segurou no corrimão de madeira das escadarias e perdeu o fôlego. Sentiu dor de estômago, enj&
❀Capítulo 14❀— O castigo foi encerrado. Estão dispensados. — O professor Xelmor Zuni-Puna avisou.Ao ouvir aquelas palavras todos desceram das espadas, mas Benent Nah foi o único que caiu sem forças na neve. Seu irmão pensou em socorrê-lo, mas para variar, Kiadorov Ras foi mais rápido.O navegante e príncipe de Cahyst não se importou com suas dores no pé. Ele era acostumado a castigos piores e seu velho professor não passava nem perto do Mestre
❀Capítulo 15❀O professor estava explicando sobre as pétalas da Flor Mística. Aquela aula teórica deixava todos com sono e especialmente aqueles que tinham ficado até de madrugada na enfermaria, sentiam vontade de dormir.— A Flor Mística, como vocês sabem, foi dada aos homens de presente pelos Deuses, mas há enfermidades que a atacam, mudam sua essência, como por exemplo a influência de demônios. Vou contar a vocês a triste história que relata o fim de Valevendra, uma cidade próspera onde hoje só restaram ruínas...