Anala fecha a porta com força e vira-se contemplando Joseph sentado em sua cama. Ela ainda não estava acreditando que caiu nessa armadilha tosca.
–Você... Você é insuportável, rei Joseph. Saia do meu quarto.–A loira olha para bandeja e sua barriga faz um barulho muito audível.–Saia!
Ele se levanta e anda até ela. Rapidamente coloca a garota em seus braços e depois deposita ela em cima da cama, bem perto da bandeja.
–Coma e pare de ser tão teimosa.–Ele ganha sua atenção.–Já pensou se saem falando por aí que a rainha de Ganilla é uma desnutrida? Que horror, Anala. Não queremos isso.
Anala arregala os olhos e imediatamente enfia um pedaço de bolo na boca. Joseph gargalha e ela revira os olhos. Logo cede à fome e começa a comer.
–Desculpe. Você sabe que não foi por mal, Ana...–Ele mexe em seus cabelos loiros.–Você é bem brava quando quer. Tenho medo.
–Deveria ter mesmo.–Bebe um pouco de suco.–Eu não vou ter meus esforços repassados para você, Jo
Shanti dá as costas e volta para arrumar o cabelo em frente ao espelho. Ela já tinha feito um curativo improvisado em sua testa, mas ainda doía.Denzel se levanta do chão e corre até perto dela. Ele procurou em cada canto do seu rosto mais algum vestígio de machucado a não ser o da testa. A ruiva observava, calada.–Eu... Eu tenho uma pasta que usamos nos ferimentos. Deve estar no meio das coisas que ainda não arrumei. Deixa eu procurar.E enquanto ele remexia em suas coisas, Shanti ficava apenas observando. Estava se questionando o porquê de estar gostando da forma preocupada que Denzel estava demonstrando. Ele parecia um louco procurando a tal pasta. Ela continuava refletindo e escovando os cabelos.–Achei!–Se aproxima dela.–Deixa eu colocar em você, por favor.Ela assente e então se vira para ficar frente a frente com o causador do seu estresse. Ele remove carinhosamente o curativo e começa
Joseph e Anala aproveitaram bastante o tempo que tinham. Visitaram o vinhedo particular e acabaram trazendo algumas garrafas para levarem na viagem.Conheceram um pouco dos moradores de lá, inclusive. Anala sempre muito simpática, conversando e acenando. Recebia diversos elogios e bajulações.Resolveram voltar caminhando e isso já era quase noite. Anala sorria de um acontecido recente e Joseph observava com atenção seu riso leve.–Por que tão sério?–Ela questiona.–Está com algum problema?–Não, não. Só... Acho bonito o seu sorriso.–Declara fazendo Anala desviar o olhar.–Você não curte elogios?–Não é isso. É que foi de surpresa. Não estava esperando.–Volta a fazer contato visual.–Obrigada, alteza.Voltaram para o castelo e foram de imediato tomar um banho. O clima estava ficando insuportavelmente frio novamente, mas seus corpos estavam suados do passeio. Anala arrumou-se e foi jantar com o rei.–Que tal tomarmos um pouco do vinho que t
Os dias se passaram e as mulheres de Anuã estavam felizes com a festa que estava sendo organizada. Na verdade, nem todas. Fatina era totalmente contra e sempre que podia aterrorizava as mulheres que participavam.As investidas de Fatina foram tão grandes que a ideia da exibição fez com o que os homens começassem a se questionar se era certo. O ciúme doentio que boa parte dos homens de Anuã sentiam era motivo até de matar.–Por que você permitiu essa festa, líder Denzel? Isso pode ser... incômodo.–Deixem as mulheres se ocuparem, irmãos. Nosso foco é outro e vocês sabem que é algo bem mais sério.Denzel começava a ficar preocupado com as insinuações de guerra. O líder do povo Yatú tinha sido visto na cachoeira com uma quantidade considerável de homens ao seu redor. Isso já era pra ser considerado uma ameaça, mas Denzel queria ir com toda cautela possível.–Era melhor emboscarmos todos eles, meu líder. O que você acha? Matamos os homens e usamos as
Kali se desprende do abraço dado em Charles e encara o jornal, totalmente envergonhada. Charles notou o desconforto na mulher e então resolveu amenizar.–Você foi incrível. Penso em convocar uma coletiva ou elaborarmos um pequeno evento para recebermos o calor do povo. Não sei se terão muitos, mas com certeza existem pessoas apoiando você.–Charles tinha um brilho surreal nos seus olhos.–O que acha?–Charles, espero que não me leve a mal...–Kali começa a caminhar afastando-se de perto do quarto de Ana e o homem a acompanha.–Mas por que você não se envolveu nisso antes? Por que agora, só depois de mim, você quer envolver seu nome nessa luta?–Eu deveria ter muita vergonha de falar isso, mas é a verdade, Kali. Sem apoio, você teme dar um passo tão grande assim.–Eles para no corredor.–Sozinho eu não faria barulho o suficiente. Meu pai quer que eu seja sua cópia fiel quando assumir o trono. Minha mãe quer que eu seja a marionete perfeita dela e o William... Bom, o Willi
A cabeça de Anala doía muito e abrir os olhos foi quase uma missão impossível. Qualquer claridade incomodava seu processo de enxergar gradativamente.Olhou em volta e percebeu que estava no hospital. Tudo era visto em câmera lenta e ele solta um gemido ao tocar em sua cabeça.–Ai, droga!–Que feio...–Joseph surge no campo de visão dela.–Uma rainha tão linda xingando assim. Como você está?–Eu quero saber como o cocheiro está. Ele está bem? Precisa de alguma ajuda? Ele tem família?–Anala, calma!–O rei segura nos ombros da sua rainha.–Ele está fora de perigo. Não queriam matá-lo. Isso foi como um aviso.–Que tipo de aviso, Joseph?–Alguém quer dizer que está de olho em você e para ter provocado esse tipo de acidente não é com bons olhos.***Anala senta na beira da cama com muito esforço e é ajudada a se ajeitar por Rita. Estava ali
A família de Pauline nunca ligou muito para ela. Mesmo sabendo que era rainha, não eram de visitá-la ou mandar correspondência. Pauline nem amigas tinha. Se possuía, não passavam de duas.Eu ainda não sabia o que fazer. Mas tinha que pensar e logo. A barriga dela começaria a crescer e os eventos em que ela precisaria comparecer iriam surgir.Tive a brilhante ideia de dizer que ela estava em sofrimento mental e que iria para uma casa de repouso. Fiz Pauline comprar a ideia ameaçando seu amado. Me doía inteiro ver que só em mencionar seu nome ela cedia em tudo. Protegia-o como podia.–Eu não acredito que foi tão fácil pra você me esquecer, Pauline... Olha essa barriga... Era pra ser nosso.–Você está doente, Joseph. Por favor... Me deixa ir pra junto dele. Me deixa criar meu bebê com o pai. Não faz isso comigo...As palavras suplicantes dela não causavam efeito de compaixão em m
Enquanto terminavam de saborear a comida, chegou a sobremesa. Era cortesia do chefe do restaurante. Agradeceram e se deliciaram.–William, quero te perguntar algo.–Diga.–Responde após uma imensa colherada ter ido até sua boca.–Você realmente odeia a minha cor? Se sim, qual o problema com ela? Pergunto isso porque não sei ao certo se isso é real ou é uma forma de ofender. Quero descobrir.Ele suspira e então abandona a sobremesa. Desajeitado, mas confiante, pegou nas mãos de Kali por cima da mesa e as manteve segurando.Nesse exato momento, Léia ia chegando nesse mesmo restaurante acompanhado por um amigo. Kali acabou reconhecendo-a, mas logo tirou os olhos dela.Léia ficou parada, observando a interação dos dois. Ela estava acompanhada, mas estava furiosa também.–Mas o que eles estão fazendo aqui?–Sussurrou para si mesma.Kali volta o
–Tudo bem, William. Vamos tentar virar essa página.–Kali olha mais uma vez de relance para Léia e sorri.–Podemos passear um pouco antes de irmos?–Claro! Deixa eu encerrar a conta.Léia juntamente com seu acompanhante tinha sentado numa mesa perto da saída. Era impossível não serem vistos por quem precisava sair do local.Kali sabia que seria doloroso para ele presenciar a sua amada jantando com outro homem. Mas era preciso. William estava sendo trouxa e isso começava a incomodá-la. Ela não queria vê-lo nessa situação.William levantou-se primeiro e ajudou Kali a sair de sua cadeira. De braço dado, seguiram para a saída. Nesse momento, os olhos de William captam Léia sentada à mesa. Ele se aproxima.–Boa noite, Léia. Boa noite, Sr. Alvarenga. Bom jantar pra vocês!William cumprimenta e segue para fora do recinto. Para não soar mal educada, Kali cumprimenta com a cabeça. Do lado