Parte 75EmmaAlessandro não me deixou ajudar a limpar o que ele usou para fazer o jantar. Mandou que eu viesse para o quarto depois que tomei o medicamento. Preferi ficar um pouco na varanda, até que ele venha para o quarto também. Tomar o remédio me fez bem, me sinto mais relaxada. Meu quadril estava levemente dolorido depois que saí da primeira sessão de fisioterapia com Diogo. Quando estava com a psicóloga fiquei mudando de posição no divã, buscando a melhor forma de não sentir incômodo.Fiquei no canto da varanda, apoiada na mureta de pedra e fiquei olhando para a rua lá embaixo. Ainda tem um movimento considerável de carros, mas o que me chamou a atenção foi que tinha uma pessoa parada na calçada em frente e me pareceu que estava olhando direto para a varanda onde estou.Achei estranho e franzi a testa, me questionando se eu estava certa. Continuei a olhar na direção dela. Era uma mulher. E eu não estou errada. Ela está parada olhando para cá. A luz fraca de um poste mais adian
Parte 76Emma— E do que se lembrou? - ele me olhou de lado.— De você invadindo a lanchonete onde eu estava e brigando com um cara… E depois ele levando tiros - respirei fundo e cruzei os braços — É isso, não é? Você é um mafioso… Você faz coisas assim… E estava atrás daquele homem para matá-lo.— Foi quase isso, a história é longa e isso teve um motivo - ele segura meus ombros — Mas você se recordou de tudo ou foi apenas uma imagem?— Não foi muita coisa - apertei a lateral da testa — Me lembrei de algumas imagens de minha casa também… No Brasil, com outras pessoas…— E sobre o acidente, nada? - eu fiz que não — Bem, isso é um sinal positivo. A psicóloga deve ter te ajudado a destravar essas lembranças. Depois de amanhã você vai de novo a ela e acho importante contar que isso ocorreu.— É, eu vou contar sim - suspirei — Acho que vou deitar agora.— Vem, eu te levo.Eu nem disse nada e já estava sendo levada para a cama.— Essa roupa não é boa para dormir, Emma. Porque não usou a cam
Parte 77AlessandroMinha vontade é de quebrar todo o apartamento para deixar minha raiva e frustração sair. Merda! Estava tudo indo bem, porque inferno eu tive que abrir minha boca?Peguei as almofadas do sofá e joguei todas no chão, me jogando em cima. Respiro fundo com tanta raiva que até a dor no cotovelo não em incomoda. Eu bati na porta quando saí com raiva do quarto.Fiquei olhando para o teto, o lustre grande e caro que cai aberto, iluminando a sala. Olhei em volta. Quando eu voltei naquela noite, fiquei tão abalado por não encontrar Emma aqui. Agora me sinto igual. Eu não deveria ter jogado a verdade na cara dela. Ela está doente, machucada. E eu sou um idiota mesmo. Engulo em seco. Porra! Eu realmente não sei como funciona um relacionamento de verdade. Meu coração está batendo forte e estou até suado. Abro a camisa e chuto os sapatos para o lado.Ela me perguntou se eu tinha provas do que disse. Não! Porra, eu não tenho provas, apenas desconfianças. Suspiro pesado, me sinto
Parte 78AlessandroEmma foi abrir a porta e volta com os paramédicos. Ouço suas vozes se aproximando do corredor. Eu continuo sentado com o braço para o alto, mas o sangue não parou e até o chão está sujo agora. Eu enrolei a camisa no ferimento para ajudar a conter o sangramento e como ainda está doendo muito, aperto os lábios para evitar gemer.— Senhor Ricci - um deles se abaixa rápido ao meu lado — Com licença - ele mexe em meu braço e eu não seguro o gemido de dor — Precisamos agir rápido. O sangramento parece ser grave - ele olha para o colega ao lado.— Realmente - ele segura minha perna — Nós vamos estabilizá-lo e levá-lo para o hospital imediatamente.— É tão grave assim? - Emma pergunta preocupada e nervosa com cara de choro.— Vai ficar tudo bem, querida - eu dou um sorriso meio sem jeito porque agora que eles mexeram no ferimento está doendo mais.— Eu também vou com você - ela diz em um fio de voz.— Não, ligue para meus irmãos - eu digo e respiro fundo.Um dos paramédico
Parte 79StênioDroga, justo hoje isso tinha que acontecer. Deixei a Thaís na minha casa sozinha, depois de termos começado uma boa conversa, com direito a alguns beijos e mãos bobas. Mas eu não posso deixar de ficar ao lado de Alessandro nesse momento. Além de ser minha obrigação, nós somos amigos também. Mas decidi ligar para ela e explicar que eu vou me demorar.— Entendeu o que aconteceu?— Entendi sim, não se preocupe. Então a Emma foi para a casa da família dele?— Foi sim. Os irmãos acharam me
Parte 80LíviaQuando eu entrei no quarto, Victor me olhou e fez um gesto com o dedo para cima, porque estava em uma chamada. Eu assenti e fui para o closet me trocar para dormir. Estou precisando porque hoje tivemos muitas coisas de uma só vez. E no final, ainda isso que aconteceu com meu cunhado. Voltei para o quarto penteando o cabelo e Victor me deu um olhar diferente. Eu parei e franzi a testa, sorrindo para ele. — Falamos amanhã Bartolo. Por hoje já chega.Ele desliga o celular e joga em cima da cadeira perto da janela e vem até mim, sorrindo de um jeito descarado.
Parte 81EmmaPela manhã eu consegui me levantar sem sentir dor no quadril, graças ao remédio que tomei antes de sair do apartamento. Ando até a janela e olho lá embaixo. Já tem movimento pelo jardim. Nem sei que horas são, mas preciso sair do quarto e saber como está Alessandro.Depois de dar uma geral na aparência amarrotada e escovar os dentes com uma das escovas reservas, eu começo a pentear o cabelo. Volto para a janela enquanto faço isso e vejo um homem cortando as plantas e outro limpando a piscina. A casa é grande e a parte de fora é muito bonita, com muito verde.Respir
Parte 82 EnzoEu detesto estragar o apetite dos outros, mas agora sou obrigado a isso. Dei um beijo em Isabela e fiz um carinho no cabelo de Bianca. Fiquei contente em saber que Alessandro se sente melhor, mas ele não poderá me ajudar hoje, apenas o Victor.— Vamos ter que sair agora, irmão - eu bato em seu ombro — Jogue o que der para dentro e vamos.— Mas você não vai comer nada, amore? - Isabela me pergunta, olhando com desconfiança.— Agora não, eu pego algo pelo meio do caminho.— É perigoso? - ela volta a questionar.— Mais ou menos - eu não vou mentir — Isso só vamos saber quando chegarmos ao local.Ela faz uma cara de mais preocupada ainda e minha mãe manda que eu me cuide.— Já chega por um tempo de tantos problemas, não acha meu filho?— Eu acho sim, mama, mas não é culpa minha - eu abro as mãos — Não procuro, mas se acontece, preciso resolver o problema.— Eu quero ir também - Alessandro diz.— De forma alguma - eu ergo a mão — Você está com o músculo lesionado, nem pensar