FERNANDA Eu suspirei, as lembranças doíam, eu não podia voltar no tempo, muito menos reviver aqueles momentos, que pensei que durariam para sempre. Peguei a esponja e ensaboei o meu corpo, mesmo que os anos tivessem passado, as lembranças dos seus toques, do seu olhar, daquele amor adolescente era tão lindo, tudo tão puro, tão mágico. Frederick parecia ser a resposta das minhas orações, o homem que pedi ao Senhor, aquele que as irmãs do círculo de oração com quem conversava dizia, ele tinha todas as qualidades de um total gentleman, era daqueles que abria a porta do carro, puxava a cadeira, eu me sentia protegida ao lado dele, eu tinha que reconhecer, ele era o típico macho alfa, ele preenchia todas as lacunas. Atencioso demais e acima de tudo era meu amigo, mesmo cansado das intensas viagens, ele parava para me ouvir, era como se o mundo dele parasse e só eu existisse. Eu era uma adolescente e ele já era um homem, mas mesmo assim, com as suas atitudes ele me fazia sentir import
Eu estava triste em dizer aquilo, mas eu tinha que ser realista, namorar a distância era coisa de doido.Foi tudo tão intenso que nós nem pensamos.Eu nem terminei de falar, ele franziu a testa e me perguntou rápido.— Por que? — Porque você mora distante, eu não sei muito sobre namoro... Mas tem uma menina na minha turma que namorava a distância, ela terminou, pois disse que era difícil, além que ela descobriu que o namorado dela que já era maior de idade, ficava com ela e com outras... — Desviei os olhos, sei que sou boba, inocente até, mas não deixaria me iludir, nunca soube dele com ninguém, então era difícil acreditar que ele queria algo sério, mesmo sendo o meu Fred, que sempre cuidou de mim, porque agora as coisas eram diferentes.Ele passou o polegar no meu rosto.— É esse seu medo? Que eu fique com outras?— É que... — Corei envergonhada, buscando palavras, pigarrei e olhei para ele que me olhava de volta, como se me incentivasse a continuar. — Você já é homem e tem as suas
Eu terminei a taça de vinho e a realidade é que eu nunca estive tão desesperançosa como estou agora, eu preciso repensar e dar um jeito em minha vida. Eu dei um sorriso de escárnio, o meu primeiro porre, é com um vinho caro. Caminhei até a poltrona e fui abri uma pasta que eu me negava ver, ela me trazia lembranças, ela era a pasta que eu devia ter apagado a muito tempo, mas somente deixei lá. Abri a primeira foto e foi como se estivesse submersa em meus pensamentos, olhando a tela daquele telefone. Se passaram algumas semanas, desde que Frederick tinha ido embora para a cidade e que me pediu em namoro. Ao contrário do que pensei, Frederick me ligava todos os dias, e ao longo do dia me enviava mensagens, as coisas ficavam mais quentes à medida que o tempo passava e eu mesmo sendo boba, eu era curiosa ao extremo. E tudo que ele me oferecia, eu pegava de bom grado. Nessa semana eu estava triste, pois Frederick não podia vir, deitei na cama chateada. Eu ligava e ele não atendia.
Ando de um lado para o outro aposta sair daquela sala. Que merda que eu fiz... Eu sou homem e um homem não pode faltar com a sua palavra. — O que foi Frederick?! — César me perguntou, pois desde que sai daquela sala, estou andando em círculos e simplesmente não consigo falar. — Que merda, cara! Nolah está bem? O encarei e por fim falei. — Está ! E prometi que me casaria com ela! Ele riu, mas olhou as minhas feições e viu que eu falava sério, e o seu sorriso morreu no mesmo instante. — Como assim, cara? Está louco? Você não está noivo da Fernanda? Passei as mãos no rosto. — Sim, e é com ela que quero me casar! — Afirmei convicto. — Certo! Mas, se está noivo dela porque prometeu a Nolah? Sentei ao lado dela frustrado e lhe expliquei tudo que aconteceu. — Olha Fred, eu não vou dizer o que penso porque se não você vai me dizer que sou um insensível sem coração... — Eu não sei o que fazer... Porque diz isso? — Ele não disse, só me perguntou. — Vai desistir da Fernanda para fi
Suspirei, relembrar doía, mas eu tinha que fazer, mesmo que fosse como arrancar da minha alma coisas boas.Mas eu devia ser realista, tudo era unilateral, apenas eu sentia.Apenas eu amava...Exclui a foto e a próxima, e assim fui excluindo uma a uma, faziam anos que eu me negava a ver, a lembrar, a encarar.Até que cheguei no dia que ele quase bateu em um colega da escola, foi engraçado esse dia.Anice e eu estávamos numa social da escola, sempre na sexta-feira os alunos se reuniam para conversar numa quadra próxima a escola, Anice e eu estávamos rindo e conversando.Anice amava o Danillo, mas ela estava chateada, pois ele nunca mais a procurou.Um colega de classe que sempre disse que queria ficar comigo, mas eu não gostava dele, nunca senti atração, ele era lindo, sim, eu reconheço, mas não me sentia atraída por ele, não como sou pelo Fred.Eu nunca fui de ficar, sempre tive medo, por mais que as minhas amigas e de Anice fossem bem para frente, como algumas pessoas dizem, nós duas
Fernanda foi embora, e mais uma vez não sei o que fazer, parecia quelé mesmo garoto cheio de sonhos, naquela época eu estava a sua procura para lhe pedir em namoro e agora em noivado. É um caralho está assim, frágil, sem saída, com a alma fragmentada. Uma parte sempre será dela. E a merda é que sempre fui um cara desapegado, não gostava de demonstrar os meus sentimentos, mas com Fernanda era diferente, ela despertava algo em mim. Talvez porque eu sentia que ela era minha, sempre foi. Foi como se a minha mente viajasse para anos atrás e eu revivesse os melhores dias e sempre que eu lembrava, ela estava lá. Fernanda tinha olhos curiosos e sempre queria aprender, a minha santinha sempre foi maravilhosa. Era tão bom vendo-a desabrochar, viver esse processo juntamente com ela, ensinando-a e aprendendo também... Nunca fui um homem delicado, pelo contrário eu podia duro e com força, sempre tive gosto peculiares na área sexual, mas sem esforço a Fernanda me fazia querer conhecer os mi
Frederick Juntei as mãos a frente do rosto e debrucei para Nolah e sorri da minha desgraça. Algumas noites atrás parecia que eu era aquele garoto sonhador, todavia hoje sou um homem realista. Há uma grande responsabilidade para assumir, não pelo dinheiro, porque tenho muito, não preciso do dinheiro da minha família há anos e muito menos o dos meus meus padrinhos. Sei que a intenção de quando firmaram esse acordo, era essa, o dinheiro. Entretanto, o maior bem que o meu padrinho poderia me deixar, era a Fernanda, e estou ciente de na mesma medida que eu mudei, ela também mudou e provavelmente, não voltará. E se ela não vem até mim, eu irei até ela. Não tenho mais tempo a perder! Sob os olhos de Nolah, levanto e saio, pois nesse momento não respondo por mim, eu estou em ebulição e sempre fui dono dos meus sentimentos e vou voltar lá e agir com a minha frieza costumeira, não posso me deixar levar e destratar uma mulher, vou escuta-la e resolver isso. O chefe chegou e eu estava s
FREDERICK Fui despertado dos meus pensamentos, com o som do meu celular, olhei para tela e vi que era o médico que operou a Nolah. Sem mais delongas caminhei até a sala do médico, uma enfermeira parou e pediu o número do meu telefone e eu perguntei o porque, eu estou tão cansado mentalmente que nem notei que a mulher estava a me dar mole. Disse que era comprometido e bati a porta e conversei com ele, e ele me passou informações sobre o real estado de saúde de Nolah. Ela havia machucado a bacia e por esse motivo ficaria um tempo sem andar, e ele me disse que ela precisava de bastante apoio nesse momento. Mas que apoio eu daria a Nolah? Sim, eu sei que somos amigos, mas eu não podia assumir um relacionamento baseado em pena. Isso não seria bom para mim e muito menos para ela, me conheço o bastante para saber como sou intenso e não sou de fingir nada. Além do que meu compromisso é com Fernanda, e nada tira da minha cabeça que há mais nessa história do que eu possa imaginar. C