Não esperava que, logo após retornar, George já tivesse confrontado Max, quase resultando em sua descoberta. Raimunda disse: — Mas Srta. Juliana, como você sabe que o Gerente Max seria jogado ao mar pelo Presidente George? E se o Presidente George tivesse decidido poupar ele... Juliana respondeu: — Alguém tão inútil quanto o Gerente Max não possui valor algum. Além disso, conhecendo George, ele nunca permitiria que alguém que ousasse ameaçar as pessoas que ele protege saísse impune. — Então é assim... Juliana abaixou a cabeça e observou o celular em suas mãos. "Agora que Max está morto, ninguém notará a falta do seu celular no navio. Além disso, como Max frequentemente ajudava George a organizar os jantares do Grupo Valente, esse celular deve conter muitas informações. Se eu conseguir levar esse celular comigo, ganharei uma vantagem significativa para enfrentar George." Enquanto isso, no cais de Castanda, onde o movimento de pessoas era constante, Tiago e Alexandre mant
Juliana disse: — Há algo de errado? Juliana tentou parecer indiferente. A enfermeira sorriu e disse: — O Presidente George pediu para eu trazer um remédio para você, para que você possa aplicar na ferida por conta própria. Dizendo isso, a enfermeira colocou o unguento na mesa ao lado. — George? Ela não acreditava que George fosse tão bondoso. No entanto, por fora, Juliana assentiu e disse: — Obrigada, vou aplicar logo. — Tá bom, então eu vou sair. Depois que a enfermeira saiu, Juliana abriu o unguento e se aproximou para cheirar. Infelizmente, ela não entendia muito de farmacologia e não sabia se havia algo adulterado ali, mas a melhor opção seria não usá-lo. Então, Juliana jogou o unguento no lixo ao lado. A noite estava bem avançada, e Josiane chegou de carro ao cais de Castanda. Ela viu dois homens na calçada fumando e esperando, havia um homem um pouco mais gordo e um homem magro. Ao descer do carro, ao ver os dois, Josiane não conseguiu esconder a expr
Raimunda, com certa preocupação, disse:— Então, Srta. Juliana, o que você vai fazer?Juliana respondeu:— Fique tranquila, George não vai me machucar a curto prazo, mas esse celular precisa ser entregue a eles.— Certo!Em pouco tempo, Juliana foi acompanhada por Raimunda até o convés. As empregadas subiam para terra firme uma a uma. Quando Raimunda estava prestes a partir, olhou para Juliana e, ao ver que Juliana lhe deu um olhar confiante, pôde então partir tranquila.No cais, um grupo de homens vestidos com ternos pretos e óculos escuros já os aguardava.Quando George chegou, todos se adiantaram e fizeram uma reverência.Um dos homens se aproximou e disse:— Presidente George, o Presidente Fernando me pediu para recebê-lo adequadamente.— Certo. — George respondeu friamente.Ao ouvir aquela voz, Juliana não pôde deixar de se surpreender."Não é o Ademir, aquele que sempre esteve ao lado de Fernando?"Ao olhar melhor, percebeu que todos os homens de terno preto estavam usando o bra
George a observava em silêncio, percebendo a farsa de Juliana, e respondeu, calmo e sem pressa: — Com o salário miserável que o Grupo Céu Estrelado te paga, acho que mal dá para você gastar em um dia. Te ajudei a pedir demissão, você deveria estar agradecida. — Então, George fez uma pausa e acrescentou. — Aliás, você parecia bem feliz agora há pouco.Ela, claro, estava feliz. George havia se antecipado e entregado sua carta de demissão. Com a habilidade de Simão, seria fácil seguir essa pista até ele, então quando isso acontecesse, com seu depoimento e as provas que Simão possuía, Juliana poderia acusá-lo de prisão ilegal a qualquer momento.Ela sempre achou que George fosse um homem extremamente forte e cruel, mas, ao contrário de suas expectativas, ele se mostrava, do começo ao fim, não só ignorante da lei, mas totalmente desinformado sobre ela.Juliana sorriu de maneira disfarçada, pensando consigo mesma que se aproximar de George não seria uma tarefa tão difícil.Talvez, ela aind
Juliana sabia exatamente o que Fernando pensava.Fernando acreditava que poderia usar ela para manter Alexandre e Gustavo presos na Cidade da Serra Azul, enquanto ele controlava a situação em Castanda, mas ele não sabia que já havia caído na armadilha que ela tinha preparado.Juliana, calmamente, perguntou:— Aliás, Ademir, eu lembro que você sempre estava com o Presidente Fernando. Como é que agora o Presidente Fernando deixou você voltar sozinho?Juliana fez a pergunta de propósito, uma expressão de pânico passou pelo rosto de Ademir, mas logo ele se controlou e respondeu:— Porque o Presidente George é um dos nossos principais parceiros de negócios, por isso o Presidente Fernando me enviou de volta.— É mesmo? Então o Presidente Fernando realmente nos considera importantes. — Juliana observou, sem disfarçar, enquanto Ademir mentia.Ela já sabia, quando estava na ilha gravando o programa, que Ademir havia sido enviado por Fernando para a Cidade da Serra Azul.Nos últimos meses, o Gru
No Hospital da Brisa, em Castanda, o médico falou com Gustavo, que repousava na cama de hospital:— Presidente Gustavo, o ferimento não é grave, mas é imprescindível evitar atividades físicas intensas por algum tempo. Recomendo que permaneça internado para observação.Gustavo, contudo, não pensava nisso. Foi distraído pelo som de uma mensagem em seu celular.Ele desbloqueou o aparelho e constatou uma mensagem não lida.Enviada na noite anterior, a mensagem dizia: [Juliana está sendo mantida em cativeiro por George na Cidade da Serra Azul].Ao ler a mensagem, o rosto de Gustavo empalideceu instantaneamente.Ele supôs que a atualização sobre Juliana indicasse que Alexandre a tinha resgatado, mas não imaginava que ela ainda estivesse nas mãos de George!— Presidente Gustavo! O senhor não pode se levantar agora! O senhor… — Tentou intervir o médico, mas Gustavo ignorou a advertência e, com dor nas pernas, saiu do quarto.À medida que se aproximava da porta, uma pessoa do lado de fora corre
Sarah disse:— Sra. Nilda, você vai ao hospital ver o Presidente Gustavo? Já preparei tudo o que precisava ser preparado.Sarah, atenta, havia preparado a sopa, mas Nilda se virou e foi até o quarto, retirando um comprimido da gaveta.Sarah não compreendeu o que Nilda pretendia. Ela observou Nilda colocar o comprimido na sopa e, em seguida, o comprimido se dissolveu.Sarah disse:— Sra. Nilda... Isso é...Nilda disse:— Faça com que os seguranças de casa me acompanhem até o hospital, sem demora!— Certo.Na enfermaria do hospital, Gustavo já esperava há mais de uma hora, mas ainda não tinha visto Marcelo retornar. Anteriormente, Marcelo jamais havia se atrasado tanto.Gustavo sentiu um mau presságio. Ele se levantou da cama, mas, antes de alcançar a porta do quarto, ouviu passos no corredor.— Sra. Nilda, o Presidente Gustavo está se recuperando ali. — Disse o médico, com grande respeito, ao se dirigir a Nilda.Nilda respondeu de maneira fria e, no exato momento em que olhou, avistou G
Gustavo sentiu tudo ao seu redor se tornar embaçado, seu corpo desfaleceu e ele perdeu a consciência.Nilda olhou para o neto deitado na cama do hospital e, se dirigindo às pessoas do lado de fora, ordenou:— Fiquem de olho no Presidente Gustavo. Se ele acordar e começar a se movimentar demais, administrem um sedativo. Enfim, até que a perna dele melhore, ele não pode deixar o hospital!— Entendido, Sra. Nilda.Gustavo dormia profundamente, mas antes de adormecer completamente, sua mente ainda estava lúcida.Ele tinha plena consciência de que a avó, que o criou desde pequeno, havia lhe dado um remédio."Mais uma vez... Por que novamente? Quando foi a última vez?"Gustavo sentiu como se tivesse vivido um sonho muito longo.No sonho, Juliana estava sempre atrás dele, por vezes aparecendo na empresa para levar comida, ou então arranjando encontros casuais. Seus sentimentos de jovem mulher expostos diante dele, sem qualquer disfarce.Como poderia não notar essas tentativas desajeitadas de