Lucas sentiu uma irritação inexplicável. Ele não querer filhos era uma coisa, mas ao ver a atitude de Mariana, sentiu-se desconfortável.— O vovô quer um neto. E você? — Perguntou Lucas. — Também quer? Para consolidar sua posição de senhora da Família Oliveira?Na verdade, Mariana já tinha fantasiado várias vezes sobre como seria se tivesse um filho de Lucas.Naquela época, seus pensamentos estavam cheios de alegria e esperança.Mesmo sabendo que Lucas não gostava dela, pensar em ter uma criança com o sangue de Lucas, que talvez se parecesse com ele, a fazia ansiar por essa possibilidade.Mas agora…Nem pensar em ter filhos. Ela já não tinha nenhuma expectativa em relação a Lucas.— Por que não está respondendo? — Lucas perguntou com um tom de desagrado. — Acertei em cheio?— Pense o que quiser. — Mariana respondeu. — Quanto a ter ou não filhos, não estou com minha posição bastante segura? Afinal, você também não quer se divorciar.— Quem disse que eu não quero me divorciar? —
Os dois ficaram em silêncio até chegarem à casa.Ao sair do carro, Lucas, com uma expressão fria, se aproximou dela e estendeu o braço discretamente em sua direção.Mariana, como uma boneca sem expressão, colocou o braço no dele.Entraram juntos na casa e, ao ver Gustavo, Mariana imediatamente sorriu:— Vovô!Ela soltou o braço de Lucas e entregou a caixa de doces que carregava:— Comprei isto para o vovô!— Que bom, que bom. — Gustavo sorriu de orelha a orelha. — Vocês voltarem já me deixa feliz, e ainda compraram presentes.Ele então olhou para Lucas.Lucas estava de mãos vazias.Gustavo resmungou:— Olha só como a Mariana é atenciosa. Criar um neto como você não serviu pra nada!Lucas nem tinha notado que Mariana havia trazido algo, então lançou um olhar para ela antes de responder:— Vovô, eu e ela somos um só. O que ela compra é como se eu tivesse comprado.— Deixe de papo furado. — Gustavo não caiu nessa. — Você não tem esse tipo de consideração!Lucas realmente nã
Mariana não resistiu e deu um passo para trás, desviando o olhar dele:— De qualquer formaPois bem, você se vira.Lucas, no entanto, não pretendia a deixará-la escapar:— Ah é? Então vou te mostrar do que sou capaz!— O que você está fazendo?! — Mariana olhou para ele, irritada. — Ou você dorme no sofá, ou sai e conta tudo para o seu avô, mas de qualquer forma, não encoste em mim!Na última vez que os dois brigaram, também estavam na casa antiga.Mariana pediu para ele dormir no sofá, e ele respondeu que o sofá estava molhado.Desta vez, Mariana foi verificar, e o sofá estava em perfeito estado.Ela ainda disse:— Eu posso dormir no sofá, tanto faz, desde que você fique longe de mim!Lucas respirou fundo, tentando conter a raiva:— Você esqueceu que tem deveres como esposa? Primeiro, não quer que eu encoste em outra, e agora quer dormir em camas separadas? Acha mesmo que eu não tenho necessidades?— Pode ficar à vontade.Pode encostar.Lucas ficou surpreso:— O quê?— Pode encostar em o
Mariana levantou o pé e o chutou:— Sai daqui!Lucas segurou o tornozelo dela no mesmo instante:— Mariana, minha paciência tem limite!Mariana sabia muito bem que toda a paciência dele era reservada para outras pessoas. Para ela, restava apenas um pouco., e olhe lá.— Você ainda se considera um homem? Usar força contra uma mulher? Que vergonha!— Você já disse isso. — Lucas a imobilizou facilmente. — Considere um tempero para o nosso casamento. O que acha?Mariana quase enlouqueceu:— Lucas, você não era assim!Antes, a relação deles, embora intensa, respeitava sempre a vontade dela. Lucas era entusiasta, mas jamais forçava nada.— E você também não era assim. — A mão de Lucas percorreu as curvas do corpo dela, satisfeito. — Seria muito melhor se fosse comportada como antes.— Continua sonhando! — Mariana resistiu, mordendo os lábios enquanto o encarava. — Acha que eu não chamo o Gustavo?— Chama, então. — Lucas sorriu, com um certo sadismo. — Se quiser que ele fique decepcionado com
Nenhum dos dois dormiu no sofá.Depois de momento íntimose amarem, Lucas a segurou em seus braços, sem querer soltá-la.Ele não sabia explicar o porquê, mas parecia que, ao lado de Mariana, ele sempre dormia melhor. Quando estava sozinho, as noites eram cheias de insônia.Antes de dormir, Mariana, meio sonolenta, murmurou:— Você não usou proteção…Lucas, ainda exausto, respondeu em um sussurro:— Não se preocupa…— E se eu engravidar?— Não vai acontecer.Ele deu um leve tapinha nas costas dela. Estava tão cansado que acabou dormindo antes de terminar a frase: “Se acontecer, a gente cria.”Mariana ficou de olhos abertos na escuridão por alguns segundos, ouvindo a respiração tranquila dele.Ela riu, com um tom de autodeboche.O que ainda estava esperando? Nesse ponto, o que restava para ela esperar?Não era culpa de Lucas se ele não a colocava como prioridade. As pessoas não valorizam aquilo que obtêm com facilidade. É o que está fora do alcance que realmente se torna desejado.Para L
O café da manhã foi uma verdadeira bronca para Lucas por parte de Gustavo.Após terminarem, Lucas disse:— Vovô, vou levar a Mariana para o trabalho. Vamos subir para trocar de roupa.Gustavo finalmente parecia satisfeito:— Assim é que é. A Mariana trabalha bastante; lembre-se de a levará-la e a buscará-la de carro todos os dias.Ele ainda olhou para Mariana com carinho:— Vai lá, suba e se agasalhe bem. Hoje está frio.Mariana não estava nem um pouco afimdisposta de subir junto com Lucas, trocar de roupa e muito menos ir para o trabalho com ele. Mas, diante do olhar afetuoso de Gustavo, não teve outra escolha e levantou-se.Assim que chegaram ao quarto, Lucas a prensou contra a porta.— Cresceu a coragem, foi? — Ele a olhou de cima, o polegar deslizando no canto dos lábios que ela mantivera sorrindo no andar de baixo. — Se atreveu a me dedurar para o vovô?Mariana piscou inocente:— Eu? Nem pensar. Só falei a verdade, não?— Não se faça de inocente. — Lucas resmungou. — Ficou feliz e
Depois de ser “castigada” por Lucas, Mariana já estava sem forças para reagir. Ele saiu do quarto revigorado, enquanto ela ficou estendida na cama, sem vontade de mover um músculo.Esse homem era implacável. Aquele ritmo frenético… era como se ele quisesse realmente deixá-la presa ali, sem conseguir se levantar.Agora, Mariana entendia bem as consequências deo que ganhava por manter a língua afiada.Arrependeu-se amargamente por sua provocação. No fim das contas, quem saía perdendo era sempre ela.Lucas tinha ido embora, mas agora restava o problema: como ela ia descer e encarar o Gustavo?Sem escolha, Mariana levantou-se e, com a cara mais lavada possível, desceu. Felizmente, Gustavo não estava em casa; ele havia saído para dar uma volta pela vizinhança.Ela rapidamente pegou o carro e partiu.Ainda bem que não encontrou Gustavo, mas só de pensar no que Lucas havia aprontado, ela estava com uma vontade imensa de esganá-lo.Ao chegar no hospital, Mariana ainda estava raiva evidentebufa
Lucas imediatamente olhou para o motorista:— Aumente o aquecedor, por favor.Mariana balançou a mão:— Não é isso, Ceia. Colocaram perfume aqui no carro?Por cousaconta do trabalho, Mariana não usava acessórios nem perfumes fortes enquanto estava no hospital. Assim que entrou no carro, notou um perfume intenso.Lucas cheirou o ar, mas não sentiu nada.O motorista respondeu rapidamente:— Não, Srta. Mariana. Não colocamos nada no carro.— Que estranho… — Mariana franziu o nariz e olhou para Lucas.O motorista, que estava à frente, manteve os olhos na estrada, atento para não se envolver na conversa. Ele não se atreveu a dizer que o cheiro vinha de Lucas.Mariana também percebeu. Aproximou-se, apenas inclinando a cabeça para o lado dele e logo se afastou.Lucas nunca usava perfume. De onde vinha aquele cheiro? Só podia ser… de Joana.O perfume de repente ficou ainda mais enjoativo para Mariana. Ela abriu a janela, deixando o vento gelado invadir o carro com força.Lucas estremeceu com