Agora ele estava de máscara, com a voz rouca, e ela sequer perguntou nada!— Esta é a época de alta para constipações — disse Mariana. — Ficar constipado não é normal?— Mariana! — Lucas ficou irritado. — Você não sabe se preocupar comigo?Parecia uma criança querendo atenção, ao mesmo tempo zangado e magoado.— E o Sr. Lucas já se preocupou comigo alguma vez?Mariana disse isso e logo percebeu como era tolo ficar ressentida por coisas assim.É só porque ela se importava que ainda se magoava.Ela precisava aprender a deixar isso de lado, parar de se incomodar com esses detalhes.Então, logo emendou:— Você ligou para o vovô dizendo que vamos voltar para lá?Se ela não estava enganada, da última vez em que brigaram, também foram para a casa antiga e acabaram dormindo na mesma cama.Desta vez era coincidência, ou Lucas tinha planejado isso?Depois de presenciar uma cena tão nojenta, ele não pensaria que ela ficaria indiferente e continuaria a vida de casal como se nada tivess
Lucas a puxou bruscamente, pressionando-a contra o armário:— Mariana, não ultrapasse os limites!— Se estou ou não ultrapassando os limites, não é o caso. — Mariana, com seu rosto pequeno e determinado, o encarou. — Mas o Sr. Lucas, tendo outra pessoa no coração e ainda assim indo para a cama comigo, isso é um pouco…— Cala a boca! — Lucas parecia ter sido atingido em um ponto sensível, seu rosto exibindo uma frieza quase palpável. — Diga mais uma palavra!— Eu disse algo errado?Mariana sustentou o olhar dele, obrigando-se a enfrentar a fúria em seus olhos.Foi só uma frase, sem sequer mencionar nomes, e Lucas já estava assim.Ficava claro… o quanto aquela pessoa significava para ele.Mariana, com um certo masoquismo, absorvia toda a raiva intensa de Lucas.Quanto mais irritado ele ficava, mais isso mostrava que guardava aquela pessoa bem fundo, a ponto de ninguém poder sequer tocar no assunto.Lucas respirou fundo, mas não conseguiu reprimir a raiva.Era uma raiva que vin
Então era verdade que Felipe realmente tinha procurado Luísa.Lembrando-se de que, no primeiro encontro, Felipe já a havia ajudado, Mariana suspirou suavemente e respondeu à mensagem de Luísa, pedindo que ela conversasse bem com Felipe.À tarde, Paulo apareceu para entregar alguns documentos para Mariana. Ela estava ocupada e nem levantou a cabeça. Paulo já estava saindo quando Mariana finalmente falou:— Espere um pouco!Paulo se virou para ela:— O que foi?— Sobre o assunto do João… — Mariana franziu a testa. — Você…Vendo a expressão dela, Paulo imediatamente se aproximou, apoiando-se na mesa dela:— O que aconteceu? João… Joana foi atrás de você? Com que cara?Mariana balançou a cabeça:— Não, foi o Lucas.— Lucas? — Paulo cerrou os dentes. — Isso é ainda pior que a Joana vir atrás de você! Como ele tem coragem?Mariana disse:— Não importa ele. Vocês têm o exame de admissão para o setor, certo? Deixe ele tentar. Se não passar, talvez desista de vez.— Lucas falou al
Lucas sentiu uma irritação inexplicável. Ele não querer filhos era uma coisa, mas ao ver a atitude de Mariana, sentiu-se desconfortável.— O vovô quer um neto. E você? — Perguntou Lucas. — Também quer? Para consolidar sua posição de senhora da Família Oliveira?Na verdade, Mariana já tinha fantasiado várias vezes sobre como seria se tivesse um filho de Lucas.Naquela época, seus pensamentos estavam cheios de alegria e esperança.Mesmo sabendo que Lucas não gostava dela, pensar em ter uma criança com o sangue de Lucas, que talvez se parecesse com ele, a fazia ansiar por essa possibilidade.Mas agora…Nem pensar em ter filhos. Ela já não tinha nenhuma expectativa em relação a Lucas.— Por que não está respondendo? — Lucas perguntou com um tom de desagrado. — Acertei em cheio?— Pense o que quiser. — Mariana respondeu. — Quanto a ter ou não filhos, não estou com minha posição bastante segura? Afinal, você também não quer se divorciar.— Quem disse que eu não quero me divorciar? —
Os dois ficaram em silêncio até chegarem à casa.Ao sair do carro, Lucas, com uma expressão fria, se aproximou dela e estendeu o braço discretamente em sua direção.Mariana, como uma boneca sem expressão, colocou o braço no dele.Entraram juntos na casa e, ao ver Gustavo, Mariana imediatamente sorriu:— Vovô!Ela soltou o braço de Lucas e entregou a caixa de doces que carregava:— Comprei isto para o vovô!— Que bom, que bom. — Gustavo sorriu de orelha a orelha. — Vocês voltarem já me deixa feliz, e ainda compraram presentes.Ele então olhou para Lucas.Lucas estava de mãos vazias.Gustavo resmungou:— Olha só como a Mariana é atenciosa. Criar um neto como você não serviu pra nada!Lucas nem tinha notado que Mariana havia trazido algo, então lançou um olhar para ela antes de responder:— Vovô, eu e ela somos um só. O que ela compra é como se eu tivesse comprado.— Deixe de papo furado. — Gustavo não caiu nessa. — Você não tem esse tipo de consideração!Lucas realmente nã
Mariana não resistiu e deu um passo para trás, desviando o olhar dele:— De qualquer formaPois bem, você se vira.Lucas, no entanto, não pretendia a deixará-la escapar:— Ah é? Então vou te mostrar do que sou capaz!— O que você está fazendo?! — Mariana olhou para ele, irritada. — Ou você dorme no sofá, ou sai e conta tudo para o seu avô, mas de qualquer forma, não encoste em mim!Na última vez que os dois brigaram, também estavam na casa antiga.Mariana pediu para ele dormir no sofá, e ele respondeu que o sofá estava molhado.Desta vez, Mariana foi verificar, e o sofá estava em perfeito estado.Ela ainda disse:— Eu posso dormir no sofá, tanto faz, desde que você fique longe de mim!Lucas respirou fundo, tentando conter a raiva:— Você esqueceu que tem deveres como esposa? Primeiro, não quer que eu encoste em outra, e agora quer dormir em camas separadas? Acha mesmo que eu não tenho necessidades?— Pode ficar à vontade.Pode encostar.Lucas ficou surpreso:— O quê?— Pode encostar em o
Mariana levantou o pé e o chutou:— Sai daqui!Lucas segurou o tornozelo dela no mesmo instante:— Mariana, minha paciência tem limite!Mariana sabia muito bem que toda a paciência dele era reservada para outras pessoas. Para ela, restava apenas um pouco., e olhe lá.— Você ainda se considera um homem? Usar força contra uma mulher? Que vergonha!— Você já disse isso. — Lucas a imobilizou facilmente. — Considere um tempero para o nosso casamento. O que acha?Mariana quase enlouqueceu:— Lucas, você não era assim!Antes, a relação deles, embora intensa, respeitava sempre a vontade dela. Lucas era entusiasta, mas jamais forçava nada.— E você também não era assim. — A mão de Lucas percorreu as curvas do corpo dela, satisfeito. — Seria muito melhor se fosse comportada como antes.— Continua sonhando! — Mariana resistiu, mordendo os lábios enquanto o encarava. — Acha que eu não chamo o Gustavo?— Chama, então. — Lucas sorriu, com um certo sadismo. — Se quiser que ele fique decepcionado com
Nenhum dos dois dormiu no sofá.Depois de momento íntimose amarem, Lucas a segurou em seus braços, sem querer soltá-la.Ele não sabia explicar o porquê, mas parecia que, ao lado de Mariana, ele sempre dormia melhor. Quando estava sozinho, as noites eram cheias de insônia.Antes de dormir, Mariana, meio sonolenta, murmurou:— Você não usou proteção…Lucas, ainda exausto, respondeu em um sussurro:— Não se preocupa…— E se eu engravidar?— Não vai acontecer.Ele deu um leve tapinha nas costas dela. Estava tão cansado que acabou dormindo antes de terminar a frase: “Se acontecer, a gente cria.”Mariana ficou de olhos abertos na escuridão por alguns segundos, ouvindo a respiração tranquila dele.Ela riu, com um tom de autodeboche.O que ainda estava esperando? Nesse ponto, o que restava para ela esperar?Não era culpa de Lucas se ele não a colocava como prioridade. As pessoas não valorizam aquilo que obtêm com facilidade. É o que está fora do alcance que realmente se torna desejado.Para L