— Isso não é da sua conta. Quem você gosta ou não, eu nunca te perguntei — Mariana desviou o olhar.Lucas, tomado pela fúria, agarrou o queixo dela com força:— É o Paulo? Se é ele, por que aceitou nosso casamento desde o início? Podia ter casado com ele!O aperto era tão forte que Mariana sentiu uma dor intensa:— Lucas, você está me machucando! Solta!Lucas, cego de raiva, mal percebeu a força que estava usando. Tudo o que ele conseguia pensar era no fato de que Mariana poderia ter escolhido Paulo. Mesmo que fosse algo que ele mesmo tivesse acabado de mencionar.Mariana, com lágrimas escorrendo, segurou os pulsos dele e tentou afastá-lo:— Seu maluco!A pele clara de Mariana sempre exibia facilmente qualquer marca. Só de um toque mais forte, já ficava vermelha. Agora, o queixo dela exibia uma impressão clara do polegar de Lucas, deixando uma mancha arroxeada.Lucas desviou o olhar, tentando controlar um estranho sentimento de remorso que surgia dentro dele.— Foi ou não foi o Paulo?
— Pare de fingir ser a vítima! — Lucas rugiu. — A foto está aqui, claro como o dia. Ainda vai negar?— E você já considerou a possibilidade de que a foto está distorcida? — Mariana respirou fundo para se acalmar. — Paulo é como família para mim. Ele estava me ajudando a tirar o cinto de segurança...— Distorcida? — Lucas riu com desprezo. — E da próxima vez que eu pegar vocês na cama, vai me dizer que estavam apenas conversando, debaixo dos lençóis?— Lucas!A fúria de Mariana explodiu, seu peito subindo e descendo de raiva.Lucas estava igualmente furioso:— Falei alguma mentira?Lucas estava tão irritado que, antes que percebesse, jogou o celular com força no chão.Mariana deu um pulo de susto.— Mariana, eu posso até ser gentil com Joana, mas tudo tem limites. E você? Você diz que Paulo é seu amigo? Ou será que você está tão carente que nem seus amigos escapam? Eu não sou suficiente para...Antes que ele pudesse terminar, um tapa alto ecoou pela sala.Mariana havia acertado um tapa
— O que eu não faria? — Lucas soltou-a com frieza, pegando um lenço úmido ao lado e limpando as mãos com calma. — Se você tem coragem de fazer, deve estar preparada para enfrentar as consequências!Mariana sentia-se exausta, tanto física quanto emocionalmente. Ela abaixou os olhos, refletindo por um momento, antes de perguntar:— Quem tirou essas fotos?— Não importa quem tirou. — Lucas respondeu secamente. — O que importa é o que foi capturado.— Então você está me espionando?— Não sou tão desocupado assim. — Lucas deu de ombros. — E, para ser honesto, você não é tão importante assim para mim.Mariana, ao lembrar-se do comportamento estranho de Pedro nos últimos dias, perguntou:— Foi o Pedro?Lucas a olhou com uma expressão que a fez perceber que havia acertado em cheio.Vendo a reação dele, Mariana confirmou suas suspeitas.— Você deveria agradecer por eu não bater em mulheres. — Lucas ainda não havia superado o fato de ter levado um tapa. — Mariana, se realmente tiver algo entre v
— E por que você insiste nisso?— Mariana, espere só para ver!Com essas palavras, Lucas pegou o celular e saiu de casa.Dessa vez, Mariana sabia que Lucas não estava apenas ameaçando. Ele certamente iria investigar e não deixaria a situação passar em branco.Sem tempo a perder, ela discou rapidamente o número de Paulo.— O que aconteceu? Sentiu minha falta? — Paulo brincou, como sempre, sem levar as coisas a sério.— Você se lembra de ter me levado para casa anteontem? — Mariana foi direta ao ponto. — Eu estava dormindo no carro, lembra?— Claro, não estou com amnésia ainda. Por quê?— Alguém tirou uma foto de nós, fazendo parecer que estávamos nos beijando. — Mariana explicou com urgência. — Você estava só me ajudando a tirar o cinto de segurança, certo? Não viu ninguém tirando fotos?Houve um breve silêncio do outro lado da linha.— Deve ter sido o Pedro. — Mariana continuou. — Só ele faria algo assim.— Pedro tirou as fotos? — Paulo finalmente perguntou.— Provavelmente. — Mariana
— Mariana, eu já disse que não fui eu que tirei essas fotos! — Pedro gritou, furioso. — Nem dessa vez, nem da outra!— Mesmo que não tenha sido dessa vez, você nunca admitiu o que aconteceu anos atrás. — Mariana suspirou, cansada de discutir o passado. — Pedro, o que você realmente quer? Qual é o benefício de tentar destruir meu casamento com o Lucas?— Eu já falei que essas fotos não foram tiradas por mim!— Mas foi você que as enviou para o Lucas, não foi?O olhar de Lucas na hora em que viu as fotos confirmou suas suspeitas.— Sim, fui eu que mandei para ele, mas…— Pedro — Mariana o interrompeu com um riso irônico —, quando éramos adolescentes, eu disse algo que continua sendo verdade até hoje.— E o que você disse? — Pedro perguntou, já impaciente.— Pedro, você é realmente insuportável.Com essas palavras, Mariana desligou o telefone.Pedro ficou parado, segurando o celular, sem reação. A lembrança de uma jovem de vestido branco, já bela e confiante, voltava à sua mente
Não se lembre exatamente o que aconteceu. Mas naquela vez, ele e Paulo brigaram feio, a ponto de chamar a atenção da diretoria da escola, e ele acabou recebendo uma advertência grave.Desde então, os dois grupos se tornaram inimigos declarados.Depois de beber, Lucas sentia seu corpo inteiro quente e agitado. Ele desabotoou a camisa, mas a inquietação só aumentava.Quando o carro parou, ele percebeu que o motorista o havia trazido para casa.Sem dizer nada, desceu do carro, com o olhar perdido, tomado por uma mistura de embriaguez e fervor.Mariana estava deitada na cama, com a cabeça cheia de pensamentos, sem conseguir dormir.Quando finalmente começou a adormecer, sentiu um movimento ao seu lado.Antes que pudesse abrir os olhos, percebeu que algo a estava pressionando.Ela levou um susto, mas no segundo seguinte, reconheceu o cheiro familiar do homem ao seu lado, misturado com o odor de álcool.— Lucas? — ela perguntou, colocando as mãos no peito dele. — Você bebeu?— Mariana... —
Mariana foi acordada pelo toque insistente do telefone. Ao tentar se mexer, seu corpo inteiro doía, especialmente as pernas, que pareciam ter sido atropeladas por um caminhão.Pegou o celular e atendeu com a voz rouca:— Paulo?Até ela mesma ficou surpresa com o tom de sua voz.— Você está gripada? Está com febre? Sentindo mais alguma coisa? — Paulo perguntou, preocupado.Mariana não sabia como explicar o que realmente havia acontecido, então apenas respondeu:— Acho que peguei um resfriado, nada demais.— Eu estranhei você não ter vindo ao hospital...Mariana olhou rapidamente para o relógio e percebeu que já passava das oito horas.— Paulo, faz um favor para mim? Avise que hoje eu não vou ao hospital.— Claro. Mas tem certeza de que está bem? Quer que eu peça para a Luísa passar aí?— Não precisa. Vou tomar um remédio e descansar.— Certo. Tenho uma cirurgia agora, mas depois te ligo. Se precisar de alguma coisa, me avisa, e eu mando entregar na sua casa.Depois de trocar mais alguma
Dentro do escritório, Lucas foi direto ao ponto:— O que você quer?Paulo ergueu o que tinha nas mãos e disse:— Vou precisar do seu computador.Ele foi até lá, conectou o dispositivo e, em um tom frio, disse a Lucas:— Assista.O que ele tinha em mãos era um pen drive, contendo um vídeo extraído da câmera de segurança do carro de Paulo. O vídeo mostrava Mariana dormindo e, apesar de não aparecerem claramente, era possível ouvir a conversa entre Paulo e Mariana enquanto ele a levava para casa. Depois que Mariana adormeceu, só se ouvia a música suave tocando no fundo. Quando chegaram à casa da Família Oliveira, ouviram-se alguns ruídos leves, seguidos de um clique: o som do cinto de segurança sendo desatado.Em seguida, Paulo disse:— Dormindo como um anjinho. Mariana? Chegamos.A partir daí, até o momento em que Mariana saiu do carro, nada de anormal foi ouvido. A conversa entre os dois era completamente normal.— Viu o suficiente? — Paulo olhou para Lucas, irritado. — Pode fazer todos