— E por que você insiste nisso?— Mariana, espere só para ver!Com essas palavras, Lucas pegou o celular e saiu de casa.Dessa vez, Mariana sabia que Lucas não estava apenas ameaçando. Ele certamente iria investigar e não deixaria a situação passar em branco.Sem tempo a perder, ela discou rapidamente o número de Paulo.— O que aconteceu? Sentiu minha falta? — Paulo brincou, como sempre, sem levar as coisas a sério.— Você se lembra de ter me levado para casa anteontem? — Mariana foi direta ao ponto. — Eu estava dormindo no carro, lembra?— Claro, não estou com amnésia ainda. Por quê?— Alguém tirou uma foto de nós, fazendo parecer que estávamos nos beijando. — Mariana explicou com urgência. — Você estava só me ajudando a tirar o cinto de segurança, certo? Não viu ninguém tirando fotos?Houve um breve silêncio do outro lado da linha.— Deve ter sido o Pedro. — Mariana continuou. — Só ele faria algo assim.— Pedro tirou as fotos? — Paulo finalmente perguntou.— Provavelmente. — Mariana
— Mariana, eu já disse que não fui eu que tirei essas fotos! — Pedro gritou, furioso. — Nem dessa vez, nem da outra!— Mesmo que não tenha sido dessa vez, você nunca admitiu o que aconteceu anos atrás. — Mariana suspirou, cansada de discutir o passado. — Pedro, o que você realmente quer? Qual é o benefício de tentar destruir meu casamento com o Lucas?— Eu já falei que essas fotos não foram tiradas por mim!— Mas foi você que as enviou para o Lucas, não foi?O olhar de Lucas na hora em que viu as fotos confirmou suas suspeitas.— Sim, fui eu que mandei para ele, mas…— Pedro — Mariana o interrompeu com um riso irônico —, quando éramos adolescentes, eu disse algo que continua sendo verdade até hoje.— E o que você disse? — Pedro perguntou, já impaciente.— Pedro, você é realmente insuportável.Com essas palavras, Mariana desligou o telefone.Pedro ficou parado, segurando o celular, sem reação. A lembrança de uma jovem de vestido branco, já bela e confiante, voltava à sua mente
Não se lembre exatamente o que aconteceu. Mas naquela vez, ele e Paulo brigaram feio, a ponto de chamar a atenção da diretoria da escola, e ele acabou recebendo uma advertência grave.Desde então, os dois grupos se tornaram inimigos declarados.Depois de beber, Lucas sentia seu corpo inteiro quente e agitado. Ele desabotoou a camisa, mas a inquietação só aumentava.Quando o carro parou, ele percebeu que o motorista o havia trazido para casa.Sem dizer nada, desceu do carro, com o olhar perdido, tomado por uma mistura de embriaguez e fervor.Mariana estava deitada na cama, com a cabeça cheia de pensamentos, sem conseguir dormir.Quando finalmente começou a adormecer, sentiu um movimento ao seu lado.Antes que pudesse abrir os olhos, percebeu que algo a estava pressionando.Ela levou um susto, mas no segundo seguinte, reconheceu o cheiro familiar do homem ao seu lado, misturado com o odor de álcool.— Lucas? — ela perguntou, colocando as mãos no peito dele. — Você bebeu?— Mariana... —
Mariana foi acordada pelo toque insistente do telefone. Ao tentar se mexer, seu corpo inteiro doía, especialmente as pernas, que pareciam ter sido atropeladas por um caminhão.Pegou o celular e atendeu com a voz rouca:— Paulo?Até ela mesma ficou surpresa com o tom de sua voz.— Você está gripada? Está com febre? Sentindo mais alguma coisa? — Paulo perguntou, preocupado.Mariana não sabia como explicar o que realmente havia acontecido, então apenas respondeu:— Acho que peguei um resfriado, nada demais.— Eu estranhei você não ter vindo ao hospital...Mariana olhou rapidamente para o relógio e percebeu que já passava das oito horas.— Paulo, faz um favor para mim? Avise que hoje eu não vou ao hospital.— Claro. Mas tem certeza de que está bem? Quer que eu peça para a Luísa passar aí?— Não precisa. Vou tomar um remédio e descansar.— Certo. Tenho uma cirurgia agora, mas depois te ligo. Se precisar de alguma coisa, me avisa, e eu mando entregar na sua casa.Depois de trocar mais alguma
Dentro do escritório, Lucas foi direto ao ponto:— O que você quer?Paulo ergueu o que tinha nas mãos e disse:— Vou precisar do seu computador.Ele foi até lá, conectou o dispositivo e, em um tom frio, disse a Lucas:— Assista.O que ele tinha em mãos era um pen drive, contendo um vídeo extraído da câmera de segurança do carro de Paulo. O vídeo mostrava Mariana dormindo e, apesar de não aparecerem claramente, era possível ouvir a conversa entre Paulo e Mariana enquanto ele a levava para casa. Depois que Mariana adormeceu, só se ouvia a música suave tocando no fundo. Quando chegaram à casa da Família Oliveira, ouviram-se alguns ruídos leves, seguidos de um clique: o som do cinto de segurança sendo desatado.Em seguida, Paulo disse:— Dormindo como um anjinho. Mariana? Chegamos.A partir daí, até o momento em que Mariana saiu do carro, nada de anormal foi ouvido. A conversa entre os dois era completamente normal.— Viu o suficiente? — Paulo olhou para Lucas, irritado. — Pode fazer todos
Entre os acionistas que participavam da reunião, havia alguns já com certa idade. Depois de ficar sentados por muito tempo, sentiram vontade de se levantar e se movimentar. Como Lucas havia sido o primeiro a sair no meio da reunião, eles se sentiram à vontade para fazer o mesmo, levantando-se e passeando um pouco.Enquanto conversavam sobre chá, orquídeas e partidas de xadrez, ouviram um grande estrondo vindo do escritório. Logo em seguida, a porta do escritório caiu! Dois homens saíram brigando.Os acionistas rapidamente se afastaram. Aqueles ossos velhos não suportariam muita coisa; se fossem atingidos, quem conseguiria suportar?No entanto, eles perceberam que aqueles dois realmente tinham coragem, pois estavam brigando dentro do escritório de Lucas. O quê? Quem estava brigando era o próprio Lucas?De repente, ninguém mais sentia dores nas costas, e todos tinham as pernas funcionando perfeitamente. Mesmo correndo o risco de serem atingidos e ficarem com ossos quebrados, todos se apr
Tomara que na hora vire uma confusão tão grande que alguém acabe quebrando todos os ossos! Foi o que Joana pensou.No entanto, antes que a cadeira de rodas de Mariana se aproximasse, algo incrível aconteceu: os dois homens, que estavam totalmente envolvidos na briga, recolheram seus golpes rapidamente, como se tivessem levado um susto. Um abaixou o punho, o outro recuou a perna.No segundo seguinte, ambos estavam olhando para Mariana com raiva e disseram, em uníssono:— Você quer morrer, é?Mariana estava tão furiosa que seus olhos se encheram de lágrimas.— Vocês estão malucos? Se gostam tanto de brigar, por que não vão para o zoológico brigar na jaula dos macacos? Podem lutar até se cansarem, com uma plateia aplaudindo!Paulo foi o primeiro a ceder, dizendo rapidamente:— Mariana, você sabe que estou assim porque não aguentei. Foi o Lucas que…Lucas, vendo que Paulo estava tentando se fazer de vítima, também não ficou quieto:— Quem começou a briga? Quem foi que sugeriu a luta? Paulo
Gustavo soube do machucado no pé de Mariana?Mariana ficou surpresa, mas rapidamente tentou acalmar o avô, garantindo que não era grave e que logo estaria indo vê-lo. Mesmo assim, decidiu não pedir que ele a buscasse; Paulo se encarregou de levá-la.Ao chegar na casa da família, o velho mordomo foi recebê-la e ele próprio empurrou a cadeira de rodas até dentro da casa. Gustavo estava logo na porta, esperando ansiosamente. Ao vê-la, disparou a perguntar:— Como foi que você se machucou? Quebrou algum osso?Mariana, apressada, respondeu:— Foi só uma torção, não se preocupe, não é nada grave.Gustavo, preocupado, segurou a mão dela e começou a fazer perguntas para se certificar de que estava tudo bem. No fim, ele concluiu:— Da próxima vez, nada de esconder algo assim de mim!Mariana, intrigada, perguntou:— Vovô, como você soube disso?— Ora, se aquele seu marido não tivesse deixado escapar, quando é que você me contaria? Você está com essa perna engessada e acha que vai passa