A senhora Caterina e o avô Alberto, depois do jantar, vão para o escritório falar do assunto que os preocupa.- Alberto, já verifiquei a informação que o teu advogado nos enviou. Infelizmente, não tenho boas notícias, o teu alegado parceiro fugiu com milhões e ofendeu uma das famílias mais importantes do teu país, por isso é difícil fazer alguma coisa imediatamente.- O que é que sugere? Não tenho muito, podia entregar-me e poupar-vos todo este trabalho.- Não, Alberto, não recomendo que te entregues. O que é certo é que não podemos fazer muito enquanto não descobrirmos quem é o verdadeiro responsável. - disse Caterina preocupada.- Então, o que é que me recomendas que faça? - perguntou Alberto com evidente tensão.- Estive a analisar as possibilidades e só temos uma, mas não vais gostar.- Qual é que é? - disse o homem interessado.- A nossa família tem algumas propriedades não declaradas; pensei que talvez pudesses ficar lá. Pelo menos até conseguirmos localizar o teu companheiro.S
Guadalupe levantou-se da cama e correu para a rua, pensando que talvez ainda pudesse encontrar o seu avô; infelizmente, ele tinha saído da mansão há várias horas.- Guadalupe, minha filha, onde vais? - disse Catarina quando viu a rapariga ansiosa.- Estou à procura do meu avô! - disse Guadalupe, ansiosa.- Filha, o teu avô saiu ontem à noite, acabou de jantar e teve de ir embora.O coração de D. Caterina apertou-se quando viu a mudança no semblante da rapariga. Ainda vestia o uniforme com que chegara, era como se visse uma menina que acabara de ser levada para o infantário e que não queria separar-se do pai.- Minha filha… Anda, temos de tomar o pequeno-almoço e depois vamos ao centro comprar coisas para si. - disse ele, tentando distraí-la.- Não tenho muito apetite! - respondeu à rapariga, ainda a olhar para o corredor.- Vá lá, minha menina, não te vou deixar morrer à fome! Que explicações vamos dar ao teu avô quando ele chegar? - Caterina disse a primeira coisa que lhe veio à cabe
Depois de alguns dias na mansão, Caterina tem de partir para tratar de assuntos familiares.Desta vez não podia levar Guadalupe consigo, por isso, antes de partir, disse-lhe- Guadalupe, vou sair por uns dias, mas não vais ficar sozinha, a Emma acompanha-te. Tudo o que precisares, podes pedir-lhe.- Sim, avó, não te preocupes”, diz a menina timidamente.- Bem, vou-me embora! Volto daqui a uns dias, tenta não sair da mansão. - disse a avó Caterina em jeito de recomendação.- Não te preocupes, eu terei cuidado.Nesse dia não fez mais do que jantar e dormir, lendo sempre a carta que o seu avô tinha-lhe deixado.Gostava de pensar que o avô a tinha deixado para ela, pois não tinha a data em que havia sido escrita, o que a deixava especialmente nostálgica.Por outro lado, era meia-noite quando um Maybach estacionou na garagem, e dele saiu um belo jovem, de semblante cansado, com pouca vontade de entrar, mas que não conseguiria descansar se ficasse a dormir no banco do veículo, pelo que, a c
Depois de vários dias no hospital, Guadalupe foi finalmente transferida para um quarto separado. O perigo havia passado, agora só precisavam de fechar as feridas físicas, mas também tinham de trabalhar nas feridas do coração.Durante todos esses dias, a avó Caterina passou o tempo a recordar como, há três anos, Guadalupe entrou na sua vida, transmitiu a sua juventude e preencheu o vazio que sentia por não ter uma filha. Agora que o via naquela situação, não podia deixar de culpar o neto irresponsável e insensível.Quando Guadalupe acordou, a primeira pessoa que viu foi a sua avó. Um pouco sonolenta, ficou contente por tudo o que viu naquelas breves cenas ter sido um pesadelo.- Avó, eu quero o divórcio! - disse Guadalupe calmamente.- Filha! Acabaste de acordar, tenta relaxar, o que aconteceu não foi qualquer coisa. - respondeu a avó com uma serenidade fingida.Guadalupe vira o rosto para a janela. Estava um dia de sol, não havia nuvens e podia dizer-se que o destino lhe havia dado ou
Massimo, vendo que ela havia adormecido, senta-se no sofá ao lado da cama.Viu o rosto da rapariga que estava à sua frente. Há muito tempo que não parava para olhar para ela.A sua mulher já não era fisicamente a mesma "menina" que ele havia conhecido, mas tinha agora um rosto mais maduro, cansado e triste.Enquanto o observava, uma pontada percorreu-lhe o corpo e o coração.Uma estranha sensação de desconforto apertou-lhe o peito ao ver os seus braços enfaixados. Um dos pulsos dele estava particularmente enfaixado, era o lado onde ela havia feito o corte mais profundo, ele entendia claramente que era o culpado de tudo.- "Porque é que as coisas chegaram a este extremo?" - Pensava ele enquanto analisava a situação.Quando a ouviu a falar com a avó, a sua voz era angustiada, mas, para além disso, ouvia-se a determinação com que ela abordava o tema do divórcio.- Porque é que me sinto perturbado só de ouvir a palavra divórcio? É isto que eu desejo desde que me casei". - Pensou e uma pon
O sol entrava pelas cortinas de toda a mansão, anunciando que era de manhã.Guadalupe acordou e, para sua surpresa, uma carta com o seu nome havia aparecido na sua cama, o remetente era o seu querido avô Alberto, quando a abriu viu e leu o seu conteúdo."Minha querida filha...Hoje é o teu 18.º aniversário, ainda me lembro do dia em que nasceste, tudo na minha mente é tão claro.A tua mãe estava muito entusiasmada, a sua menina ia nascer hoje, já tinha o teu berço, as tuas roupas e os teus brinquedos prontos.Quero que te lembres que, para a tua mãe, tu eras a luz dos seus olhos e, agora que tens 18 anos, posso confirmar que és a imagem perfeita dela.Agora, como disseste, já tens idade suficiente para tomar as tuas próprias decisões, podes trabalhar e viajar pelo mundo.Pode comprar um "Bocho" para viajar pelo país com a sua guitarra e o seu velho.Tu, minha filha, quero que nunca te esqueças dos teus sonhos, quero que viajes, que subas a uma das montanhas mais altas do país, que vás
Guadalupe avança e entra na loja com bolos de vários sabores. A empregada, atenta, aproxima-se dela.- Olá, menina! Quer um bolo ou quer entrar para tomar um café?- Mmm... - Guadalupe virou-se para olhar para o homem que estava ao seu lado.- Vamos para o café! - respondeu o homem que estava ao lado dela.- Entre! Gostaria de se sentar no interior? Ou nas traseiras, temos um pequeno terraço, onde também há mesas.- No terraço! - respondeu Guadalupe, entusiasmada.- Muito bem, sigam-me por aqui! - disse a rapariga, acenando com a mão para indicar o caminho.Enquanto caminhavam em direção ao terraço, passaram pelo interior de uma pequena padaria. O corredor era branco e estava decorado com alguns quadros que representavam vários bolos pintados a óleo.Havia algumas mesas pequenas com vasos e rosas inglesas, o lugar fascinava Guadalupe, que admirava o local como se o destino lhe tivesse dado a oportunidade de encontrar este pequeno pedaço de céu.Massimo, por seu lado, sentiu-se um pouc
- Massimo, por favor, não me tires a minha filha! Por favor!Massimo acordou de repente do seu breve repouso e foi logo pegar na mão da mulher para a acordar, aparentemente ela estava a ter um pesadelo.- Guadalupe, acorda! Acalma-te, acorda, está tudo bem! - disse ele enquanto tentava movê-la subtilmente.Ela abriu os olhos e olhou-o com desconfiança, sem se aperceber de que estava a falar durante o sono, com uma lágrima a escapar-lhe pelo canto do olho.- O que fazem aqui? Não fui clara? Não quero que tomem conta de mim! Vão-se embora! - gritou Guadalupe.- Estavas a ter um pesadelo e eu acordei-te, mas se a minha presença te incomoda tanto, vou-me embora. - disse Massimo irritado.- FAZ ISSO! NÃO TE QUERO VER! DESAPARECE! VAI PARA O INFERNO! MERECES ISSO E MUITO MAIS! - gritava Guadalupe em desespero.Massimo, vendo o estado alterado da sua mulher, preferiu sair do quarto, os gritos alertaram a enfermeira que passava e esta entrou no quarto para ver o que se passava. Entrou ao mesm